“Nossos filhos têm direito a educação digna. Como irão ter um futuro com um ensino desses?”, questionou a mãe de um aluno.
Pais de alunos utilizaram cartazes para protestar contra o Governo do Estado, por conta da falta de professores na escola estadual Manoel Agostinho Almeida, em Campos Novos, município de Iracema, a 93 quilômetros de Boa Vista. Eles estiveram nas galerias do plenário deputada Noêmia Amazonas Bastos da Assembleia Legislativa de Roraima, durante a sessão desta terça-feira, 11, e foram atendidos por deputados da Comissão de Educação, Desportos e Lazer.
Andrea Araújo, mãe de aluno, disse que os pais com filhos estudando na escola Manoel Agostinho estão indignados com o ensino que os filhos estão tendo na escola. “São quatro professores somente e os alunos têm apenas um tempo de aula e os outros tempos não têm professor e os estudantes são obrigados a ficar na escola brincando”, ressaltou.
“Nossos filhos têm direito a educação digna. Como irão ter um futuro com um ensino desses?”, questionou.
Andrea comentou que uma comissão de pais esteve na Secretaria de Educação e a informação que receberam é que era para esperar o processo seletivo para contratar professores temporários. “Sempre tivemos esse problema de falta de professor, mas agora a situação está pior, pois desde que começou o ano letivo que os alunos estão sem aula”, ressaltou.
A presidente da Comissão de Educação, Desportos e Lazer, deputada Lenir Rodrigues (PPS), disse que se reuniu com os pais e a representante do Fórum de Educação do Campo, professora Maria Mendonça, que reclamaram que os alunos têm somente um tempo de aula, não têm alimentação, falta material didático, que a coordenadora pedagógica e a gestora estão indo para a sala de aula ao invés de administrar a escola, na tentativa de atender os estudantes. “Recebemos um vídeo que mostra os alunos nos corredores. Nessa escola, são 12 turmas e apenas quatro professores efetivos. Vamos tomar providências, entrar em contato com a Secretaria de Educação, que prometeu na semana passada enviar uma equipe para essa escola e não apareceu por lá. Vamos verificar o que está acontecendo e com certeza dar oportunidade para a Secretaria de Educação resolver essa situação o mais rápido possível. Sabemos que essa questão da falta de professor está ligada a não concretização do seletivo para contratação dos temporários. Mas algo precisa ser feito, urgente”, ressaltou a deputada Lenir.
Sobre essa falta de professores, o vice-presidente da Comissão de Educação, deputado Evangelista Siqueira (PT), comentou que é inadmissível. “Já estamos em abril. É uma situação desastrosa, pois sofre a comunidade, sofre o aluno e nós não podemos aceitar de maneira alguma”, comentou. Ele afirmou que a Comissão vai notificar o secretário de Educação [Jules Rimet de Souza Cruz Soares]. “Para que nos receba urgentemente e nos apresente uma solução de imediato com prazos, com datas, para que possamos dar uma resposta à comunidade”, enfatizou.
Evangelista Siqueira foi enfático ao dizer que a falta de professor acontece não só em Campos Novos, mas no Estado todo. “Sabemos da dificuldade que aconteceu por conta do seletivo, que foi travado durante sua execução. Sabemos que houve um novo edital, mas precisamos saber de prazos, para que os professores se apresentem na escola e as aulas reiniciem imediatamente. Não só as aulas, mas a estrutura necessária para o funcionamento das escolas estaduais da Capital e do interior”, disse.
O parlamentar lembrou que existe um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado entre a Secretaria de Educação e o Ministério Público, cobrando a realização de concurso. “Vamos fiscalizar, porque no concurso todas as etapas têm que ser cumpridas, porque nós, enquanto Comissão de Educação, vamos ficar atentos a tudo que foi acordado com o Ministério Público”, finalizou.
Por Edilson Rodrigues
SupCom/ALE-RR