“Eles estão fazendo uma operação que a Receita Federal precisa estar atenta”, afirmou o parlamentar, George Melo.
O deputado George Melo (PSDC) usou a tribuna na manhã desta terça-feira, 13, na Assembleia Legislativa de Roraima, para denunciar a transação comercial entre o Governo de Roraima e a Corporação Elétrica Nacional (Corpoelec), a estatal venezuelana do setor elétrico, anunciada na imprensa neste fim de semana pela secretária extraordinária de Relações Internacionais do Estado, Verônica Caro. Ele classificou a negociação como “operação criminosa”.
“Eles estão fazendo uma operação que a Receita Federal precisa estar atenta. Acho que é um ato criminoso porque o Governo não é uma empresa particular”, disse, ao anunciar que denunciará esse fato também ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal, por ser uma negociação que envolve dois países.
Segundo o parlamentar, o Governo do Estado propôs à Eletrobras Distribuição Roraima pagar a dívida de R$ 400 milhões da CERR (Companhia Energética de Roraima) com óleo diesel comprado da Venezuela, país que comercializa o litro deste combustível por menos de R$ 0,01. A matemática é simples e conforme detalhou o deputado, a quantidade de litros equivalente aos R$ 400 milhões, quando adquirido da Venezuela cairia para R$ 8 milhões. “Veja o pulo do gato desse Governo. Querem pagar R$ 400 milhões com óleo diesel comprado da Venezuela, que é vendido por menos de R$ 0,01. Eles querem pagar 400 milhões com R$ 8 milhões, e devem embolsar R$ 392 milhões”, disse George Melo, ao questionar o destino do valor referente à diferença da dívida.
“Se pagasse R$ 8 milhões e pegassem o restante do dinheiro e investissem em pontes, estradas, mas a intenção não é essa”, reforçou, ao relembrar que a atual administração se negou a pagar uma turbina que custaria R$ 3 milhões para Hidrelétrica de Jatapu, cuja finalidade era eletrificar o Sul do Estado. “Eles nunca pagaram a turbina e o Sul do Estado continua às escuras, parte dele usando óleo diesel”, complementou.
Essa dívida no valor de R$ 400 milhões, conforme o parlamentar, poderia ter isso evitada se no início desta gestão o Governo tivesse repassado essa prestação de serviço de energia à Eletrobras. “Esse foi um gasto irresponsável, e agora, que a dívida está em 400 milhões, sugeriram que a Eletrobras receba esse dinheiro com o combustível da Venezuela”, enfatizou.
Por Marilena Freitas
SupCom/ALE-RR