EDUCAÇÃO – Jovens mostram indignação durante audiência pública na Assembleia Legislativa

Estudantes e representantes de entidades afirmam que sistema educacional precisa ser tratado com mais atenção pelo poder público

 

Foto: Lucas Almeida/SupCom ALE-RR

 

Durante a audiência pública “Nossa Escola não é Mercadoria”, realizada na Assembleia Legislativa de Roraima nesta sexta-feira (17), representantes de segmentos religiosos e de movimentos estudantis se reuniram para discutir problemas enfrentados no dia a dia das escolas. O encontro atendeu a uma solicitação da Pastoral da Juventude, realizada no plenário Noêmia Bastos Amazonas.

Ao final, os assuntos abordados pelos participantes foram formalizados em um documento a ser encaminhado às autoridades competentes.

A coordenadora de projeto de Inclusão da Pastoral Universitária, Jama Pereira, apontou deficiências encontradas nas escolas indígenas em Roraima, entre elas a falta de transporte escolar, da merenda e de condições de trabalho para professores e de estudos para crianças e adolescentes.  “Falta comprometimento dos governantes com a nossa Educação. Educação deve sim ser prioridade em todos os setores, educação transforma pensamentos, transforma vidas e sem ela não vivemos”.

O coordenador diocesano das Pastorais Sociais e representante da Diocese de Roraima, Irmão Danilo Bezerra, frisou que a audiência pública teve o intuito de provocar um momento de reflexão sobre o tema. Para ele, o jovem estudante deve ser colocado como protagonista no processo educacional, ser ouvido pela sociedade e por quem faz a Educação no Estado. “Hoje as escolas militarizadas veem o jovem como objeto, queremos ver o jovem como sujeito, aquele que pode questionar e fazer acontecer uma sociedade mais justa e mais fraterna”, pontuou Irmão Danilo.

Promover este tipo de discussão dentro da Assembleia Legislativa foi dar a voz aos estudantes, acrescentou o coordenador da Pastoral da Juventude Leonardo Figueiredo. “Acreditamos que, com essa audiência, a gente consiga alcançar essa objetividade dentro do Estado e também levantar um pouco a moral dos grêmios estudantis e pastoral como movimento social também”.

O autor do requerimento originador da audiência, deputado Evangelista Siqueira (PT), avaliou como positiva a participação destas pessoas neste encontro, que faz parte da programação alusiva ao Dia do Estudante da Pastoral da Juventude da Igreja Católica. “Tivemos a presença de estudantes, de segmentos religiosos, de grêmios estudantis, pessoas do dia a dia do contexto escolar e que estão preocupadas com políticas públicas de valorização e de protagonismo com nossa juventude”, resumiu.

YASMIN GUEDES

SupCom ALE-RR

ABRINDO CAMINHOS – Alunos participam de workshop de interpretação

Aulas vão preparar os participantes para atuar no palco e na publicidade, aprimorando os conhecimentos dos alunos de teatro

 

Foto: Alfredo Maia/SupCom ALE-RR

Os alunos de teatro do Programa Abrindo Caminhos participam nesta sexta e sábado (dias 17 e 18) de um workshop de interpretação com técnicas para teatro, televisão e publicidade. O evento é ministrado pela atriz Luciana Oliveira, roraimense que há dois anos atua em palcos dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

O evento é gratuito e busca aprimorar os conhecimentos dos alunos que já fazem teatro com a professora Kaline Barroso. Ao todo serão três dias de oficina, sendo o primeiro, na última quinta-feira (16), direcionado para a comunidade.

A aluna Brenda Teixeira, de 10 anos, moradora do bairro Jóquei Club, é um exemplo de que atividades culturais como o teatro mudam a trajetória das pessoas.  “Quando faço teatro fico mais feliz, volto alegre para casa e faço tudo. Nesse workshop aprendi a como ficar em base, a ter equilíbrio e a interpretar os personagens”, explicou.

A atriz Luciana Oliveira encontrou no Abrindo Caminhos uma parceria que a faz realizar o sonho de compartilhar conhecimentos, um desejo que acalentava logo após a carreira dela dar certo no eixo Rio/São Paulo. “Quando saí daqui não existia uma estrutura dessas para teatro. Voltar ao Estado e ver essa iniciativa com crianças e adolescente dando certo é encantador, principalmente porque também estou realizando meu sonho de repassar o que aprendi”, afirmou.

O workshop vai preparar os participantes para atuar no palco e na publicidade, pois são técnicas diferentes. Para ela, o programa Abrindo Caminhos é uma porta de entrada para a descoberta de novos talentos. “Faltam-me palavras para descrever o Abrindo Caminhos, mas acredito que é um programa que surgiu da vontade do povo e para o povo, que beneficia diretamente a população”, salientou.

A coordenadora do projeto, Viviane Lima, disse que esse resultado positivo é fruto de muito trabalho e dedicação. “Esses três dias que a Luciana vai passar conosco serão muito produtivos. Temos a certeza que isso vai fazer a diferença na vida dessas crianças e adolescentes, que vão despertar para novos conhecimentos, principal objetivo do Abrindo Caminhos”, enfatizou.

 

MARILENA FREITAS

SupCom ALE-RR

EDUCAR É PREVENIR – Mais de 4,3 mil pessoas são atendidas por ação contra tráfico humano

Projeto realizado nas escolas é uma das ferramentas para levar informações de prevenção ao tráfico de pessoas

 

Foto: SupCom ALE-RR

Em um ano, o projeto “Educar é Prevenir” atingiu mais de 4,3 mil pessoas, entre a comunidade pedagógica e alunos de 23 escolas percorridas pela equipe do Núcleo de Promoção, Prevenção e Atendimento às Vítimas de Tráfico de Pessoas, vinculado à Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR). Além da Capital, receberam a capacitação instituições de ensino de Rorainópolis, Bonfim, Pacaraima e Caracaraí, cidades vulneráveis devido à localização fronteiriça e portuária.

O núcleo está vinculado à Procuradoria Especial da Mulher, que utiliza o Educar é Prevenir como uma das ferramentas para levar informações de prevenção ao tráfico de pessoas, tanto para os estudantes quanto para os professores e gestores, para que estes adquiram mais sensibilidade para detectar casos de violação dos direitos.

Para a coordenadora do Núcleo, Socorro Santos, o trabalho executado pela equipe e pelos parceiros do projeto teve resultados positivos. “Quando a gente chega às escolas e começa a trabalhar essas questões, é como se tirássemos um véu e mostrássemos a eles tudo o que acontece ao redor”, disse.

A proposta é empoderar ainda mais os estudantes com informações para que eles não virem vítimas de tráfico humano ou violência. “O projeto tem esse diferencial que é tocar aquele profissional, desde o professor àaquela pessoa que está lá na cozinha, para que eles possam olhar com diferença diante das questões emocionais e pessoais sobre o problema”, complementou.

Durante as rodas de conversa, mais de 570 perguntas foram elaboradas pelos estudantes e direcionadas aos integrantes da Rede de Proteção, como Conselho Tutelar, Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), Cras (Centro de Referência e Assistência Social), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Comitê de Enfrentamento a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, entre outros parceiros.

NOVAS AÇÕES – O projeto estará no período de 20 a 24 de agosto na escola Estadual São José, localizada no Centro de Boa Vista. Serão entregues os materiais na segunda-feira, como os banners, as caixas e os vídeos a serem utilizados de terça a quinta-feira na capacitação de servidores e alunos.

A programação encerra na sexta-feira com uma roda de conversa e a presença de autoridades da Rede de Proteção para falar sobre o tráfico humano em Roraima, violação de direitos e violência doméstica familiar.

YASMIN GUEDES

SupCom ALE-RR