Ensinar a Lei Maria da Penha nas escolas é um caminho para diminuir os índices preocupantes de violência contra a mulher
Foto: Alfredo Maia/SupCom ALE-RR
Além de atender as vítimas de violência doméstica, o Chame (Centro Humanitário de Apoio à Mulher) também realiza trabalhos de prevenção com diversos públicos. Nesta segunda-feira (17), 60 alunos da Escola Estadual Professora Francisca Elzika de Souza Coelho participaram de uma palestra conduzida pela equipe multidisciplinar do centro.
Os alunos de 14 a 15 anos de idade, tiveram a oportunidade de conhecer e tirar as dúvidas sobre a lei Maria da Penha, Lei do Feminicídio, tipos de violência doméstica e o serviço disponibilizado pelo Chame.
“Elas [as mulheres] fazem parte da sociedade e merecem respeito. Achei interessante a palestra, principalmente sobre os tipos de violência como psicológica e moral”, disse o estudante do 9° ano, João Vitor Melo, de 14 anos.
A estudante do 9º ano, Gabriele Magalhães, de 14 anos, vai repassar o que aprendeu para as amigas e até ajudar quem estiver passando por essas situações na escola ou em casa. “As mulheres sofrem quando não falam sobre as agressões, e fica difícil socorrê-las”.
A palestra foi ministrada por uma equipe composta por psicóloga, advogada e assistente social. “O nosso objetivo é levar a informação para dentro das escolas, para que os jovens entendam essa realidade e saibam identificar essas situações”, explicou a advogada do Chame, Élcia Fernandes.
Ela informa ainda que no caso de jovens ou adolescentes vítimas de violência, o Chame pode apenas orientar, pois o acompanhamento deste público compete ao Conselho Tutelar.
A escola solicitou a palestra para ajudar os alunos na produção de trabalhos científicos para a Feira de Ciência, prevista para o mês de outubro, com o tema principal “Perspectiva para o enfretamento da violência contra a mulher no Estado de Roraima’.
Por conta das várias notícias na mídia sobre os casos de mulheres agredidas, a professora de língua portuguesa, Rosa Oliveira, relata que muitos alunos têm levado esse questionamento para sala de aula. “É possível reduzir a violência quando a informação é levada para os estudantes, eles multiplicarão esse conhecimento com outras pessoas”.
Para a psicóloga Sângida Tixeira, trabalhar essas questões com o público jovem é relevante, pois muitos estão passando pelas primeiras experiências nos relacionamentos. “Os meninos devem aprender que a prática da violência não é normal. E as meninas têm que conhecer as leis de proteção”. As ocorrências mais recorrentes nessa faixa etária são os relacionamentos abusivos e casos de abuso sexual.
CHAME – O Chame (Centro Humanitário de Apoio à Mulher) é vinculado à Assembleia Legislativa de Roraima por meio da Procuradoria Especial da Mulher. A unidade funciona na rua Coronel Pinto, 524, Centro. Mais informações podem ser obtidas pelo 0800-095-0047. Por telefone, as vítimas podem solicitar atendimento ainda por meio do ZapChame (98402-0502) que funciona 24 horas, todos os dias e atende pessoas tanto da Capital quanto do Interior.
VANESSA BRITO
SupCom ALE-RR