DIREITOS HUMANOS – Bonfim e Lethem se unem contra tráfico de pessoas na fronteira

Núcleo da Assembleia Legislativa participa do evento que segue até domingo

Foto: Lucas Almeida/SupCom ALE-RR

Levar informação para escolas e treinar policiais para melhor atendimento às vítimas de crimes sexuais foram algumas das propostas apresentadas durante a programação “Lethem Town Week”, que celebra o aniversário de Lethen, na Guiana, com uma discussão sobre o enfrentamento à violação de direitos humanos na fronteira.

O Núcleo de Promoção, Prevenção e Atendimento às Mulheres Vítimas do Tráfico de Pessoas, da Assembleia Legislativa, participou do evento a convite do Consulado da Guiana, que reuniu instituições envolvidas para debater o assunto. A abertura do evento foi realizada no último dia 14, em Lethem, e a partir desta quinta-feira (18), as programações concentradas em Bonfim. A programação segue até o próximo domingo (20).

Nesta quinta-feira (18), foi realizado um seminário para falar sobre os seus serviços disponibilizados por cada instituição no combate ao tráfico de pessoas e sobre como a população pode pedir ajuda. O evento contou com participação de professores e alunos da Escola Aldebaro José Alcântara.

“Precisamos ter mais cuidados com os nossas crianças e adolescentes. Agora sei como ajudá-los quando estiverem passando por essa situação”, disse a professora de Filosofia e Artes, Tarcília Vieira, que atua há mais de 23 anos na área.

Durante o evento, uma estudante de 16 anos, que pediu para não ser identificada, compartilhou a história vivenciada por uma amiga de 14 anos, envolvendo abuso sexual.  “Ela chegou na minha casa em lágrimas pedindo ajuda e confessou que tinha sido abusada pelo tio e não sabia o que fazer. Aconselhei sobre como agir”, relembrou.

INSTITUIÇÕES – A coordenadora do Núcleo, Socorro Santos, explicou que as ações foram voltadas para alertar a população sobre o tráfico de pessoas na fronteira. “É uma forma de aproximar as instituições e fortalecer o trabalho contra o tráfico de pessoas no Estado de Roraima, para que possam articular e desenvolver ações eficazes tanto aqui como na Guiana”, disse Socorro.

As ações são coordenadas pelo Comitê Estadual de Enfrentamento ao Abuso Sexual, Exploração Sexual e o Tráfico de Crianças e Adolescentes de Roraima, Rede “Um Grito pela Vida”, da Assembleia Legislativa de Roraima, através da Procuradoria Especial da Mulher e do Núcleo de Promoção, Prevenção e Atendimento às Mulheres Vítimas de Tráfico de Pessoas, Consulado da Guiana no Brasil e demais autoridades da rede de serviços do município de Bonfim.

O evento contou ainda com a participação de instituições como a Defensoria Pública, Conselho Tutelar, Comarca do Município, Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado de Assistente Social (Creas) e a Delegacia da Policia Civil.

VANESSA BRITO

SupCom ALE-RR

Gabriel Picanço defende autonomia para estados legislarem

Parlamentar tratou deste e outros assuntos na reunião da diretoria da União Nacional dos Legisladores

 

Foto: SupCom ALE-RR

 

A diretoria da Unale (União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais) se reuniu em Brasília (DF) para tratar do planejamento da gestão após as Eleições 2018. O encontro foi realizado nesta quarta-feira (17) na sede da instituição, em Brasília, e um dos assuntos tratados foi a autonomia dos estados brasileiros para elaboração das leis, de acordo com as particularidades de cada região.

O deputado Gabriel Picanço (PRB) é membro da diretoria da Unale e afirma que embora seja uma discussão que precisa ser amadurecida, a autonomia do Legislativo nos estados é uma luta que deve ser mantida.  “Essa é uma questão que não vamos resolver em curto prazo, mas é uma questão importantíssima que está sendo tratada em todas as reuniões para que não caia no esquecimento”.

O modelo defendido pela diretoria da Unale é similar ao adotado em países como os Estados Unidos. A proposta é descentralizar poderes do Congresso, enquanto as assembleias legislativas têm pouca autonomia para tratar de assuntos que, muitas vezes, são de interesse local. “Queremos uma emenda na Constituição Federal para elaborarmos nossas leis, assim como acontece nos países ricos”, explicou.

Com relação ao período pós-eleição, um dos temas da reunião, Roraima não será diretamente afetado porque os dois membros da diretoria, os deputados Gabriel Picanço e Jorge Everton (MDB) foram reeleitos e permanecem no cargo até a eleição da próxima diretoria, de 29 a 31 de maio do próximo ano, na Bahia (BA).

MARILENA FREITAS

SupCom ALE-RR

Bailarino de Roraima participa da concorrida seleção do Teatro Bolshoi

Aluno do projeto Abrindo Caminhos foi pré-selecionado para participar das audições em Joinville, na única filial da famosa escola russa

 

Foto: Lucas Almeida/SupCom ALE-RR

A família de Vinícius Saturnino é ligada pelo amor ao balé

 

O aluno de balé do projeto Abrindo Caminhos, Vinícius Marques Saturnino, de 9 anos, está em Joinville (SC) para participar de uma seleção para a Escola de Teatro Bolshoi no Brasil. A audição será realizada de sexta (19) a domingo (21) e terá a participação de 2.500 bailarinos e bailarinas.

Vinícius concorrerá a uma das 20 vagas destinada para meninos; outras 20 são para meninas da primeira série. Há ainda vagas para as demais séries, conforme a faixa etária, nível técnico e disponibilidade nas turmas já existentes. Os candidatos serão avaliados por professores de dança e de música, que analisam as habilidades técnicas e artísticas, musicalidade, projeção cênica e o desempenho intelectual dos candidatos.

Mesmo contrariado, em janeiro deste ano o menino começou a fazer aulas de balé no Abrindo Caminhos, projeto da Assembleia Legislativa, para atender ao pedido da mãe. Ao retornar para casa após a primeira aula, ele tomou gosto e decidiu que queria continuar a dançar.

A determinação dele é perceptível ao falar com segurança daquilo que ele diz que fará para o resto da vida: ser bailarino. “Estou muito confiante. Eu vou passar nessa seleção, pois lá [na Escola Bolshoi] irei me aperfeiçoar nesta arte”, afirmou Vinícius.

A mãe dele, Rosane Saturnino, diz que se realiza por meio dos três filhos, que fazem aulas de balé no programa Abrindo Caminhos. Para ela, é a realização de um sonho que ela não conseguiu concretizar. “Meu filho é muito dedicado, aprende os movimentos com facilidade e evoluiu muito rápido. Vamos para uma missão que pode mudar a vida dele completamente”.

A seleção para o Bolshoi surgiu no Projeto Passarela, evento promovido em Boa Vista, com a participação de integrantes da Escola de Teatro Bolshoi no Brasil, que pré-selecionou garotos e garotas para a audição nacional. “Fizeram a ficha do Vinicius e logo em seguida os testes e no mesmo dia me disseram que ele havia sido aprovado para seleção em Joinville”, contou Rosane.

BOLSHOI – A Escola do Teatro Bolshoi no Brasil funciona há 18 anos na cidade catarinense de Joinville, sendo a única filial do famoso Teatro Bolshoi da Rússia.

A instituição proporciona a formação de artistas da dança, ensinando a técnica de balé, dança contemporânea e disciplinas complementares. Com alunos vindos de diferentes estados brasileiros e do exterior, a instituição concede 100% de bolsas de estudo e benefícios para todos os alunos. Uma seleção acontece todos os anos para o ingresso de novos bailarinos.

 

SupCom ALE-RR

Indicações parlamentares buscam melhorias para moradores de Uiramutã

Deputada solicitou melhorias para que comunidades indígenas não fiquem isoladas

 

Foto: SupCom ALE-RR

 

Mesmo em período de seca, os moradores do município de Uiramutã, localizado 319 quilômetros ao norte do Estado, sofrem com dificuldade para se deslocar e escoar a produção, especialmente nas comunidades indígenas de Warabadá, Morro e Caraparu I.

As informações foram repassadas pela deputada Lenir Rodrigues (PPS), que apresentou ao Executivo, indicações pedindo melhorias para que estas comunidades não fiquem mais isoladas.

Três indicações pedem a construção de uma ponte de 20 metros sobre o igarapé Água Suja, na comunidade Warabá e uma de 10 metros localizada na entrada da Comunidade Indígena Caraparu I. Na estrada entre as comunidades Morro e Warabadá, a parlamentar indica a construção de galerias pluviais. “Mesmo no verão, temos chuvas, enxurradas, e necessitamos de galerias pluviais”, defendeu a parlamentar.

Segundo Lenir Rodrigues, as chuvas isolam os moradores desta região e impedem que eles saiam dali para outras localidades. “Temos que ver que as pessoas não podem ficar isoladas, muitas vezes as famílias precisam fazer recadastramento de Bolsa Família, os aposentados receberem seus proventos, então é necessário ter um olhar diferenciado a essas comunidades que há anos vivem nesse estado de isolamento”, complementou.

 

YASMIN GUEDES

SupCom ALE-RR