Gestores do município venezuelano e de Pacaraima, na fronteira com o país vizinho, contaram o verdadeiro drama enfrentado na região
A fronteira do Brasil com a Venezuela tem sido palco de crimes contra a humanidade cometidos pelo Guarda Venezuelana, conforme denunciou o prefeito do município de Gran Sabana, Emílio Gonzaléz, em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa. Nesta terça-feira (26), a sessão ordinária foi transformada em Comissão Geral para debater o assunto.
O prefeito foi convidado pela Comissão de Relações Fronteiriças, Mercosul, de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação da Casa para compartilhar informações em solo brasileiro sobre o que acontece no país vizinho. “Este ‘narcogoverno’ está cometendo um crime contra a humanidade. Atiraram em um povo desarmado que simplesmente saiu às ruas de Santa Elena de Uairén, capital da Gran Sabana, que pedia direito a Saúde, a Segurança e como resposta receberam tiros com armamento de Guerra”, lamentou.
Ainda conforme o prefeito, o governo de Nicolás Maduro incentiva as pessoas a cometerem crimes contra seu próprio povo. Em busca de assistência médica no país, Emilio Gonzalez está temeroso pela segurança dele e da família. “Já sabem que estou aqui, me procuram para me matar”.
Gonzalez agradeceu o apoio do governo brasileiro e da Assembleia Legislativa de Roraima em dar voz a ele que representa parte do povo venezuelano. “O mundo vai saber a verdade sobre o que acontece em nosso município.”
Ione Pedroso afirma que está monitorando situação de brasileiros presos no país vizinho
Para a presidente da Comissão de Relações Fronteiriças da Assembleia Legislativa, deputada Ione Pedroso (SD), o convite a Gonzalez foi feito como forma de solidariedade. Segundo ela, a preocupação é com os brasileiros impedidos de voltar ao Brasil devido ao fechamento da fronteira. “Nosso auxílio será como fiscalizadores, pois cobraremos ajuda efetiva do Governo Federal”.
Juliano Torquato (PRB), prefeito de Pacaraima, município a 218 quilômetros de Boa Vista, explicou que um dos principais temores é o desabastecimento de energia elétrica e combustível. “O posto de gasolina está desabastecido e vivemos com o medo de um conflito maior em Santa Elena de Uairén.”
TEXTO: YASMIN GUEDES
FOTO: ALEX PAIVA E EDUARDO ANDRADE
SupCom ALE-RR