Podcast foi em alusão ao Dia Internacional da Liberdade de Imprensa – Marley Lima/SupCom-ALE-RR
A TV Assembleia (canal 57.3) transmitiu, na tarde desta sexta-feira, o podcast “Liberdade é Notícia”. O programa ocorreu em alusão ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado neste 3 de maio, e focou na segurança dos jornalistas, no direito e na democratização da informação e na defesa da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista.
O mediador do debate, o jornalista e editor-chefe da TV Assembleia, Johann Barbosa, recebeu a professora do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Roraima (UFRR) Sandra Gomes; a diretora de Relações Institucionais da Assembleia Legislativa e vice-presidente na Região Norte da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Adriana Cruz; e o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Roraima (Sinjoper), Paulo Tadeu.
“A TV Assembleia tem realizado podcasts com temas variados e, agora, abordou a liberdade de imprensa com jornalistas e professores, falando da realidade do nosso Estado e como é o trabalho do jornalista. Nosso objetivo é que a população esteja bem-informada por meio de um formato que permite um número maior de pessoas participando”, frisou Johann Barbosa.
Durante a discussão, os profissionais resgataram as agressões e censuras sofridas durante a pandemia de covid-19, quando os jornalistas se arriscaram para manter a sociedade informada frente ao novo vírus. Para eles, a profissão se tornou extremamente perigosa, com insegurança jurídica e alvo de ataques nas redes sociais e nas ruas, independentemente de grandes centros ou cidades pequenas. Mesmo assim, o jornalismo se mantém como o “tecido social mais importante”.
Adriana Cruz disse que promover o debate público sobre a liberdade de imprensa é fundamental para a garantia do acesso à informação para a sociedade, bem como assegurar o livre exercício da profissão.
“São importantes espaços como este que a Assembleia Legislativa dá à categoria para falar de um assunto primordial que é a liberdade de imprensa, principalmente no momento que vivemos, com a censura cada vez mais presente em relação ao que falamos e escrevemos, censura jurídica. Enquanto Fenaj, continuamos com a nossa luta em defesa da obrigatoriedade do diploma que julgamos importante para o exercício da profissão”, ponderou.
Refletir sobre o risco da profissão
O debate também se debruçou sobre o resgate da atuação jornalística na Região Norte, onde há registro de ataques a profissionais da comunicação. Para os convidados, as agressões sempre vão existir. Eles também avaliaram as redes sociais, a forma como elas são usadas e o acesso dos cidadãos a essas novas plataformas.
A professora doutora Sandra Gomes afirma que o jornalismo é essencial para a democracia, pois se trata de um direito de cidadania para que a sociedade tenha um espaço de discussão de pautas relacionadas aos direitos humanos e sociais. Ela alertou que o Brasil é um dos países com os maiores índices de perseguição aos jornalistas, o que precisa ser debatido.
“Uma reflexão sobre isso nesta data é importante para que possamos nos ver enquanto sociedade, enquanto construção social, enquanto construção de país. A liberdade de imprensa é um termômetro em qualquer democracia que indica o grau do exercício da cidadania e dos direitos humanos que essa sociedade possui. Discutir, portanto, a qualidade da informação, do jornalismo e a segurança dos repórteres, é urgente”, avaliou.
Paulo Tadeu levantou a bandeira da democratização do acesso à informação para todas as camadas sociais, ampliando o espaço, por exemplo, para as rádios comunitárias e os produtos midiáticos feitos por ribeirinhos, povos originários e outros grupos marginalizados. Para ele, o Estado precisa garantir a liberdade de imprensa e a democratização da informação a toda a sociedade.
“Temos visto em muitos países que a estrutura estatal bate de frente com essa liberdade de imprensa. E a democratização é abrir espaços para que a população tenha acesso a essa comunicação de qualidade e representativa. Ser jornalista é uma das profissões mais arriscadas do mundo e, no Brasil, avançamos algumas casas no ranking de liberdade de imprensa, mas sabemos que precisamos avançar muito”, encerrou.
Texto: Josué Ferreira
Fotos: Marley Lima
SupCom ALERR