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TEORIA E PRÁTICA
Curso ‘Gerenciamento de Crise’ do Teamarr ensina metodologia americana de imobilização humanizada

 Participantes aprenderam a identificar mudanças comportamentais e melhor forma de agir nessas situações – onato Sousa/SupCom ALE-RR

Nesta quinta-feira (27), no Plenário Valério Caldas de Magalhães, servidores do Centro de Acolhimento ao Autista (Teamarr), da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), pais, familiares de pessoas com autismo e profissionais das áreas de educação e saúde participaram do curso “Gerenciamento de Crise”, com uso de técnica de imobilização de forma humanizada.

A facilitadora do evento, Geisa Camila Tavares, é certificada pela Professional Crisis Management Association (PCMA), associação pioneira em treinamentos de gerenciamento de crises nos Estados Unidos, que vem treinando praticantes no Brasil desde o ano passado. Conforme ela, as técnicas utilizadas têm comprovação eficaz no país de origem.

Geisa Camila Tavares se capacitou nos EUA para repassar seus conhecimentos aos interessados. – Nonato Sousa/SupCom ALE-RR

“Nós não falamos de tratamento e nem de diagnóstico. O foco foi mostrar como gerenciar uma crise disruptiva [padrão persistente de conduta negativa], reconhecê-la, saber o que a caracteriza, quais são os sinais que a criança apresenta que vai entrar em uma, porque ela tem um ciclo: a gente a define em pré-crise um, dois, três, ápice da crise, pós e reintegração. Hoje, abordamos todos esses momentos e discutimos técnicas que podem ser usadas para prevenir, desacelerar e reintegrar a criança depois da crise”, disse a facilitadora, que é enfermeira por formação.

Ainda segundo Tavares, algumas crianças autistas sofrem com crises disruptivas de grande magnitude que podem torná-las agressivas, se machucar, machucar outras pessoas e até destruir objetos. A capacitação também ensinou como os familiares devem agir nesses momentos.

“As famílias que passam por isso sofrem e se afetam nos âmbitos social e emocional. Então, mostramos de que forma pode se imobilizar uma criança ou adulto de um jeito que não machuque e nem degrade aquela pessoa, e garanta a segurança de quem imobiliza”, frisou.

A Polly Anna Azevedo é cuidadora e mãe de um menino autista de 12 anos. Para ela, o curso vai ajudá-la a aprimorar seus conhecimentos na sua área de atuação e auxiliar o filho, que sofre crises do tipo, principalmente quando retorna da escola.

‘Eu buscava em livros, em pesquisas, mas, esse momento foi um aprendizado para todos’, disse a cuidadora Polly Anna Azevedo sobre técnicas de contenção de crises. – Nonato Sousa/SupCom ALE-RR

“Foi uma abordagem muito importante e a gente não tinha um conhecimento específico para isso. Eu buscava em livros, em pesquisas [na internet], mas, esse momento aqui foi um aprendizado para todos, principalmente em relação às crises que, geralmente, vai de criança para criança. A gente [pais] vai se adaptando. Meu filho, às vezes, tem crises quase sempre quando volta da escola, porque tem ali tem um estímulo muito grande que é o barulho. Quando ele retorna, tem essas crises. Então, a gente o ajuda a se acalmar de uma maneira que ele não se machuque. Damos até gelo para controlar, além de massagem nas pernas”, destacou.

Já a professora Betânia Rodrigues procurou o curso para atender na escola em que trabalha crianças com autismo.

A professora Betânia Rodrigues também participou do curso – Nonato Sousa/ SupCom ALE-RR

“É muito bom termos esses conhecimentos para a gente passar para eles [alunos] em sala de aula.  Até o momento está tudo tranquilo, não trabalhei com aluno que tivesse tido crise, ainda, o caso é mais para prevenção”, salientou.

A deputada Angela Águida Portella (Progressistas), presidente do Programa de Atendimento Comunitário, onde o Teamarr está inserido, destacou que o local trabalha três pilares: o acolhimento, as intervenções terapêuticas e a capacitação. Segundo ela, a crise de uma pessoa autista é um dos momentos mais difíceis para os familiares, nem todos sabem como lidar. Pensando nisso, o curso foi idealizado.

A parlamentar Angela Águida Portella é a idealizadora do Teamarr – Nonato Sousa/SupCom ALE-RR

“Nós encaminhamos uma servidora do Teamarr, uma enfermeira com bastante qualificação, para que ela fizesse os melhores cursos ofertados para esse gerenciamento de crise e compartilhamos esse conhecimento com os pais, familiares, profissionais da Educação e Saúde e outras pessoas que têm interesse. Na verdade, precisamos compartilhar essa informação com toda a sociedade: qual é a melhor forma de agir quando a gente vê um autista enfrentando uma crise de desregulação”, expressou Portella.

De acordo com o servidor do Teamarr, Erbeson Silva, o curso deverá ser dividido em duas fases: a parte teórica com algumas demonstrações de imobilização, ocorrida nesta quinta-feira e a segunda, que será no Teamarr, às terças e quintas-feiras, para um grupo menor de pessoas, no máximo 20, onde essas técnicas serão trabalhadas individualmente.

 

 

Erbeson Silva faz parte da equipe de servidores do Teamarr – Nonato Sousa/SupCom ALE-RR

“Ao final do curso, será aberto um link para essas inscrições, pois serão priorizadas as pessoas que vieram para a parte teórica, para elas, de fato, aprenderem a prática”.

O Teamarr funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, na Avenida Santos Dumont, nº 1193, bairro São Francisco.

Texto: Suzanne Oliveira

Fotos: Nonato Sousa

SupCom ALE-RR

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