O podcast “Etarismo, o preconceito que invalida”, produzido pela Superintendência de Comunicação da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), foi ao ar nesta sexta-feira (5), com a proposta de discutir as diversas formas de preconceito relacionadas à idade. O programa foi exibido pela TV Assembleia (canal 57.3) e pelo YouTube da Casa (@assembleiarr).
O programa teve como mediadora a diretora de Televisão e Rádio da ALERR, Camila Dall’Agnol. Como convidados, a médica geriatra Lilian Moraga, o psicólogo Wagner Costa, a jornalista Marilena Freitas, a advogada Neide Cavalcante e a professora Sandra Mara Botelho.
O episódio desta sexta-feira abordou desde o conceito de funcionalidade na geriatria, a relação entre envelhecimento e saúde mental, experiências pessoais de preconceito vividas por mulheres, até as garantias jurídicas previstas no Estatuto da Pessoa Idosa. O debate destacou que o etarismo afeta tanto idosos quanto jovens, ao reforçar a necessidade de reflexão e de mudança cultural.
A médica geriatra Lilian Moraga explicou que o envelhecimento não pode ser resumido apenas ao número de anos de vida, mas deve ser analisado a partir da capacidade funcional de cada pessoa. Por isso, o conceito de funcionalidade é essencial na geriatria.

“Há pessoas com 60 anos que já enfrentam limitações, mas outras com 70 ou 80 continuam ativas. O importante é se adaptar, porque o corpo muda com o tempo, mas a mente pode permanecer saudável ao longo da vida, desde que não haja problemas cognitivos. Mesmo com ajustes necessários, ainda é possível realizar muitas atividades”, defendeu.
Já o psicólogo Wagner Costa relacionou o tema à saúde mental, chamando atenção para a importância de manter o cérebro ativo por meio de atividades intelectuais e sociais. Ele observou que, muitas vezes, o envelhecimento está associado ao isolamento, o que traz riscos tanto emocionais quanto cognitivos.

“Manter-se ativo é fundamental para a saúde mental, pois mantém o cérebro vivo. A inatividade, a falta de leitura e de convivência favorecem o isolamento, especialmente entre os homens, que tendem a se afastar mais do que as mulheres”, observou.
Outra convidada foi a jornalista Marilena Freitas, de 57 anos, que trouxe relatos pessoais sobre as situações de preconceito que vivencia no dia a dia. Ela destacou que comentários em redes sociais e certas formas de tratamento podem ter impacto negativo e mostram a necessidade de debater o tema abertamente.

“Já fui atacada nas redes sociais por ter cabelo grisalho. No dia a dia, ser chamada de ‘tia’ de forma maliciosa é algo que irrita e, por isso, precisamos discutir o etarismo e mostrar que não é aceitável”, frisou.

A advogada Neide Cavalcante, que participou do podcast de forma virtual, destacou o papel das leis brasileiras na proteção da pessoa idosa. “O Estatuto da Pessoa Idosa assegura direitos e amplia garantias. Pessoas com 60 anos têm prioridade, e as com 80 ou mais têm prioridade especial, inclusive em processos judiciais e atendimentos de saúde”, explicou.
A professora Sandra Mara Botelho contribuiu para o debate ao falar sobre as moradias exclusivas para a terceira idade, que hoje são uma opção para quem pode pagar por um atendimento diferenciado.

“Falar sobre envelhecimento e etarismo é essencial diante da longevidade da nossa sociedade. Por isso, iniciativas que oferecem espaços de cuidado especializado, como residenciais voltados à terceira idade, têm se mostrado alternativas importantes para garantir dignidade nesse processo”, observou.
Ao final, a mediadora do programa, diretora de Televisão e Rádio da ALERR, Camila Dall’Agnol, falou da proposta central do podcast.

“Antes de combater preconceitos, é preciso refletir sobre como a sociedade está se preparando para envelhecer com dignidade. Por isso, o podcast reuniu especialistas e convidados em uma mesa de debate, promovendo uma reflexão plural sobre o tema. A ideia foi mostrar como a conscientização social pode contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, finalizou.
Outros podcasts
A iniciativa desse podcast faz parte de uma série de produções da Superintendência de Comunicação da Assembleia Legislativa. Até o momento, foram lançados 22 episódios de podcasts, que tratam de temas variados ligados à cidadania, saúde, direitos humanos, cultura e políticas públicas. Todo o conteúdo está disponível no canal da Assembleia Legislativa no YouTube.
Texto: Anderson Caldas
Fotos: Eduardo Andrade
SupCom ALE-RR





