Mostra Especial “In Memoriam Augusto Cardoso”
A Mostra Especial In Memoriam Augusto Cardoso é uma homenagem da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima ao artista plástico roraimense, uma das maiores expressões artísticas do estado.
A mostra tem a proposta de reacender a memória e a vida do artista, ao mesmo tempo em que proporciona uma experiência cultural à população roraimense.
É composta por 16 quadros na técnica de óleo sobre tela, sendo quatro do acervo particular de uma colecionadora.
Será possível apreciar artes com a temática Monte Roraima, Serra Grande, Pedra Pintada, uma tríade de pontos turísticos, Buritizal, Leda e o Cisne, São Jorge, Guardião do Ouro Inca, Demarcação, Guerreiro de Taipa, Pandemia 2020 (obra inacabada) e Canaimé, feita em nanquim sobre papel.
A mostra faz parte da programação de abertura dos trabalhos do Poder Legislativo da 9ª Legislatura. A exposição é aberta ao público e ocorre nos dias 20, 21 e 22 de fevereiro, no Espaço Cultural Maria Luiza Vieira Campos (hall da instituição). Uma atividade realizada pela Superintendência de Programas Especiais e coordenada pela Superintendência de Comunicação e Diretoria de Cerimonial.
Quadros da Galeria Art Cardoso
Uma tríade de pontos turísticos:
O artista plástico Augusto Cardoso
O roraimense Augusto Cardoso iniciou sua trajetória artística aos 14 anos, como autodidata. Entre ações individuais e coletivas, realizou 64 exposições, com um acervo de aproximadamente 1.600 obras, adquiridas por pessoas comuns, acervos privados e públicos, museus e Embaixadas no Brasil, Venezuela, Itália, Argentina, Holanda, Japão, França, Canadá, Áustria e Estados Unidos.
Premiado e reconhecido por seu brilhante trabalho, no qual destacam-se importantes obras sacras, como o Tríptico de São Francisco, na Igreja de São Francisco, Via Sacra (15 peças), na Matriz de Nossa Senhora do Carmo, e São Francisco do Lavrado, que compõe o acervo do Museu do Vaticano.
Cardoso atuou como conselheiro Estadual de Cultura e presidiu o Colegiado no biênio 2005/2006. Foi coordenador de Acervo, diretor de Arte do Museu Integrado de Roraima e realizou importantes exposições histórico-científicas, visitadas por milhares de estudantes. Em 2011, foi nomeado membro da Academia Amazonense de Arte e Ciência, ocupando a cadeira nº 34. Elegeu como patrono seu pai, Licínio Cardoso (in memoriam). Vítima da Covid, Cardoso morreu no dia 22 de julho de 2020. Ele deixou um legado no campo das artes plásticas e tornou-se imortal em suas obras.
“A arte é uma dádiva de Deus. Aos artistas, cabe a obrigação do estudo, reflexão e exercício contínuo, para, através do seu trabalho, mostrar uma visão diferente do mundo. A inspiração vem de Deus. Nós somos apenas um de seus instrumentos”
Augusto Cardoso (2009)
A marchand
Há 40 anos, a marchand e viúva do artista, Edicilda Cardoso, cuida do acervo na Galeria Art Cardoso, movida pelo desejo de mostrar os quadros para o mundo. O casal se conheceu em 1982. Ela atua na divulgação e na comercialização das obras. A curadora também foi inspiração de Cardoso na produção de muitas telas.
“Trabalhar a assinatura do Cardoso é o meu objetivo de vida. Não acredito que eu tenha muito tempo para fazer isso, porque também não sou tão jovem. Mas é esse meu objetivo, é o que me dá força de levantar todos os dias, botar a roupa de trabalho e cair no mundo, brigar, porque pelo nome Cardoso, vou brigar até o último dia em que estiver aqui, pois o Cardoso não é mais meu, mas um patrimônio cultural do estado de Roraima”, compartilhou Edicilda.
A Galeria Art Cardoso
Você pode conhecer pessoalmente as obras do artista na Galeria Art Cardoso, na Rua Rodrigo Pires de Figueiredo, nº 84, bairro Calungá. O espaço é aberto ao público.
Acervo particular da colecionadora Valdelice Santos - “Licinha”
As quatro obras do acervo pessoal de Valdelice Santos, a Licinha, como é conhecida, foram encomendadas e representam as crenças e sonhos. “A Santa simboliza a família, assim como Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Nossa Senhora da Conceição expressam a fé. O tema Girassóis é a luminosidade da vida”, explicou a colecionadora. Ela conheceu Augusto Cardoso quando chegou a Roraima, pois buscava conhecer a cultura local. “Virou uma grande amizade. A perda do Cardoso foi além do tamanho dele como referência em Roraima, como artista plástico”, ressaltou.