Durante as reuniões são trabalhados temas sobre: família, estresse, agressividade, álcool e drogas.
O projeto Reflexivo Re-Construir, coordenado pela Assembleia Legislativa de Roraima, por meio da Procuradoria Especial da Mulher e do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, realizou nesta quinta-feira, 16, no plenário Valério Magalhães, a primeira reunião de 2017.
O encontro tem como público homens envolvidos em casos de violência doméstica familiar, atendidos pelo Chame (Centro Humanitário de Apoio à Mulher), órgão também ligado ao Poder Legislativo e homens indicados pela Vara de Penas e Medidas Alternativas (Vepema), do Tribunal de Justiça (TJRR). A coordenadora do Re-Construir, Monique Dias, explicou que as reuniões trazem novos conceitos de família, convivência e amor, aos participantes.
“Às vezes as pessoas tem conceitos distorcidos, mas temos uma equipe multidisciplinar que trabalha novas ideias, sensibilizando e apontando novos horizontes para esses homens, e de repente readequando o comportamento, para que seja mais conveniente para vida em sociedade e principalmente familiar”, espera Monique.
Ela disse ainda que as reuniões são muito dinâmicas. “Por exemplo, quem não veio neste primeiro encontro, pode vir sem problema na próxima que o aproveitamento será o mesmo”, comentou Monique.
Quanto ao perfil dos integrantes, ela revela que não existe, “temos homens que vem de diversos tipos de violência, sejam física, patrimonial ou psicológica, alguns são reincidentes e outros não, não temos um perfil desenhado, cada caso é um caso, muito particular”, frisou com cautela a coordenadora.
Durante as reuniões são trabalhados temas sobre: família, estresse, agressividade, álcool e drogas. Os temas citados, segundo Monique, costumam ser os potencializadores da violência doméstica.
“Eles chegam meio desconfiados, acanhados, mas o retorno é notável. No final fazemos um relatório e algumas perguntas são respondidas por eles, obtemos respostas, como: não sabia que era assim, o tratamento é diferenciado, não esperava por isso, gostei muito, vou indicar”, citou.
Ela completou afirmando que eles saem do encontro com novas expectativas tanto para melhorar como pessoa, como para tentar uma vida melhor no meio familiar.
E a família, conforme a assistente social do Núcleo, Suzana França, é um dos pilares principais dos conceitos trabalhados. Em detalhes ela esclareceu que a partir das demandas atendidas no Centro Humanitário de Apoio a Mulher (Chame), onde as assistidas recebem todo o atendimento e apoio necessários para sair da situação de violência, foi verificada a necessidade de trabalhar também o apoio aos homens. “Eles necessitam de apoio, dessa ajuda, porque muitas mulheres não querem separar ou divorciar, elas querem que os homens mudem e com isso continuar a família, e nós trabalhamos para a melhoria do homem em casa, para diminuir a agressividade na tentativa de resolver o problema”, disse.
Próximo encontro – Os encontros ocorrem, segundo a agenda de trabalhos do Núcleo, semanalmente, e o próximo tema a ser debatido na próxima semana será álcool e drogas. Os assuntos segundo a coordenação envolvem tudo aquilo que cria conflito na família e como tudo pode ser reconstruído, de maneira que o homem possa parar e refletir, na tentativa de trazer melhora a casa e a família.
Por Tarsira Rodrigues
SupCom/ALE-RR