O parlamentar ressaltou que os consumidores dos municípios do interior do Estado são os mais prejudicados.
Defensor de uma energia elétrica segura e confiável, o deputado Izaias Maia (PTdoB) não deixou ‘passar batido’ a fragilidade do sistema elétrico de Roraima, que mais uma vez, na madrugada desta terça-feira, 23, causou transtornos aos consumidores que dependem da energia oriunda do Complexo de Guri (Venezuela), com várias interrupções.
Ele usou a tribuna na sessão ordinária desta terça-feira, 23, para fazer um alerta e chamar a atenção da bancada federal para o problema que a cada dia se agrava. Aproveitou para anunciar a audiência pública que será promovida no dia 13 de setembro, às 10h, que discutirá a problemática do sistema elétrico isolado de Roraima.
“Posso estar sendo repetitivo, mas estou alertando o Estado, quando muitos não dão importância. Quem não estava dormindo na madrugada viu que foram aproximadamente seis cortes, e vai continuar. Serão seis, 12, 18, 24, 30, 100 até cortarem de uma vez, e até agora nenhuma solução foi apontada, pelo menos que eu tenha conhecimento. A bancada federal tem obrigação de dar uma satisfação para o nosso povo, porque os apagões continuam acontecendo”, disse.
Ressaltou que os consumidores dos municípios do interior do Estado são os mais prejudicados. “Não queiram saber o que passam as pessoas que moram no interior por falta de energia”, lamentou. Ele disse ainda que a energia elétrica oriunda do Linhão de Tucuruí (PA) não chegou a Roraima porque os índios da reserva indígena Waimiri-Atroari ainda estão saudosistas pela morte do sertanejo indigenista, José Porfírio de Carvalho.
“Os aproximadamente 1.700 índios da etnia Waimiri-Atroari estão tristes, e as autoridades estão esperando passar a tristeza dos índios por causa da morte do líder indigenista. Agora a empresa pediu afastamento e quer R$ 450 milhões em indenização. O que dizem é que o serviço passou para a Eletrobras, e se a Eletrobras trazer essa energia de Manaus para Roraima, do jeito que ela fornece energia para Boa Vista, aí estaremos fritos, pois é um dos piores serviços da Eletrobras prestados em todo o Brasil”, disse.
Maia destacou que fez a parte dele, ao protocolar junto à Casa o pedido de audiência pública para debater o sistema elétrico. “Fiz a minha parte e no dia 13 de setembro, às 10h, a sessão plenária será transformada em sessão geral para discutir o tema energia pública em Roraima. Acho que a bancada federal, deputados e senadores, deveriam fazer a mesma coisa. O momento é de união”, afirmou.
VENEZUELA – O parlamentar voltou a chamar a atenção também para a situação da imigração venezuelana em Roraima, que está transformando o Estado em verdadeiros bolsões de pobreza. Ele acredita que no próximo censo a população de Boa Vista passará de 600 mil para 1,200 milhão de habitantes, em função da imigração.
“Se brincar, brevemente teremos a população de Manaus, de 2,5 milhões, em um Estado do contracheque, que não tem empresa, polo industrial, energia elétrica confiável e que está envolvido em vários problemas. Não vemos ninguém fazendo e falando nada para mudar a situação”, ressaltou, ao dizer que lamentará não terem sido tomadas medidas enérgicas para evitar este transtorno.
Izaias reforçou que não é contra a imigração, mas citou a situação da Rodoviária Internacional de Boa Vista. “Quem chegar às 21h na Rodoviária, não entra para usar os banheiros porque quem manda são os venezuelanos que estão deitados, e eles ainda se opõem contra a população (brasileira). Eles não deixam as pessoas transitarem e não se vê a presença do poder público”, disse, ao sugerir que os imigrantes venezuelanos sejam colocados no Ginásio Senador Hélio Campos e no Estádio Canarinho.
O deputado George Melo (PSDC) ressaltou que a imigração está virando caso de segurança pública. “Se essas pessoas que estão vindo para cá, fragilizadas, e aqui não tem regras, vai virar uma bagunça. Então é preciso que a gente cobre das autoridades estaduais e federais para que isso seja coibido. A população de Roraima tem que ter segurança”, disse o parlamentar.
Por Marilena Freitas
SupCom/ALE-RR