Doe um minuto, salve uma vida. Este é tema da Campanha Setembro Amarelo que está dando o tom dos trabalhos em todo o Brasil e em Roraima não é diferente. Na manhã desta segunda-feira, 25, uma audiência pública para tratar sobre o tema foi realizada no plenário Valério Magalhães da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), que reuniu diversas instituições parceiras, além da sociedade civil.
O evento teve como resultado a avaliação da carta aberta elaborada em 2016, para identificar os avanços que ocorreram e sugerir um plano estadual para elaboração de políticas públicas que possam prevenir tentativas de suicídio em Roraima. As discussões foram conduzidas pelo deputado Evangelisa Siqueira (PT), que também é autor da lei estadual que criou a Semana de Valorização da Vida e Combate ao Suicídio.
Siqueira acredita que a informação e o diálogo são os meios mais eficientes para prevenir o suicídio. “O objetivo é falar sobre o problema, pois somos o segundo Estado proporcionalmente em casos e precisamos combater discutindo. A audiência foi realizada com intuito de reunir autoridades relevantes ao tema e juntos encontrarmos saídas por meio de sugestões de políticas públicas”, disse.
Ele comentou ainda que o objetivo maior do Setembro Amarelo está direcionado a identificar o problema por meio das situações de risco, com foco na sensibilização. “A vida precisa ser vivida independente dos problemas”, frisou Siqueira.
A promotora de Saúde do Ministério Público Estadual, Jeanne Sampaio, participou do evento e disse que é preciso mobilizar órgãos públicos e privados, além da sociedade em geral, para alcançar resultados. “Levar informação às pessoas, para que munidas de conhecimento possam evitar e diminuir a incidência desses casos que ceifam vidas na nossa sociedade, cada pessoa tem o seu valor e segundo estudos nacionais, 90% dessas mortes podem ser evitadas se houver a intervenção oportuna”, ressaltou a promotora.
A representante da Câmara Técnica de Psiquiatria do Conselho Regional de Medicina em Roraima (CRM), Raquel Pereira, também participou dos debates. Ela falou sobre o protocolo que está sendo desenvolvido pelo Conselho, que pretende organizar a atuação dos médicos que atendem em emergências de hospitais públicos no Estado. A intenção segundo ela é qualificar esses profissionais com técnicas de prevenção e acolhimento.
“Isso é para darmos um suporte maior para os pacientes que possuem ideias suicidas ou que tentaram suicídio de fato. Atualmente o único hospital que dispõe do profissional psiquiatra de plantão é o Hospital Geral de Roraima (HGR), mas a ideia é estender essa atuação de psiquiatras nas emergências a outros hospitais”, detalhou Raquel.
A estudante de psicologia Ana de Araújo, 25, que mora no estado de Amazonas (AM), disse que quando ouviu falar sobre a audiência por meio da imprensa local, resolveu participar. “É um debate importante e nós não podemos deixar de participar e adquirir conhecimento. Fico feliz em ver o poder público e sociedade discutindo juntos para elaborar políticas de atuação”, completou.
Este é o segundo ano em que as instituições se unem para realização do Setembro Amarelo em Roraima. A programação continua no dia 30, com a II Caminhada pela Vida, às 17h, com saída da Praça Fábio Paracat.
Tarsira Rodrigues