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Governadora pede cancelamento do SIF e deputados não poupam críticas

O deputado George Melo (PSDC) usou a tribuna na manhã desta terça-feira (26) para fazer críticas ao Governo do Estado por requerer junto ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) o cancelamento do selo SIF (Serviço de Inspeção Federal) nº 2040, inviabilizando futuras exportações de carne para outras unidades da Federação e países, uma vez que Roraima recebeu este ano o selo livre da aftosa.

O pedido foi feito no dia 22 deste mês, conforme documento lido no plenário da Casa. No entendimento de George Melo, essa ação governamental é um ‘golpe’ certeiro nos pecuaristas que lutaram, junto com o senador Romero Jucá (PMDB), para ter Roraima livre da aftosa e, assim, exportar carne para o mercado caribenho, que tem 17 milhões de habitantes. “O governo do mal é o da governadora Suely Campos (PP), que conseguiu colocar uma ‘espada no peito’ de todos os nossos produtores e pecuaristas. Esses pecuaristas asseguraram a nossa fronteira e foram responsáveis por toda a economia do Estado. Conseguiram através do senador Romero Juca tirar Roraima da aftosa. E o quê fez a governadora sabendo que o mercado caribenho compra em dólar, que tornaria os pecuaristas autossuficientes, e que Roraima no próximo ano estará livre da aftosa? Arrancou o SIF para entregar nas mãos de meia dúzia de pessoas para controlar a carne”, analisou o deputado, ao salientar que o MAPA determinou adequações ao Mafir (Matadouro Frigorífico de Roraima).

O deputado Marcelo Cabral (PMDB) disse ter ficado surpreso com a medida do governo. “O SIF é para exportar carne, e ela [a governadora] não está deixando o setor produtivo, o pequeno, médio e o grande produtor exportar. Tirando o SIF acontece o quê? Vou matar! Deixar sua carne só no mercado local, tirando a capacidade Mafir e do produtor exportar. Ela não tem compromisso com o setor produtivo que gera renda e riqueza. Quero entender como é que vai ficar melhor para o Estado. Vai se consumir toda a carne no mercado local? Está provado mais uma vez que o governo não está preocupado com o setor produtivo”, afirmou.

O deputado Jorge Everton (PMDB) pediu que o pedido da governadora junto ao MAPA seja apurado. “A gente chega a ficar assustado com determinadas atitudes do governo. Qual a verdadeira intenção do Estado em mandar um documento pedindo o cancelamento do SIF? Peço que seja feito levantamento para descobrir qual a verdadeira intenção. Tem algo estranho e precisa ser analisado com profundidade, porque é um ato criminoso para com o produtor do nosso Estado”, ressaltou.

O deputado Jânio Xingu (PSL), que faz parte da base aliada do Governo na Assembleia, defendeu a medida tomada pela governadora, alegando que tem como objetivo ajudar os pequenos e médios produtores com um selo da Aderr (Agência de Defesa Agropecuário do Estado de Roraima), e assim, ‘tirá-los do jugo dos grandes pecuaristas’, que estariam controlando o mercado da carne. Ele ainda acusou a Delegacia de Agricultura de agir em consonância com o interesse dos grandes produtores. “O Mafir foi fechado pela Delegacia da Agricultura para fortalecer o Frigo 10, que são dez pessoas que se dizem do setor produtivo do Estado e que querem criar o monopólio da carne em Roraima. A governadora, sabiamente, pediu o cancelamento do SIF porque já está suspenso pelo Ministério da Agricultura, para que possa o Estado dar o selo e atender os pequenos e médios produtores de gado, para não ficarem não mão de meia dúzia de exploradores, onde um quilo de carne vai passar de 30% para 40%”, rebateu.

Xingu justificou que toda essa manobra em torno do fechamento do Mafir seria para garantir a hegemonia dos grandes pecuaristas. “Eles [pecuaristas] querem logo operar a Lei 215/98, comprar tudo sem pagar ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Só eles podem, o José da vicinal 8 e o Antonio da Vicinal 12 de Rorainópolis não podem, mas eles podem roubar o Estado, sonegar imposto. O Governo não errou nessa medida. Quem atropelou essa história foi o Governo Federal e não preciso falar de onde veio essa apunhalada”, afirmou ao ressaltar que já reuniu 300 agricultores para criar uma associação e que a Aderr dará um selo para atender o pequeno, médio e grande produtor.

Marilena Freitas

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