A declaração do Ministro da Justiça, Torquato Jardim, publicada nesta segunda-feira, 30, no blog do jornalista Josias de Souza, sobre o desvio de R$ 3,5 milhões destinados à construção e ampliação de presídios de Roraima, motivou o deputado Jorge Everton (PMDB), que foi relatou da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Prisional, a usar a tribuna para dizer aos demais pares que ainda há tempo para fazer alguma coisa em favor do Estado, baseado no relatório apresentado pela CPI. A matéria pode ser consultada no endereço eletrônicohttps://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/author/josias/
“Subo à tribuna para falar que mais uma vez Roraima ocupa as páginas nacionais, mas não de forma positiva. O ministro da Justiça, numa reunião que aconteceu no Acre (AC) com vários governadores, afirmou que Roraima é caso de polícia, se referindo aos recursos de R$ 44,7 milhões, encaminhados pelo Governo Federal para que o sistema prisional tivesse investimento adequado. O próprio ministro afirma que o Ministério Público Federal (MPF) já está apurando o desvio de R$ 3,5 milhões e que o Departamento Penitenciário Nacional vai instaurar uma tomada de contas especial”, disse ao ler a matéria.
Para Jorge Everton, a declaração do ministro não é novidade para as autoridades de Roraima e nem tão pouco para a população, que sofre na pele a insegurança diária pela fragilidade do sistema prisional. “Isso falamos na CPI do sistema prisional, deixamos claro no relatório. Qual é o gestor que paga R$ 3,5 milhões sem licitação, sem empenho, sem contrato e sem execução da obra. Isso é roubo! Saquearam os cofres públicos, só que dessa vez meteram a mão no dinheiro federal, e o buraco é mais embaixo”, afirmou.
A declaração do ministro é um alento ao parlamentar. “Tenho a convicção que não foi em vão meu trabalho. Como relator da CPI do sistema prisional fiz o meu papel e exerci o que o eleitor pediu que eu fizesse, que foi apurar, investigar”, afirmou Jorge Everton, ao lembrar que na época foi acusado de fazer um relatório baseado em factoide político.
Defensor implacável da abertura de impeachment contra a governadora Suely Campos (PP), o parlamentar aproveitou a notícia publicada em âmbito nacional para pedir aos pares que revejam o relatório da CPI. “Espero que essa Casa não silencie e que dê a resposta que a sociedade pede. Sinceramente foi um ano duro de trabalho, mas muito recompensador porque as pessoas estão vendo. Quero destacar que, infelizmente, a governadora estava presente na reunião e sequer se pronunciou. Como é que o delegado Uziel de Castro Junior, que desviou R$ 3,5, com provas suficientes e todos têm conhecimento, continua exercendo funções e sequer foi aberto um procedimento para apurar? Isso é conveniente para a governadora e é isso que a sociedade não aceita”, reforçou.
Marilena Freitas