Com diferentes formas e intensidades, a violência doméstica e familiar contra as mulheres é algo presente em todo mundo. Em Roraima, para lembrar e provocar uma reação da sociedade para o combate a esta prática, a Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa de Roraima, realizou na Praça Fábio Marques Paracat, no Centro de Boa Vista, na noite dessa quinta-feira, 7, a ação ‘A Vida Pede Passagem com Arte’, em alusão aos ‘16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher’.
O evento que usou a arte como ferramenta, apresentou mulheres reais vestidas de noivas, domésticas, juízas e médicas, que seguravam letreiros com frases do tipo: ‘até que a morte nos separe’ e ‘todo mundo me vê como uma mulher inteligente e empoderada. Ninguém imagina a violência moral e psicológica que sofro em casa’, para demonstrar que a violência pode ocorrer em qualquer fase do relacionamento e em todas as classes sociais.
A procuradora adjunta, Sara Patrícia Farias, explica que esta atividade acompanha um calendário mundial e que o Estado não poderia ficar de fora, levando em consideração o importante trabalho que a Procuradoria exerce por meio do CHAME (Centro Humanitário de Apoio a Mulher). “Estamos incluídos nesta campanha internacional e hoje (quinta-feira) a programação foi completamente voltada à população”, afirmou.
A cuidadora Rayane dos Santos, 26, cresceu em um lar onde presenciava situações de violência familiar e ficava sem saber a quem recorrer para pedir ajuda, e ações como esta, segundo ela, servem para que a população saiba como se defender. “Soube do evento pela televisão e redes sociais e estou achando uma boa oportunidade para todos ficarem atentos, principalmente aqueles que não sabem a quem recorrer ou onde buscar ajuda. Muitas vezes a violência fica oculta e a mulher esconde com medo do julgamento da família e amigos o que a prejudica e pode levar até a morte. Ótima iniciativa e que isso continue sempre”, elogiou.
A procuradora especial da mulher, deputada Lenir Rodrigues (PPS), reafirma que o evento em uma praça pública, é justamente para que o trabalho que vem sendo desenvolvido nestes 16 dias chegue o mais próximo possível da população. “É para chamar a atenção das pessoas contra o Feminicídio [assassinato de mulheres] e contra qualquer tipo de violência. Nossa meta é chegarmos à Paz social, principalmente no que diz respeito à proteção da mulher”, completou a procuradora especial.
Durante a programação ocorreram recitais de poesias, peças teatrais, música e o coral da ADVIRR (Associação dos deficientes visuais de Roraima). Ainda estão previstas outras ações para encerrar as atividades no dia 10 de dezembro, Dia Mundial dos Direitos Humanos.
Por Tarsira Rodrigues
SupCom/ALE-RR