A escola Estadual Gonçalves Dias, localizada no bairro Canarinho, zona Leste de Boa Vista, será a terceira instituição de ensino a receber o projeto ‘Educar é Prevenir’, desenvolvido pelo Núcleo de Promoção, Prevenção e Atendimento às Vítimas de Tráfico de Pessoas da Procuradoria Especial da Mulher, da Assembleia Legislativa de Roraima.
Na próxima segunda-feira (5), pela manhã, a unidade de ensino receberá da equipe do Núcleo o material a ser trabalhado durante uma semana, como as caixas-jaula, folders, banners e cartilhas referentes aos perigos do tráfico humano na sociedade. Na terça, a equipe pedagógica e administrativa da escola será capacitada sobre o tema. Na quarta e quinta-feira, os alunos receberão informações e orientações dos professores em sala de aula.
Nesta sexta-feira (2), houve o encerramento da semana de capacitação na escola Estadual Antônio Carlos Natalino, situada no bairro Jóquei Clube, zona Oeste de Boa Vista, com uma roda de conversa envolvendo a Rede de Enfrentamento com representantes de instituições como o CREAS (Centro de Referência e Assistência Social), PRF (Polícia Rodoviária Federal), CHAME (Centro Humanitário de Apoio à Mulher), TJ (Tribunal de Justiça), Diocese de Roraima, entre outros.
“O projeto funciona uma semana na escola. Muitas vezes, eles recebem uma denúncia dentro da própria escola e ficam sem saber o que fazer porque não sabem a quem encaminhar e a capacitação é para isso, para dizer o que fazer”, contou a coordenadora do projeto Educar é Prevenir, Elizabete Brito.
A aluna do segundo ano do ensino médio, Letícia Rafaela Dias, acredita que esse tipo de capacitação é importante para ‘abrir os olhos’ dos jovens para que não caiam em ofertas para mudança de vida. “Essas informações não vemos no dia a dia, a gente fica mais informada para ter cuidados com as pessoas que chegam a nos oferecer algo”, disse a garota.
Eliziane Barbosa, 16 anos, ressaltou que o aliciamento e o tráfico de pessoas podem acontecer com qualquer pessoa, pois muitas vezes o criminoso pode estar próximo. Os passos para prevenção, segundo ela, é identificar a situação e procurar ajudar. “No caso aqui na escola, procurar a orientação, contar o que está acontecendo, e à família também”, ressaltou.
Para a professora orientadora Isaura de Souza, o ‘Educar é Prevenir’ reforçou um trabalho realizado pela escola no combate à exploração sexual, tráfico de drogas e a prostituição. “Com uma demanda de crianças e adolescentes, jovens que infelizmente estão numa fase complicada e nós, como educadores, temos que estar atentos”, complementou.
Entre as participantes da Roda de Conversa estava a representante do CREAS, Gessinara Almeida, que falou aos estudantes e servidores da escola Antônio Carlos Natalino, a atuação da instituição dentro da Rede de Proteção. “Oferecemos o atendimento especializado psicossocial a essas pessoas que sofreram com esse tráfico, embora não tenhamos identificação com tráfico de pessoas, mas já tivemos com exploração e abuso”, frisou.
A prevenção – disse Gessinara, é o caminho mais correto para enfrentar esses tipos de crime na sociedade. “Esse projeto vai orientar e vai trazer as informações necessárias para a gente identificar na própria escola. A gente sabe que o aliciador pode ser até mesmo o colega de escola e eles precisam de informação, identificar o aliciamento, saber se o colega está sofrendo aliciamento”, falou.
Por Yasmin Guedes
SupCom/ALE-RR