Parlamentar denuncia que Governo deve quase R$ 400 milhões ao Iper

Jorge Everton afirma que acionará Ministério Público para uma ação de improbidade administrativa

Foto: SupCom ALE-RR

O deputado Jorge Everton (MDB) denunciou que o Governo do Estado deve quase R$ 400 milhões ao Iper (Instituto de Previdência do Estado de Roraima). Ele afirmou que encaminhará a denúncia ao Ministério Público de Roraima (MPRR), para que seja ingressada ação de improbidade administrativa responsabilizando secretários e a governadora Suely Campos (PP).

Os valores citados por Everton são referentes à cota patronal e dos segurados relativas aos anos de 2017 e 2018 que o Executivo estadual deixou repassar aos cofres da instituição, que tem a atribuição de cuidar da aposentadoria dos servidores estaduais. Mensalmente é descontado da remuneração do servidor 11% para a previdência; e por lei o Executivo tem que repassar 14% da cota patronal.

Os dados apresentados mostram que em 2017 não foram repassadas R$ 69,4 milhões, sendo R$ 42,2 milhões da cota do segurado e R$ 27 milhões da patronal. Este ano, a dívida da cota patronal é de R$ 74 milhões, enquanto do segurado é de R$ 55,8 milhões, apesar dos valores terem sido descontados no contracheque dos servidores.

“A dívida do Governo para com o Iper é de R$ 367.155.786,35. Esses valores deixaram de ingressar nos cofres do Instituto e de serem rentabilizados através das aplicações financeiras. Portanto, estamos falando aqui de um duplo prejuízo aos servidores públicos”, denunciou o parlamentar.

Para Jorge Everton, o que chamou de caos instalado no Estado é reflexo da má gestão, despreparo da equipe governista na organização das contas públicas estaduais e do desrespeito às leis, inclusive às determinações judiciais ao afastamento dos gestores de determinadas secretarias.

“Podemos atribuir parcela desse fracasso ao costume desse governo em realocar secretários afastados em outras secretarias. O exemplo mais recente dessa prática é a nomeação do já, duplamente afastado, Shiská Palamitshchece, para a Sefaz [Secretaria da Fazenda]. O Iper tem como diretor Josué dos Santos, que após cometer diversos desmandos à frente da Sejuc [Secretaria de Justiça e Cidadania], foi afastado, o que caracteriza um atentado à moralidade pública”, enfatizou.

Ao falar da má administração o parlamentar levantou o debate sobre os concursos públicos anunciados pelo Estado. “O anúncio de novos concursos públicos é meramente eleitoreiro e causa espanto, pois o Governo não consegue sequer honrar o calendário de pagamentos dos salários e dos encargos do Iper e dos empréstimos consignados dos atuais servidores, como farão para pagar os encargos e salários dos novos servidores?”, questionou, ao afirmar que o Governo deve primeiramente colocar as contas em dia, realizar uma reforma administrativa para depois promover concursos públicos.

O parlamentar defende uma atuação mais contundente do Ministério Público e do Tribunal de Contas. Se não houver interferência, Everton acredita que a marca dessa gestão será a falência do Iper. “Isso será muito negativo para os servidores efetivos, pois no momento em que mais precisarem, ficarão sem recursos na hora da aposentadoria”, concluiu.

 

MARILENA FREITAS

SupCom ALE-RR

Deputado alerta que Roraima pode ficar sem energia elétrica

Na tribuna, Izaias Maia repercutiu matérias locais e nacionais sobre possível corte do fornecimento de energia

Foto: SupCom ALE-RR

Na sessão ordinária desta terça-feira (4), o deputado Izaias Maia (MDB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Roraima para alertar sobre a situação da energia elétrica no Estado. Durante o discurso, o parlamentar citou trechos de reportagens nacionais e locais que noticiaram sobre um possível corte no fornecimento para o Estado, que não é interligado ao sistema nacional.

Conforme Izaias, os problemas relacionados à imigração e o momento da campanha eleitoral são importantes para o Estado, mas é necessário que as autoridades também se preocupem com o setor elétrico. “Um assunto importante é o linhão de Tucuruí. Se licenças forem expedidas, as torres serão concluídas em 2021, as obras estão paradas desde 2013 e mesmo assim a licença ainda não vai autorizar a construção das torres na área indígena, impossibilitando a chegada da energia a Roraima”, destacou.

O deputado criticou a ausência do Governo Federal na resolução da questão. “Todas as promessas feitas pelo Governo Federal não foram cumpridas, tivemos um exemplo aqui há poucos instantes com várias interrupções de energia, e eu acho que está na hora das autoridades federais, porque a área é federal, tomar providências”, ressaltou.

O parlamentar citou uma matéria do jornal Folha de Boa Vista, sobre as obras do linhão de Tucuruí. De acordo com a reportagem, a ideia é que a obra parada desde 2013 possa ser iniciada na área não indígena enquanto se negocia a licença ambiental para a colocação das torres na reserva indígena Waimiri Atroari.

Outro trecho de reportagem lido pelo parlamentar, repercutido pela imprensa nacional, diz respeito à ameaça de corte do fornecimento de energia elétrica. O deputado citou o prazo de 90 dias que a estatal venezuelana Corpoelec deu ao governo brasileiro, para receber a divida acumulada em pouco mais de US$ 30 milhões (dólares) pelo suprimento ao Brasil.

O deputado finalizou alertando para o corte definitivo da energia a qualquer momento, ressaltando que é preciso união para que providências sejam tomadas. “O negócio está se acabando ninguém toma providência. A situação é complicada, volto a dizer, o momento é de união”, finalizou.

SEGURANÇA – Também na sessão desta terça-feira (4), ao usar a tribuna, o deputado estadual George Melo (DC) defendeu o uso de servidores do ex-Território para reforçar a segurança ostensiva.  O parlamentar justificou que a criminalidade tem crescido no Estado, enquanto, segundo ele, há servidores preparados, que já serviram ao Estado enquanto este ainda era Ex-Território, e que podem contribuir com a segurança pública. Segundo o parlamentar, o assunto será discutido nas comissões da Casa para em seguida ser encaminhado para apreciação em plenário.

JÉSSICA SAMPAIO

SupCom ALE-RR

Professores de coral dos núcleos da ALE-RR se qualificam em workshop

Instrutores de seis municípios se qualificam para ensinar os alunos a lerem partituras

 

Foto: Lucas Almeida/SupCom-RR

 

Os professores responsáveis pelos corais nos seis núcleos da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima (ALE-RR) participam do Workshop Leitura Musical nesta segunda e terça-feira (3 e 4), realizado pelo Programa Abrindo Caminhos em parceria com o maestro Zacarias Fernandes.

A oficina de dois dias irá qualificar os instrutores para que, posteriormente, ensinem aos coralistas do Programa Abrindo Caminhos a ler partituras musicais. Esse é o terceiro circuito de treinamento, uma parceria com o projeto Amazônia em Coro, desenvolvido pelo maestro na região Norte.

 “A ideia do projeto é fazer com que todos cantem em coro. Nas duas primeiras etapas trabalhamos a técnica vocal e a sonoridade, e agora o solfejo, para uso da partitura como ferramenta no desenvolvimento do trabalho musical”, explicou o maestro.

Zacarias Fernandes salientou que a música é uma linguagem, e que, na medida em que o profissional qualificado identifica os sinais, tudo fica mais rápido. Ler uma partitura, disse o maestro, é o maior legado que um professor pode deixar ao aluno. “Além de ser mais eficiente para a própria formação deles e dos coralistas, é algo enriquecedor porque a educação liberta, dando autonomia ao coralista, que poderá pegar uma partitura e cantar uma música que nunca tenha visto”, detalhou.

O maestro tem 40 anos de experiência no ramo musical e já atuou como regente do Coral do Teatro Amazonas. “Essa é mais uma experiência renovadora, principalmente porque vejo no olhar dos instrutores uma sede de conhecimento. Compartilho meu conhecimento e aprendo muito com eles. Já saio daqui pensando no próximo encontro”, disse.

Com mais de 20 anos na área, a maestrina Renata Morais comanda o Coral do Núcleo da Assembleia em Mucajaí, a 51 quilômetros de Boa Vista, com 50 crianças de 7 a 17 anos. Ela também dá suporte aos corais dos demais núcleos.

“O mais mágico dessa capacitação é transmitir todo esse conhecimento para as crianças, porque a leitura musical é universal, podendo o coralista cantar em qualquer lugar do mundo. A música é encantadora”, afirmou.

O instrutor do coral formado por 60 crianças de Alto Alegre, Johnny Dantas, disse que o aprendizado obtido no workshop está sendo enriquecedor. “Apreender com uma pessoa que é reconhecida no Brasil e fora do país é muito importante, pois vai facilitar na hora de repassar para as crianças”, salientou.

 

 

MARILENA FREITAS

SupCom ALE-RR