Aulas de música mudam a rotina de crianças e jovens em Iracema

Além das técnicas musicais, alunos desenvolvem disciplina, postura e melhoram o desempenho escolar

Foto: Lucas Almeida/SupCom ALE-RR

Localizado há 93 quilômetros da capital Boa Vista, o município de Iracema conta com um Núcleo da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), onde 70 crianças e adolescentes fazem aulas de canto coral. Esta é uma das modalidades disponibilizadas na região pelo programa Abrindo Caminhos.

Os pequenos coralistas não medem esforços. Os irmãos Jaqueline e Juliano Casaril, de 7 e 11 anos, moram na área rural de Iracema e juntos com a mãe, Marlene dos Santos, percorrem 18 quilômetros para ir aos ensaios.

“Duas vezes por semana trago eles e já é possível ver o resultado: eles já chegam em casa com disciplina, postura e estão bem mais aplicados nos estudos. Estou gostando bastante”, ressaltou a mãe.

Os filhos também estão aprovando as aulas, Juliano Casaril, estuda no período da tarde e sai direto da escola para a aula de coral. “Eu gosto de cantar, fazer amigos e também do tempo que nós temos para brincar e nos divertir aqui. Toda semana vir para as aulas de coral é a hora mais esperada da semana”.

Quem também está animado com as aulas é Guilherme Aguiar, de 12 anos. Ele frequenta a turma há dois meses e já aprendeu técnicas de música de maneira lúdica.  “Eu gosto do jeito que a professora ensina. A gente aprende e desenvolve a concentração”, afirmou Guilherme, que já está ansioso pelas apresentações do final de ano.

A professora Taywana Panta destaca a importância de repassar o conhecimento de forma fácil às crianças e adolescentes, entre 5 à 17 anos, que frequentam as aulas. “Eu gosto da aula mais dinâmica como a prática do solfejo [exercício para se aprender a ler notas musicais], que serve para que o aluno consiga sincronizar o canto com o corpo”, comentou.

A professora também conta que o retorno dos pais é sempre positivo, porque já conseguem notar a mudança na vida dos filhos. “Os pais me agradecem muito, porque os filhos que eram tímidos, com desempenho ruim nas aulas e agora estão mais dinâmicos, porque o canto não é só cantar, é postura, é saúde também”, completou.

APRESENTAÇÕES – Com a proximidade dos eventos do final de ano, o coral já está ensaiando para apresentações dentro no município. “Temos vários convites para o Dia das Crianças, escolas, e várias outras apresentações até o mês de dezembro”, concluiu.

Além das aulas de coral, o Núcleo da Assembleia Legislativa em Iracema atende cerca de 500 alunos pelo programa Abrindo Caminhos e Escola do Legislativo, oferecendo aulas de karatê, futebol, ginastica rítmica, informática, inglês e espanhol. A Unidade está localizada na Rua Doutor Bernardo Saião, sem número, no Centro do município.

JÉSSICA SAMPAIO

SupCom ALE-RR

ENSINO SUPERIOR – Idosos se preparam para prestar o vestibular

Lei permitiu a criação do programa Universidade Aberta à Terceira Idade, para que pessoas acima de 50 anos tenham acesso facilitado ao Ensino Superior

Foto: SupCom ALE-RR

Não é comum encontrar idosos nas cadeiras das salas de aula em universidades. Mas, em Roraima, a tendência é ter cada vez mais pessoas acima de 50 anos como alunos. Uma turma de 30 estudantes foi a primeira beneficiada pela lei 705/2009, de autoria do deputado Jalser Renier (SD), que permitiu a criação do programa Universidade Aberta à Terceira Idade na Uerr (Universidade Estadual de Roraima). Estes alunos já fazem cursos de extensão e no dia 21 de outubro, concorrerão a 20 vagas em cursos de graduação.

O projeto permite que estas pessoas possam fazer cursos de extensão gratuitos na Uerr sem a necessidade de um processo seletivo. Concluída esta etapa, a turma estará qualificada para participar do vestibular, no qual foi destinada uma vaga em cada curso.

“A lógica disso é que essas pessoas que estavam sem oportunidade de estudo retornem ao ambiente acadêmico e posteriormente, se assim desejarem, prestem um vestibular para ingresso no Ensino Superior”, explicou o reitor da Uerr, Regys Freitas.

O Programa Universidade Aberta Terceira Idade oferta cursos de extensão com duração de dois a três meses, em áreas como noções de medicina no trabalho, prevenção de acidentes domésticos, informática e economia. Para concorrer às cotas ofertadas no vestibular, o aluno tem que ter, pelo menos, 75% de presença nas aulas, ministradas todos os sábados.

NOVA TURMA – O reitor anunciou que, em breve, a Uerr lançará edital para uma nova turma, composta por 35 alunos. “Se houver uma demanda maior, verificaremos a possibilidade de abrir mais uma turma. As pessoas que vão participar a partir de fevereiro de 2019 poderão concorrer ao vestibular de 2020”.

O reitor ressaltou que essa lei não tem ligação com o Estatuto do Idoso, que considera idoso a pessoas a partir de 60 anos. “Não há obrigatoriedade, pelo Estatuto do Idoso, de se fazer reserva de vagas nem para concurso público e nem para vestibular. Com essa lei, a universidade amplia o processo de inclusão e Roraima sai na frente, possibilitando acesso ampliado ao ensino superior”, ressaltou.

Casal de idosos estuda junto para ingressar no Ensino Superior

Na sala de 30 alunos, três casais resolveram trilhar juntos uma nova trajetória rumo ao Ensino Superior. É o caso da aposentada Marlene Lopes e o marido dela, José Oliveira, que após vários anos longe dos estudos, resolveram encarar o novo desafio.

Marlene Lopes tem 64 anos, é mãe de dois filhos e avó de três netos. Natural de São Paulo, há 11 anos chegou a Boa Vista e tem a esperança de continuar os estudos. “Me faltaram oportunidades que hoje estou tendo em Boa Vista. Meu sonho é fazer o curso de Educação Física porque tem a ver comigo, pois sou muito ativa e gosto muito de esporte”, disse.

Já o marido dela parou de estudar muito jovem, logo após concluir o antigo primário, por necessidade de trabalhar. Hoje, com os cabelos prateados, voltou para a sala de aula para tentar ingressar em um dos cursos mais concorridos.

“Ao ler os jornais me percebi parado no tempo. Quando soube desse programa decidi continuar. Agora quero fazer vestibular para Direito. Quem chegou aos 50 anos, tem que entender que o caminho está mais perto e por isso não se pode parar”, afirmou.

MARILENA FREITAS

SupCom ALE-RR