JANEIRO BRANCO – Além de afetar a saúde, violência psicológica é crime e deve ser denunciada

No Chame, mulheres vítimas recebem acompanhamento psicológico, jurídico e social

Foto: SupCom ALE-RR

A campanha Janeiro Branco reserva o mês para alertar a sociedade sobre a importância dos cuidados com a saúde mental. E é justamente esta área o alvo das agressões psicológicas, principalmente em mulheres, crime previsto na Lei Maria da Penha. O combate a este tipo de violência é fundamental para promoção da autoestima e qualidade de vida.

O enfrentamento à violência psicológica contra as mulheres é uma das vertentes de atuação do Centro Humanitário de Atendimento à Mulher (Chame). O trabalho realizado pela Assembleia Legislativa de Roraima, por meio da Procuradoria Especial da Mulher, tem foco na prevenção e acompanhamento às vítimas desse tipo de violência.

De acordo com a psicóloga do Chame, Sângida Teixeira, é importante que a vítima identifique as agressões ainda no início. “A partir do momento em que no relacionamento há proibições, perseguições, limites impostos pelo agressor, é a hora de ligar o alerta. Em um relacionamento saudável não existe uma pessoa com poder sobre a outra”. Ela alertou que este tipo de situação pode desencadear outros problemas como ansiedade, depressão e transtorno de ansiedade generalizada.

A psicóloga do Chame ressalta que as pessoas próximas à mulher podem ajudá-la a identificar a violência sofrida. “É necessário que as pessoas informem a vítima que ela está sofrendo a violência, fale para ela as características, indique a ela um psicólogo, que aí um profissional poderá ajudar essa mulher”.

Atendimento

Em 2018, o Chame registrou, até o mês de novembro, 285 casos de violência psicológica, e outros 353 no ano anterior. O atendimento começa com as informações básicas às vítimas. Dependendo da situação, é prestado um serviço com psicólogas e assistentes sociais, que fazem todo o acompanhamento à mulher e, se necessário, é feita ainda a orientação jurídica.

O órgão funciona de segunda à sexta-feira na rua Coronel Pinto, nº 524, Centro. Mais informações podem ser obtidas ainda pelo Zap Chame (98402-0502) ou pelo 0800-095-0047.

Veja algumas características da violência psicológica:

  • Violência verbal: caracteriza-se por proferir xingamentos, obscenidades ou palavras que desclassificam e julgam o outro incapaz.
  • Indiferença: é o comportamento neutro, a omissão ou o descaso com a vida e as necessidades do outro, o que, por vezes, machuca mais do que o ódio declarado.
  • Intolerância ou discriminação: é o desprezo pelas características, cultura, os valores e a crença do outro.
  • Perseguição:  em causar dano ou menosprezar alguém de forma sequencial, quando não basta agredir ou ridicularizar apenas uma vez. Famoso bullying.
  • Chantagem: condicionar o bem que se pode fazer ao outro, livrar de punição ou suprir uma de suas necessidades mediante uma retribuição ou satisfação imoral para o agressor.
  • Causar dependência do outro: acontece quando uma pessoa identifica (ainda que inconscientemente) a carência afetiva do outro e usa disso para oprimir, sufocar e impor suas vontades na vida dele.

 

VIOLÊNCIA MORAL

Outro tipo de agressão não física é a violência moral. Enquanto a psicológica é qualquer conduta que cause dano emocional, diminuição da autoestima ou que prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher, a violência moral ocorre quando há calúnia, difamação ou injúria.

JÉSSICA SAMPAIO

SupCom ALE-RR

Chico Mozart quer criar política local que beneficie universitários de baixa renda

Parlamentar afirma que iniciativas que favoreçam a educação e o esporte serão prioridades em seu segundo mandato

 

Foto: SupCom ALE-RR

Esporte e Educação serão prioridades no segundo mandato do deputado Chico Mozart (PRP). Ele pretende trabalhar pelo retorno da bolsa universitária, destinada aos alunos de baixa renda, priorizando os oriundos da rede pública matriculados em curso de graduação nas instituições privadas de ensino superior.

O parlamentar afirma que a atuação dele no primeiro mandato conseguiu garantir resultados positivos, tanto no esporte quanto na educação, e que por isso pretende dar continuidade a esse trabalho. “Acredito que muitos jovens precisam apenas de uma oportunidade para conquistar o diploma e um emprego e a Assembleia Legislativa tem papel fundamental nesse processo”, disse.

Sobre a atual situação do Estado, Mozart enfatizou que há uma intenção no novo governo, no entendimento dele, de promover mudanças e mostrar à sociedade que é possível desenvolver o Estado. “É importante fazer o levantamento das falhas. Com diálogo e uma força tarefa, juntos podemos resolver esses problemas”, acredita.

O parlamentar pontuou que a segurança pública também deve ser priorizada. “Não se consegue ir para escola, ver pessoas dedicadas ao trabalho sem segurança pública. Acredito que esses pontos também serão prioritários para o Legislativo”, analisou.

Chico Mozart tem 38 anos, é formado em Direito, e ocupará o cargo de terceiro vice-presidente da atual Mesa Diretora. Foi reeleito com 3.777 votos para o mandato de 2019 a 2022. De 2015 a 2018 fez parte das comissões de: Educação, Desportos e Lazer; Cultura e Juventude; Saúde e Saneamento; e de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso. Antes disso, atuou como empresário e vice-diretor da Faculdade Roraimense de Ensino (Fares).

MARILENA FREITAS

SupCom ALE-RR

CONCURSO PÚBLICO – Doentes renais são equiparados a pessoas com deficiência

Pacientes com doença renal crônica poderão concorrer a vagas destinadas para pessoas com deficiência em concursos públicos

 

Foto: Alex Paiva/SupCom ALE-RR

As pessoas com doença renal crônica enfrentam limitações na vida e no mercado de trabalho em razão de seus problemas de saúde. Eles não têm os benefícios garantidos pela Lei Brasileira de Inclusão, mas em Roraima, agora poderão concorrer em concursos públicos dentro das vagas destinadas a pessoas com deficiência.

O benefício foi garantido após sanção da lei número 1.301/2019, fruto de um projeto criado pelo ex-deputado Valdenir Ferreira (PV), que equipara portadores de doença renal crônica a pessoas com deficiência em relação ao percentual legal de vagas reservadas em concursos públicos.

Manoel Cesário de Souza convive há 13 com a insuficiência renal crônica. Enquanto passava por uma das três sessões semanais de hemodiálise, contou um pouco dos desafios que enfrenta diariamente.

Antes do diagnóstico, ele sentia dores e inchaço no corpo, principalmente nas pernas, que o impediam de continuar as atividades cotidianas e no ofício de pedreiro. Hoje com 63 anos, o autônomo descobriu a doença aos 50 anos, quando um dos rins já estava paralisado e o outro tinha apenas 5% de suas funções. “Um dia eu não conseguia andar de bicicleta”, disse o pedreiro ao lembrar que caiu durante um serviço em uma obra e não conseguiu mais levantar, momento em foi levado ao hospital por familiares.

Desde então a rotina de Manoel Souza é de constantes idas ao hospital, mas isso não o impede de trabalhar. Com o passar dos anos, ele disse que se adaptou à condição de vida. “Eu me sinto bem, chego em casa e me alimento bem… um dia ‘tô’ meio fraquinho e no outro dia estou preparado para ‘enfrentar a guerra’”, disse.

Devido à idade avançada e a pouca escolaridade, Manoel não pensa em concorrer a vagas no mercado de trabalho, mas destacou que existem muitas pessoas na mesma condição que a dele, preparadas e capacitadas para exercer funções no serviço público. “Isso [a iniciativa da lei] é muito importante. Há pessoas, que fazem hemodiálise, capazes para fazer um concurso e entrar no mercado de trabalho para trabalhar e melhorar a situação”.

Atualmente, na clínica especializada onde Manoel é paciente, cerca de 250 pessoas realizam hemodiálise três vezes por semana, de segunda a sábado. Em média, o tempo do procedimento chega a três horas e meia por sessão. O tratamento filtra e purifica o sangue artificialmente e é essencial para a sobrevivência destas pessoas, uma vez que os rins não funcionam como deveriam.

Na justificativa do projeto de lei, o ex-deputado Valdenir Ferreira frisou que a proposta é inserir pessoas nestas condições no mercado de trabalho. “Muitos doentes querem voltar ao trabalho o mais rápido possível”, disse ao complementar que no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, mais de 90 mil pessoas fazem diálise, uma das formas de tratamento da insuficiência renal.

YASMIN GUEDES

SupCom ALE-RR