Dos 202 atendimentos feitos no primeiro semestre deste ano pelo (Centro Humanitário de Apoio à Mulher), 75 chamam a atenção: são mulheres que procuraram a instituição após ameaças de morte no âmbito doméstico ou familiar. Ao serem recebidas no programa permanente da Assembleia Legislativa, estas vítimas são acolhidas e orientadas a registrarem uma ocorrência policial.
O Chame faz os registros conforme as modalidades de violência contra a mulher previstas na Lei Maria da Penha – física, psicológica, sexual, patrimonial e moral – mas devido ao grande número de denúncias, passou a dividir os casos ainda em situações de violência cibernética e, mais recentemente, as ameaças de morte.
A violência psicológica continua como a primeira colocada no ranking dos crimes cometidos contra as mulheres, com 156 casos. Em seguida, está a violência física, com 106 casos, e a moral, com 97 denúncias. Os números são menores em relação ao mesmo período de 2018 (294 atendimentos), mas continuam preocupantes.
Para a coordenadora do Chame, Elizabete Brito, os 202 casos representam um quantitativo expressivo e pode ser resultado de campanhas de prevenção para empoderar mulheres a buscarem por ajuda e quebrar o ciclo de violência. “É uma demanda grande, infelizmente, mas percebemos que essas mulheres têm recebido cada vez mais informação e, com isso, têm se sensibilizado a saber que podem sair desse ciclo”.
Atendimento
Quem procura o Chame recebe atenção e acolhimento necessário pela equipe formada por psicólogas, assistentes sociais e advogadas. Da recepção, a mulher é encaminhada a uma sala onde recebe as orientações e procedimentos cabíveis para cada caso. “A gente faz essa escuta qualificada e se no caso for violência física, a gente encaminha para delegacia, se for violência psicológica, ela recebe esse suporte para se empoderar e sair do ciclo da violência”, complementou Elizabete.
Além disso, por meio de parceria com o Tribunal de Justiça, Defensoria Pública Estadual e o Ministério Público, a assistida pelo Chame pode ainda regularizar situações judiciais como pensão alimentícia, reconhecimento de paternidade, dissolução de união estável, entre outros.
Quem se identificar em uma situação de violência ou ainda a instituição que quiser solicitar uma palestra do Chame, pode procurar a instituição na rua Coronel Pinto, 524, Centro. As vítimas podem ter atendimento ainda por meio do ZapChame 98402-0502, que funciona 24 horas, todos os dias, e atende pessoas tanto da Capital quanto do Interior.
Texto: Yasmin Guedes
Foto: Eduardo Andrade/Lucas Almeida
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