A igreja também é um lugar para conversar sobre violência doméstica e legislação de proteção à mulher. Neste sábado (14), membros da igreja Adventista do Sétimo Dia, no bairro Raiar do Sol, foram orientadas pelo CHAME (Centro Humanitário de Apoio a Mulher), sobre como denunciar este crime.
O CHAME criou o projeto Mulheres Iluminadas em 2019 ao identificar que muitas vítimas de violência doméstica são evangélicas. A proposta é levar a informação até as igrejas, respeitando o contexto religioso.
A palestrante Emily Lima explicou que a violência atinge vários segmentos da sociedade, isso não exclui a igreja, onde a maior parte das ocorrências são vítimas de violência psicológica e física. “A gente vem aqui para mudar a vida das mulheres, para falar que elas não estão sozinhas, e que mesmo servas do Senhor, a gente pode continuar assim, com orientação e conhecimento.”
Para a dona de casa, Wverlane da Silva, de 28 anos, a palestra ajuda as mulheres a quebrarem o silêncio, deixar a vergonha de lado e desabafarem o que estão sofrendo. Ela faz parte da igreja há quatro anos. “Já presenciei na família e amigos [casos de violência doméstica]. Como não sabemos lidar nessa situação, devido à proximidade de parentesco, ficamos sem saber o que fazer. Mas aqui ela [palestrante] expôs como a gente pode resolver, podemos ligar para o Chame e, que há pessoas qualificadas para ajudar.”
A orientação foi solicitada pela igreja. A diretora do Ministério das Mulheres, Altiele Nunes, explica que nunca presenciou casos de violência na igreja, porém já soube de ocorrências em outras congregações. Ela enfatiza que por isso, a igreja abraçou essa orientação, para evitar este crime dentro da igreja e no dia a dia das congregadas. “É necessário essa palestra, porque vemos muitas pessoas que sofrem e não tem coragem de falar. Esse programa serve como incentivo para que as mulheres sejam motivadas, terem forças para saírem dessa violência.”
No encontro, as mulheres são informadas sobre a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06) e os tipos de violências, como a física, sexual, patrimonial, psicológica e moral. Caso seja identificado alguma mulher sofrendo com este crime a equipe realiza o primeiro acolhimento, informando o telefone e encaminhamento para o CHAME.
As igrejas ou outras instituições que tenham interesse em levar esse assunto ao público, podem solicitar essa palestra pelo telefone 98801-0522, ou ir na sede do CHAME, localizado na rua Coronel Pinto, 524, Centro.
Texto: Vanessa Brito
Foto: H. Emiliano
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