O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jalser Renier (Solidariedade), promulgou a Lei 1.387, que institui o Programa de Apoio aos Portadores de Psoríase. Apesar de a legislação ser autorizativa, ou seja, não obrigar o Estado a cumprir, ela norteia futuras políticas públicas voltadas aos portadores da doença.
A psoríase é uma doença crônica, não-transmissível, dolorosa e para a qual não existe cura. Se apresenta em manchas avermelhadas na pele, cobertas com escamas esbranquiçadas ou prateadas, que podem doer e até sangrar.
A fisioterapeuta Anielly Costa é portadora da doença há nove anos. “Minha rotina é muita hidratação, tomar banho de sol pela manhã, uso de pomadas prescritas pelo médico. E o principal de todos os cuidados é hidratar a pele”, explicou Anielly.
Além dos sintomas causados pela doença, os portadores ainda enfrentam algo maior: a discriminação. “As pessoas olham estranho pra gente, acham que é algo que vai passar pra elas. Rola muito preconceito, eu até já evitei sair de casa, eu me fechava muito. Hoje em dia eu já estou mais fortalecida, ajudo levando informações para as pessoas sobre a doença”, afirmou a fisioterapeuta.
Sintomas
Os primeiros sintomas da doença podem ser identificados por um grau leve, quando só acomete algumas áreas do corpo, como as articulações, cotovelos, joelhos, couro cabeludo e pés, como explica a dermatologista Ana Paula Vitti. “Esses sintomas podem ser tratados com pomadas, ou com algum tratamento sistêmico. Se nada disso der certo, partimos para um tratamento, mais profundo”, pontuou.
Para confirmar o diagnóstico é importante contar com o auxílio do dermatologista, especialidade médica indicada nesses casos. “Essa doença não tem cura, mas tem controle, por isso, se sentir uma irritação, vermelhidão na pele, procure um médico”, concluiu.
Programa de apoio
O autor do projeto que originou a lei é o deputado Jeferson Alves (PTB). A intenção é promover o exame para o diagnóstico e o tratamento da psoríase, o mais cedo possível, em todas as unidades da Rede Pública Estadual de Saúde.
A ideia é que além de médicos especialistas, o plano conte com apoio de representantes de associações de portadores de psoríase para desenvolver um sistema de informações e de acompanhamento pelo Poder Público de todos que o Estado tenha diagnosticado com psoríase ou que apresentem seus sintomas, inclusive com a elaboração de um cadastro específico dessas pessoas.
O plano também sugere a organização de um sistema de capacitação de profissionais da área da saúde, especialmente da Rede Pública Estadual de Saúde, como enfermeiros, clínicos gerais, dermatologistas e pediatras, por meio de cursos, treinamentos, seminários e estágios para atendimento, o diagnóstico e o tratamento dos portadores de psoríase.
Uma das metas também é estabelecer uma rede de apoio psicológico aos portadores de psoríase e desenvolver campanhas de esclarecimento da população sobre a psoríase, especialmente, sobre seus sintomas, seu tratamento e sobre os locais de atendimento para informação e encaminhamento.
Texto: Ana Lucia Montel
Foto: Arquivo Pessoal
SupCom ALE-RR