Não precisa nem ter Tik Tok para perceber o sucesso que a rede social tem feito. O aplicativo permite assistir e criar vídeos, e logo encantou jovens, adolescentes e crianças, mas deve ser usado com cautela. Apesar de ser divertido, os pais devem ficar atentos se os conteúdos acessados estão de acordo com a faixa etária dos pequenos.
Quem se diverte navegando no aplicativo é a Heloysa Silva, de 9 anos, no celular da mãe Luciana da Silva. A criança faz aulas de teatro do programa Abrindo Caminhos, da Assembleia Legislativa de Roraima. “Eu amo fazer teatro, gosto muito, muito, muito. Eu gosto do Tik Tok porque gosto de atuar, dançar e dublar. O conteúdo que eu gosto de assistir é de criança”, disse a menina.
Mas quando Heloysa criou a conta no aplicativo levou uma bronca da mãe. “Eu nem sabia que ela estava usando o Tik Tok. Foi a minha vizinha, que a filha dela também gosta de usar, que me falou que ela tinha uma conta no Tik Tok. Ela estava gravando vídeos, aí eu me espantei.”
Preocupada, a mãe conversou com a filha alertando sobre os perigos das redes sociais, como por exemplo, o risco de adultos que usam contas falsas para atrair crianças. “Eu falei sobre a pedofilia, do perigo de estar mexendo, que era para não fazer nada nas redes sem antes me comunicar”. Depois disso, a mãe redobrou os cuidados, hoje acompanha a navegação da filha nas redes sociais e controla o tempo de uso.
Cuidados
A atitude da mãe segue as orientações da psicóloga do programa Abrindo Caminhos, Adria Almeida. Para que a criança ou adolescente tenha uma experiência mais segura, é necessário que os pais ou responsáveis acompanham essa navegação.
Segundo a profissional, os pais devem controlar o tempo de consumo, exposição e se os conteúdos estão de acordo com a idade. “Então, cabe os pais dividirem essas responsabilidades de segurança, do que pode ou não pode, para que a criança fique ciente de que aquilo é perigoso, de que aquilo não é permitido. Para que ela saiba quando algo errado está acontecendo, para que ela procure ajuda dos pais.”
Outro alerta da psicóloga é que se a criança ou adolescente acessa frequentemente conteúdos inapropriados, fora da faixa etária indicada, pode ter alterações no comportamento, na qualidade de sono, socialização, agressividade e até ansiedade.
A profissional explicou que este público não tem maturidade cognitiva suficiente para lidar com alguns assuntos. “Se a criança tá consumindo muito conteúdo violento, pode haver sim uma mudança no comportamento. Ela pode ficar mais arredia, rebelde e agressiva.”
Tempo
Sobre o tempo de navegação, a profissional recomendou até uma hora por dia, para crianças de 2 a 5 cinco anos. Acima dessa idade, a exposição pode ser de duas horas por dia. Outro conselho da profissional é não permitir acesso a telas para os pequenos antes de dormir, para não prejudicar o sono.
Assuntos como estes sempre são discutidos pelos profissionais do Abrindo Caminhos. O programa da Assembleia Legislativa de Roraima atende cerca de 3 mil alunos de 5 a 17 anos. A instituição oferta gratuitamente modalidades como balé, ginástica rítmica, jiu-jítsu, jazz, informática, teatro, violão, karatê e informática.
Texto: Vanessa Brito
Foto: Eduardo Andrade
SupCom ALE-RR