Há 54 anos, Luiza Carmem Brasil, conhecida como Pepita Brasil, trouxe o Movimento Bandeirante para Roraima junto com outras pioneiras. Há 54 anos o movimento de educação não formal, sem fins lucrativos, voltado para o público infanto-juvenil, tem atuado na formação dos roraimenses, promovendo valores, o autodesenvolvimento e a vivência cidadã.
Atualmente são 630 membros – entre crianças, adolescentes, jovens e adultos voluntários – espalhados pela capital e os municípios de Alto Alegre, Bonfim, Caracaraí, Mucajaí e Normandia.
Um desses membros é a deputada Lenir Rodrigues (Cidadania), que tinha apenas 11 anos quando foi convidada pela professora de História e ex-deputada estadual, Malu Campos, a ingressar no Movimento Bandeirante de Roraima.
Na instituição, a pequena Lenir expandiu fronteiras – geográficas e mentais – despiu-se de preconceitos e desenvolveu o espírito de liderança, que hoje exerce no Parlamento.
“Por meio do Movimento conheci vários países e todas as capitais do Brasil. Ele também me trouxe consciência crítica da sociedade, me fez ser uma pessoa que pensa sem discriminar o outro, respeita a espiritualidade e a religiosidade do outro. Então esse legado, inclusive de preparar as lideranças para serem ativas na sociedade, me fez chegar ao Parlamento”, contou a parlamentar.
Como deputada, em reconhecimento ao papel do bandeirismo na vida dela e dos membros, propôs a Lei nº 1.368/2019 que institui o Dia Estadual de Aniversário da Federação Bandeirantes do Brasil, data que faz parte do calendário de eventos oficiais do Estado, comemorado anualmente no dia 13 de agosto.
A data, também em nível nacional, refere-se ao dia em que as 11 primeiras bandeirantes brasileiras fizeram a promessa de amar a Deus, a pátria e ao próximo, em 1919, no Rio de Janeiro (RJ).
A saudação universal do movimento representa essa promessa. O bandeirante levanta a mão direita com a palma para frente, com o polegar pousado sobre a unha do dedo mínimo, simbolizando que o maior sempre ajuda o menor, e os outros três dedos esticados e apontados para cima, remetendo – Deus, pátria e o próximo.
Legado individual e coletivo
Se no passado Lenir Rodrigues foi cooptada pela professora, em 1996 foi a vez dela fazer o mesmo com outros jovens, como relembra o atual presidente da organização no Estado, Edivan Assunção.
“Nós temos que agradecer a deputada, pois se estou no movimento foi a convite da professora Lenir Rodrigues, que conheci na Escola São José, em 1996. Então é muito importante o reconhecimento dos Bandeirantes no Estado, um reconhecimento a nossa história e ao trabalho que desenvolve na sociedade”, disse o presidente da entidade.
Trabalho passado de geração a geração. O pai de Camily Morais Amorim, Agripino Amorim foi quem passou o bastão para a filha. “Sou guia do grupo Petita Brasil que funciona no bairro Senador Hélio Campos. Conheço o Movimento Bandeirante desde bebê porque meu pai participa desde jovem. Entrei oficialmente quando tinha 12 anos e agora estou com 16 anos”, relatou a jovem.
Camily conta ainda que o bandeirismo a tornou ativa fisicamente, mais empática e consciente do impacto das ações dela ao meio ambiente. “Antes só estudava e ficava de boa em casa. Como bandeirante conheci novos lugares, passei a estudar o movimento e a me preocupar mais com o próximo, a cuidar dos animais e do ambiente em que vivo, juntando o lixo, reciclando. Já gostava dos animais, mas passei a entender que cada animal tem a sua função no meio ambiente”, explicou.
É que as atividades desenvolvidas procuram empoderar crianças e jovens para atuarem responsavelmente, como explica Naiara Queiroz, 34 anos. “Sou bandeirante há 22 anos. Nosso trabalho traz essa missão de ajudar crianças e jovens a desenvolver seu potencial máximo como responsáveis cidadãos do mundo”, detalhou.
A missão da instituição é ser catalisadora da mudança interna para promover a mudança externa. “Eu tomo isso para minha vida assim. A gente vai deixar o mundo melhor para as próximas gerações, deixar pessoas melhores para que o mundo se torne melhor. O Movimento está contribuindo para a sociedade roraimense há 54 anos, para as bandeiras, seus familiares e amigos no geral”, esclareceu Naiara.
Afinal, como prega aquele antigo provérbio africano: “É preciso uma aldeia para se educar uma criança”, e a dinâmica do Movimento Bandeirante assegura que nenhuma pessoa se desenvolve e muda a realidade sozinha.
Para saber mais sobre o Movimento Bandeirante
Para conhecer mais sobre o tema basta acessar o site nacional da instituição: https://bandeirantes.org.br/. O Movimento Bandeirante em Roraima pode ser contato pelo telefone: (95) 99144-4472; no endereço eletrônico: fbb.roraima@bandeirantes.org.br. Ou ainda pelas redes sociais: Facebook (@movimentobandeiranteroraima) e Instagram (@movimentobandeiranterr).
Texto: Suellen Gurgel
Foto: Jader Souza e Arquivo do Movimento Bandeirante
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