O Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR) completa neste domingo (19), 20 anos de emancipação, desde que deixou de pertencer à estrutura da Polícia Militar (PMRR). E para celebrar as duas décadas de serviços prestados à população, a Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR) vai exibir nesta segunda-feira (20) o documentário “Bombeiros de Roraima: 20 anos salvando vidas”.
O curta-metragem mostra as frentes de atuação, regiões atendidas e as histórias inspiradoras de cidadãos que tiveram as vidas salvas por integrantes do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR), além das conquistas, desafios e metas a serem atingidas.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Anderson Carvalho de Matos, disse que a autonomia financeira, administrativa e operacional foi benéfica para a instituição.
“Melhoramos nossa arrecadação, o efetivo e capacitamos melhor os nossos profissionais para dar um bom atendimento à sociedade. Nosso produto é o nosso serviço, e trabalhamos para que seja uma entrega de qualidade”, disse o comandante.
A infraestrutura conta atualmente com três companhias no interior: Pacaraima, Caracaraí e Rorainópolis. “Nossa meta é que até o fim de 2022 elas realizem todas as atividades, seja de salvamento, combate a incêndios, atendimento hospitalar e atividades técnicas, como vistorias”, acrescentou.
O coronel Edivaldo Cláudio Amaral, primeiro comandante da corporação, relembra que a instituição de hoje é resultado do trabalho dos pioneiros. “Tive a felicidade de ter muitas mãos e cabeças que lutaram por essa emancipação. A corporação deve muito a esses profissionais, por ser frutífera, com vários concursos públicos, mais que preparada para atender à sociedade. É um orgulho fazer parte”, ressaltou.
No documentário, ele relembra alguns fatos, como a estiagem em 2015. “O Corpo de Bombeiros, em parceria com a Secretaria de Agricultura, abriu mais de cinco mil cacimbas para atender os animais. Mas o melhor trabalho que o bombeiro faz não há alarde, porque se tudo está normal, é porque agiu com eficiência e presteza nas suas ações”, disse.
A participação na crise humanitária também é relembrada, quando bombeiros recolhiam imigrantes das ruas para levar para os abrigos feitos e patrocinados pelo Governo do Estado, atenuando o sofrimento das pessoas desabrigadas.
Há quase 23 anos no CBMRR, a capitã Meirilane Lima Pinheiro, uma das primeiras mulheres da corporação, contou que no início eram apenas cinco “meninas”, e com limitações impostas que só foram revistas após um curso, ministrado por uma mulher proveniente de outra instituição.
“Quando entramos, fomos recebidas pelos homens. Na época, não queriam que a gente pintasse as unhas e usasse batom. A sargento do Maranhão foi quem disse que podíamos usar, pois antes de sermos militares, éramos mulheres. Lutamos pelo nosso espaço. Olhando para trás, estou feliz com as conquistas”, afirmou.
‘Anjos’
Uma das histórias inspiradoras do documentário é da dona de casa Raynna Barroso, que teve o parto feito em casa pelo Corpo de Bombeiros. Ela conta que foi e retornou seis vezes da maternidade, por recomendação da médica, pois não era a hora do bebê nascer.
“Depois dessas idas e vindas, eu não tinha mais força. Ligamos para o Corpo de Bombeiros e, em menos de 15 minutos, eles chegaram, o que me deu uma sensação de alívio porque achava que tanto eu quanto o bebê iríamos morrer. Meu filho estava com o cordão umbilical enrolado no pescoço, e eles com todo o jeito cuidaram dele. São anjos que Deus colocou na minha vida”, disse.
Texto: Marilena Freitas
Foto: Acervo CBMRR
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