O Centro de Apoio à Família da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) encerrou na tarde desta sexta-feira (29) o curso de capacitação para a primeira turma de Auxiliar Terapêutico em Intervenção Precoce Arbitrária, destinado aos familiares de crianças autistas, com a finalidade de ensiná-los a lidar melhor com a necessidade das crianças diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A cerimônia de encerramento com a entrega de certificados contou com a presença da deputada Angela Águida Portella (PP), que é presidente do Centro e da Comissão da Pessoa com Deficiência e do Idoso do Poder Legislativo.
“A criação do Centro é resultado de uma demanda da população. Ainda existe uma grande necessidade de acolhimento a esses pais, após receberem o diagnóstico dos filhos. Eles ficam sem saber o que fazer. O Centro acolhe, encaminha e faz as intervenções das terapias multiprofissionais”, disse a deputada, ao salientar que em parceria com o Instituto de Educação de Roraima (IER), há um ano, outros cursos já foram realizados.
O coordenador do Centro, Ednaldo Coelho, explicou que o curso se destina ao tratamento de autistas de zero a cinco anos de idade. “As oficinas foram feitas para incentivar a comunicação, a interação social e acelerar a aprendizagem. Uma criança de dois anos que não tem essas terapias passa a ter o comportamento de uma criança com um ano e dois meses, e a que tem dez anos agirá como uma de quatro anos”, explicou.
Coelho ressaltou que a criação do Centro é resultado de um estudo que durou dois anos e contou com uma emenda da deputada no valor de R$ 500 mil. “Demorou porque precisávamos saber que tipo de serviços deveríamos ofertar. Aqui vamos cuidar de quem cuida do autista, e para isso vamos dar apoio psicológico e pedagógico. A criança aqui passará por uma equipe multiprofissional. E se for constatado que pode ser autista, fazemos um relatório e encaminhamos para o neuropediatra ou psiquiatra, que são os profissionais legalmente capacitados para dar o laudo de autista”, detalhou o coordenador.
A psicóloga Wislania Morais disse que o curso levou um conteúdo que fosse acessível aos pais. “A ideia é que eles aprendam como estimular no dia a dia a criança em casa, aumentando a motivação, ajudando-os a concluir atividades e a como montar outras atividades que gerem um reaprendizado”, disse.
A cirurgiã dentista, Shigiane Emiliano, contou que descobriu que o filho era autista ano passado, e que a maior dificuldade encontrada foi encontrar profissionais habilitados para ajudá-la. Por isso destaca que a iniciativa do Centro de Apoio à Família tem sido positiva.
“Essa capacitação foi importante porque como mãe vou poder ajudar mais meu filho em casa a se desenvolver. Cada pai que puder ter essa oportunidade será maravilhoso. Os autistas são pessoas capazes como nós e têm um mundo de possibilidades, podendo ser e fazer o que eles quiserem. Tendo a família apoiando e profissionais qualificados, com certeza, eles têm o mundo a ganhar”, acredita.
A servidora pública Flaviana Gomes contou que o filho dela foi diagnosticado quando tinha um ano e oito meses. “Essa capacitação foi ótima e me trouxe muito conhecimento. Para nós, pais, que ficamos com ele em casa, vamos poder exercer esse trabalho quando a terapeuta não estiver. O Centro vai me ajudar muito e também outras famílias, principalmente aquelas que não podem pagar esses profissionais”, ressaltou.
Texto: Marilena Freitas
Foto: Jader Souza
SupCom ALE-RR