A Procuradoria Especial da Mulher (PEM), da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), realizou na terça-feira (5), na sede da instituição, uma palestra aos homens que participam do Grupo Reflexivo Reconstruir.
O evento em alusão ao Dia Nacional da Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres teve como finalidade levar uma reflexão ao público masculino que já responde na Justiça por crimes contra o gênero feminino.
O comandante-geral da Polícia Militar de Roraima, coronel Miramilton Goiano, ministrou palestra abordando a temática, mostrando as consequências para a sociedade dos atos feitos no momento de raiva e destacou a contribuição da procuradoria para reverter os índices de violência contra a mulher no Estado, que ocupa lugar de destaque.
“É de suma importância esse trabalho realizado pela procuradoria porque a violência contra a mulher é um tipo de crime que muito atinge a nossa sociedade. Parabenizo esses homens por estarem abertos à mudança, a receberem esse tipo de palestra”, afirmou.
O comandante ressaltou que todo ser humano pode mudar a trajetória de vida, para isso é preciso querer essa mudança e se esforçar continuamente para atingir o objetivo desejado.
“Estou aqui como cidadão, pai e comandante da PM para falar de como podemos evitar esse tipo de violência. Existem várias formas de evitar. Esse trabalho desenvolvido é fundamental, pois a sociedade vive um momento de transformação. Acredito na transformação do ser humano, da família e do homem de forma positiva na proteção da mulher”, enfatizou.
O psicólogo do Grupo Reflexivo Reconstruir, Jadiel Ribeiro, garante que são visíveis as mudanças nos participantes durante o andamento do projeto. “Os homens que passaram pelo grupo sempre agradecem porque puderam mudar o comportamento e assumiram que precisavam dessa mudança”, disse.
A diretora da Procuradoria Especial da Mulher, da ALE-RR, Glauci Gembro, relembrou que o Grupo Reflexivo Reconstruir trata o homem agressor, e que a procura pelo projeto mostra o quanto tem dado certo. “Hoje são mais de 70 homens e já solicitamos à Vepema [Vara de Penas e Medidas Alternativas] que abra nova turma”, explicou.
Campanha
A ação da procuradoria faz parte do calendário mundial em alusão ao movimento “Laço Branco”, uma campanha que reúne homens em prol da defesa das mulheres, iniciada no Canadá em 1991.
A data foi instituída a partir de uma tragédia registrada em 6 de dezembro de 1989, em Montreal, no Canadá. Na ocasião, um homem identificado como Marc Lepine invadiu uma escola politécnica canadense, ordenou que homens se retirassem e assassinou 14 mulheres. Logo depois, suicidou-se.
A tragédia mobilizou canadenses a criar a primeira campanha do Laço Branco, e posteriormente se tornou uma ação global, em prol do fim da violência contra mulheres.
Texto: Marilena Freitas
Foto: Alfredo Maia
SupCom ALE-RR