Legenda: Mais de 70 mulheres serão homenageadas
A Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) abre, nesta sexta-feira (8), a 3ª edição da exposição fotográfica “Mulheres que Inspiram”. Sob coordenação da Diretoria de Relações Institucionais, o evento vai homenagear mais de 70 mulheres, entre as deputadas estaduais, servidoras e mulheres de fora do Parlamento. As fotos ficarão expostas durante todo o mês de março no Espaço Cultural Maria Luiza Vieira Campos.
A atividade faz parte das comemorações do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e terá, além das imagens, frases motivacionais. Segundo a diretora de Relações Institucionais, Adriana Cruz, o diferencial da exposição deste ano é a participação externa de cinco mulheres, selecionadas por meio da Superintendência de Comunicação. Elas também vão compartilhar suas histórias de vida numa série de reportagens especiais na TV Assembleia, canal 57.3.
Legenda: Diretora de Relações Institucionais, Adriana Cruz
“Selecionamos servidoras do Poder Legislativo, dos órgãos da Casa, dos gabinetes, valorizando suas histórias de vida e a forma como elas inspiram outras mulheres. A participação de mulheres da nossa sociedade é para mostrar que elas também ajudaram a desenvolver o Estado de Roraima. Para aqueles que não puderem visitar a exposição, podem conhecer a história delas por meio do nosso portal de notícias”, frisou Adriana.
A diretora disse também que o processo de fotografar as mulheres é “reconhecer, valorizar e promover a autoestima, de se cuidar, de trabalhar, de contribuir com sua vida, e mostrar para as outras como ficar bem em qualquer espaço social que esteja”. As imagens são do fotógrafo Jader Souza, com o apoio dos fotógrafos Marley Lima e Nonato Sousa.
Da sala de aula para a feira
Legenda: Luziana é formada em Letras, mas trocou a sala de aula pela feira
Luziana Carvalho, mais conhecida como Neguinha, vai ser uma das homenageadas na exposição. Formada em Letras, a paraense deixou o estado natal e migrou para Roraima com a família. Depois de trocar a sala de aula pela feira, ela divide as tarefas diárias das vendas com a mãe e outras duas ajudantes. Luziana é enfática: “a feira me escolheu”.
Ela lembra que, apesar de ter começado a trabalhar muito cedo, teve uma infância muito feliz, com todo o tipo de brincadeira que se pode imaginar. Luziana afirma que a família nunca foi rica, mas nunca passou por dificuldades. Aos sábados e domingos, ela trabalhava na feira, porque durante a semana tinha que estudar.
“Saí da sala de aula e fui para a feira. Meus alunos passavam por mim e me davam ‘oi’, brincam, vão com os pais. [Trabalhar na feira] é muito bom, é prazeroso, depois que a gente termina de arrumar tudo, compensa. Sabe aquilo que vale a pena? Por enquanto, estou nessa correria, mas sei que, no futuro, vou ter que dar uma pausa, e pergunto para a minha mãe: ‘será que vou conseguir sair da feira?’. Já tentei duas vezes e não consegui”, expressou.
A feirante comenta que a vida financeira na feira compensa mais do que estar na sala de aula. Segundo ela, dependendo da mercadoria, é possível fazer até três vezes a remuneração de um professor.
“Hoje em dia, temos inversão de valores, um professor não pode chamar a atenção de um aluno, correndo o risco de ser processado. Na feira, eu escolho meus clientes. Se me tratar mal, vou tratar mal também. Não deixo ninguém maltratar a gente”, disse.
Policial militar e o servir a população
Legenda: Debora venceu desafios para se tornar militar
Outra mulher que será agraciada com as fotos na exposição é a policial militar da Força Tática Debora Assis. O amor pela profissão começou em 2018, quando era estagiária em Pacaraima no grupo tático. Ao disputar o edital, contudo, foi reprovada no Teste de Aptidão Física (TAF), mas não desanimou. Ela insistiu nos treinos, aprimorou o condicionamento físico e conseguiu passar no edital de 2023.
“É uma rotina de treino, peso atrapalha, alimentação, descanso e rotina de trabalho influenciam. É, portanto, muita dedicação e força de vontade. Uma das melhores sensações ao realizar um serviço de excelência é ver a população grata. Um cidadão que tem um bem furtado ou roubado, quando recuperamos o bem e entregamos a ele, o agradecimento dele vale mais que qualquer outra coisa que a gente receba”, ponderou.
Os desafios da profissão são muitos, de acordo com ela. Debora declara ainda ser grata por poder representar as mulheres na instituição militar. “Quando estamos fora, parece impossível, mas quando você trabalha por isso, consegue alcançar e a gratidão é imensa. E ser exemplo para outras mulheres não dá para mensurar”, garantiu.
Texto: Josué Ferreira
Foto: Jader Souza / Nonato Sousa / Marley Lima
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