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HIP-HOP RORAIMENSE
Movimento cultural será homenageado nesta terça-feira (12) em sessão especial promovida pela ALE-RR

O hip-hop roraimense será homenageado pela Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) por meio de uma sessão especial nesta terça-feira (12), a partir das 14hh30, no Plenário Deputada Noêmia Bastos Amazonas. Na ocasião, será entregue a Comenda Orgulho de Roraima a integrantes dessa representação artística. (Confira ao final da matéria).

A iniciativa é do presidente da ALE-RR, Soldado Sampaio (Republicanos), por meio do Requerimento nº 136/2024. Para o parlamentar, que é autor de 12 das 17 indicações, a concessão da honraria é uma forma não só de valorizar o segmento, que tem ganhado destaque nos últimos tempos, como também as pessoas que fazem dele uma tendência e profissão.

‘Enquanto poder público, é nosso dever apoiar e buscar mecanismos para fomentar cultura’, declarou Soldado Sampaio, presidente da ALE – Marley Lima/SupCom ALE-RR

“A Assembleia Legislativa considera legítimas todas as formas de expressão do pensamento e da cultura. Enquanto poder público, é nosso dever apoiar e buscar mecanismos para fomentá-las. Esse estilo é uma ferramenta pela qual muitos buscam ser ouvidos e reivindicam seus direitos. Por isso, assim como outros, merece nossa atenção e respeito. Então será uma forma de retribuição a todos os que o integram”, declarou Sampaio.

O movimento já havia sido alvo de reconhecimento pelo Poder Legislativo, em dezembro de 2022. A Casa aprovou um projeto de lei, de autoria do deputado Jorge Everton (União), que declara como patrimônio cultural de natureza imaterial de Roraima a cultura hip-hop e todas as suas manifestações, como, breakdancebeatmakers, grafite, rap, MC e DJ, e ainda institui o “Dia Estadual do Hip-Hop”, celebrado anualmente em 11 de dezembro.

A Lei nº 1.792/23 autoriza o poder público, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult), assegurar e incentivar essa cultura, e realizar suas manifestações próprias sem quaisquer regras discriminatórias nem diferentes das que regem outras de mesma natureza. Além disso, proíbe qualquer tipo de preconceito, seja social, racial, cultural ou administrativo, contra seus integrantes, que são agentes dessas expressões populares e devem ter seus direitos respeitados.

Jorge Everton é autor de proposta que declara cultura hip-hop patrimônio cultural imaterial do Estado – Marley Lima/SupCom ALE-RR

“O objetivo é evitar a perseguição aos eventos de hip-hop, que torna as rodas culturais um dos movimentos mobilizadores da juventude e uma ferramenta eficaz de cidadania cultural, entretenimento e sociabilidade. Nós temos que valorizar a cultura e dar oportunidade aos jovens, e essa foi uma forma que encontrei de homenageá-los.” apontou o parlamentar, ao ressaltar que a norma intenta chamar a atenção para esta matéria de grande relevância, e colocar em prática tal garantia.

Hip-hop

Conforme o pesquisador e DJ, Eduardo Queiroz, um dos homenageados na sessão especial da ALE-RR, o hip-hop é uma importante ferramenta social que cresceu sem planejamento, reflexo de contrariedades compartilhadas em todo o mundo. Uma cultura proveniente das populações negras e latinas da periferia de Nova York, dos anos de 1970, enroupado de embates sociais, esforços de autoafirmação, crescimento das gangues e manifestos culturais. Foi somente em meados dos anos 2000 que o movimento chegou em Roraima, tendo seu nascedouro no 13 de Setembro, bairro da capital Boa Vista.

A cultura hip hop, forma de expressão artística que representa a voz da juventude urbana é originalmente composta por quatro pilares: DJing – na figura do DJ, abreviatura de Disc Jockey, até então um operador de áudio em estações de rádio; breaking – representado pelos b-boys e b-girls, que dançam o breakdance; o grafite – primeira arte urbana a ganhar popularidade entre os jovens nova-iorquinos, é representado pelo grafiteiro; e o MCing – representado pelo mestre de cerimônias e/ou rapper.

DJ e pesquisador Eduardo Queiroz – Arquivo pessoal

“Nos anos 70 para 80, quando nasceram os quatro elementos do hip-hop, o mestre de cerimônias era aquele que, tão somente, ajudava o DJ na hora de levantar o público. Ele animava a plateia, mas a figura principal era o DJ. Com o tempo, essas intervenções foram evoluindo para rimas, mas, sempre exaltando a figura do DJ. Entretanto, o MC passou a ganhar o espaço dele, com participações mais ativas nas festas. Foi aí que nasceu o rapper [ritmo e poesia]’, explicou o pesquisador.

De acordo com Queiroz, o conhecimento vem sendo difundido na ‘era da informação’, como o quinto elemento do hip-hop. “O elemento explica a diferença entre a sociedade dominante e a comunidade Hip Hop, capaz de aceder valores humanos, assumindo as diferenças, desde a linguagem até as habilidades físicas”, destaca, ao acrescentar que o rap costuma simbolizar apenas a música, enquanto o hip-hop passou a designar o termo mais geral, que inclui também dança, moda, grafite, estilo de vida e atuação política.

Breakdance no CCJuv

O breakdance, que estreou como modalidade olímpica em 2024, é ofertado gratuitamente a crianças e adolescentes do Centro de Convivência da Juventude (CCJuv), programa permanente do Poder Legislativo, todas as sextas-feiras, em duas turmas: das 14h às 16h, para crianças de 7 a 11 anos, e das 16h às 18h, para adolescentes de 12 a 17 anos.

O estilo de dança urbana, de acordo com o professor do CCJuv, Lennon Lima, traz muitos benefícios para quem o pratica. Ele será um dos agraciados na sessão especial em homenagem ao hip-hop roraimense.

Lennon Lima é professor de breakdance no CCJuv – Jader Souza/ SupCom ALE-RR

“Melhora bastante a condição física e a memória dos praticantes, devido aos movimentos repetitivos e variados que realizamos. Com isso, trabalhamos também a coordenação motora, diferenciando os movimentos dos braços e das pernas. Além disso, o breakdance promove o trabalho em equipe, pois realizamos atividades coletivas, reforçando a colaboração entre as crianças”, disse Lima.

Os homenageados

Conheça os integrantes do hip-hop roraimense que serão homenageados na sessão especial desta terça-feira (12), com a Comenda Orgulho de Roraima, pelos relevantes serviços prestados à cultura popular do estado:

Dayana Soares Araújo Paes – Daya Roraima

Eduardo Carlos Lima de Queiroz – DJ Eduardo Queiroz

Francicarlos Souza de Moraes – MC Niggaz

Francisco Alves dos Santos – MC Franc

Gabriel White Aragão dos Santos – Gabriell White

Jeferson Barros – MC B-Boy Jef

Rafaela Pinheiro Souza – Rafah Black

Ricardo Rodrigues de Aguiar – Ricks

Samuel José Perez Marbal – MC Passos

Solon Helton Borges de Lima – Helton Kabeção

Suelen Borges da Silva – B-Girl Suh

Valdinlennon Lima – Lenon Break

Indicações do deputado Soldado Sampaio

Davi Henrique de Sousa Vargas – Davi Vargas

Geovane da Silva Sousa – Geovane Sousa

Haroldo Fernandes da Silva – Doggy

Jefferson Igo – DJ Malone

Nacélio Moraes – Naná

Indicações do deputado Jorge Everton

Texto: Suzanne Oliveira e Leo Daubermann

Fotos: Marley Lima/ Nonato Sousa

SupCom ALE-RR

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