Representantes de instituições ligadas à segurança pública, proteção e acolhimento às vítimas de violência de gênero participaram, nesta sexta-feira (5), do podcast “21 Dias de Ativismo – Histórias, Proteção e Direitos”, promovido pela Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), por intermédio da Superintendência de Comunicação e o Programa de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (PDDHC).
Nele, as participantes debateram sobre a necessidade pela ampliação do debate sobre o fim da violência contra mulher, racismo, misoginia, entre outros crimes contra os direitos humanos, bem como reforçar a importância dos canais de denúncias.

A diretora da TV e Rádio Assembleia, Camila Dall’Agnol, foi a mediadora do bate-papo que iniciou com o depoimento da jornalista Adriana Araújo sobre recentes casos de crimes contra as mulheres, envolvendo, principalmente, ex-parceiros das vítimas. O conteúdo foi ao ar no Jornal da Band, na edição do dia 3 de dezembro.
“Os casos mencionados pela Adriana foram o da Tainara Souza Santos, que teve as pernas amputadas depois de ser atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro, e o da Evelyn de Souza Saraiva, atingida por cinco tiros dados pelo ex-namorado, enquanto trabalhava. Esses casos são muito fortes e revoltantes, e nos causam a sensação de que pouco ou nada avançamos nessa temática sobre conscientização e educação acerca do assunto”, lamentou Camila.

A delegada Carla Paulain, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), apontou para o fato desses casos brutais terem acontecido na semana da campanha, iniciada em 20 de novembro, com encerramento para o próximo dia 10 de dezembro.
“Você falou uma coisa muito importante, Camila, que foi o fato de que esses dados alarmantes, como o da moça que teve as pernas amputadas, ocorreram, justamente, no período dos 21 dias de ativismo. Isso demonstra que o homem ainda não entendeu a dimensão das leis e das políticas públicas, e, aí, entra o viés que a dra. Lucimara nos apresentou, que é o problema de raiz. Para você fazer nascer ou florir outro tipo de flor é difícil”, ponderou.

Ativista dos direitos humanos há mais de 30 anos, a diretora do PDDHC/ALERR, Socorro Santos, acompanha casos de tráfico de pessoas para os mais diversos fins, seja para exploração sexual, trabalho análogo a escravidão ou comércio de órgãos. Para ela, é uma luta árdua principalmente diante dos aumentos dos crimes.
“A ALERR, apesar de não ser sua principal função, foi o primeiro órgão a implantar um programa nesse sentido, no caso, o CHAME [Centro Humanitário de Apoio à Mulher]. Somos uma espécie de guardiões ao trabalharmos com essas políticas, onde muitas vezes o Estado é ausente”, ressaltou.
O CHAME completou, este ano, 16 anos de implantação e se tornou referência para outras Assembleias Legislativas no que se refere ao atendimento e acolhimento às mulheres vítimas de violência doméstica.

E para representar o programa, que é vinculado à Secretaria Especial da Mulher (SEM/ALERR), a advogada Raysa Veras falou sobre a função social do programa ao longo destas quase duas décadas de atuação em Roraima.
“É um local que não se limita somente ao acolhimento feminino. Ele vai além, com a expansão de projetos que envolvem a reeducação masculina, como o Núcleo Reflexivo Reconstruir e o mais recente ‘Cuidar para Curar’, voltado ao bem-estar psicológico de crianças que presenciaram casos de agressão dentro de casa”, acrescentou.

A violência de gênero e o racismo ultrapassaram barreiras. São problemas sociais, de Saúde e Segurança Pública que se perpetuam ao longo do tempo. A promotora de Justiça Lucimara Campaner afirmou que os casos que chegam ao conhecimento do Ministério Público Estadual de Roraima, assim como nos outros MPs do restante do País, são assustadores.
“Observamos, também, um processo de resistência aos direitos da mulher, à Lei Maria da Penha, de não aceitação da atuação feminina em espaços ocupados, tradicionalmente, por homens. Porém, ao longo dos nossos diálogos, mantemos a chama da esperança acesa, até porque existe um movimento que não se conforma com essa realidade e não naturaliza essa situação”, avaliou.
O podcast está disponível, na íntegra, na página oficial da ALERR no YouTube, e nas plataformas de áudio Spotify e Deezer.
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Texto: Suzanne Oliveira
Fotos: Alexsandro Carvalho
SupCom ALERR





