Pessoas com deficiência e pacientes de lúpus apresentam demandas ao Presidente da Assembleia

Na reunião, os deficientes auditivos apresentaram vários problemas que enfrentam no dia a dia, como falta de professores de Libras nas escolas e nos centros de formação de condutores

Um grupo de cerca de 100 pessoas com deficiência visual e auditiva e pacientes de lúpus se reuniu na tarde desta terça-feira, 25, com o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Jalser Renier (SD). A finalidade foi apresentar demandas e encontrar soluções em benefícios dessa parcela da população. O presidente da Casa, deputado Jalser Renier (SD), garantiu que irá solicitar uma reunião, com data a ser definida, com representantes do Poder Executivo, parlamentares e representantes das associações que estiveram no encontro de hoje.

A presidente da Associação de Pacientes de Lúpus em Roraima, Ilde Silva, afirmou que os portadores de lúpus precisam de transporte interurbano, intermunicipal e interestadual gratuito, porque muitos não têm condições financeiras de sair do município onde residem ou irem para fora do estado. “Como a situação da Saúde do Estado é crítica, muitos, às vezes, fazem um esforço e vão se tratar fora. Para se ter uma ideia, aqui em Roraima temos apenas um médico reumatologista para atender, e para conseguirmos esse atendimento com o profissional, às vezes, levamos até seis meses”, disse.

Outras demandas apresentadas foram: tornar de utilidade pública a associação, para que consiga fazer convênios, pois, segundo informou Ilde, o custo é alto para comprar medicamentos de urgência. “Por conta disso, temos que dar entrada pelo Ministério Público Estadual, para que obrigue o Estado a fornecer essa medicação. Tem pacientes que não podem esperar muito”, comentou a presidente da Associação de Pacientes de Lúpus, afirmando que espera um resultado positivo desse encontro. “Até agradeço ao presidente Jalser Renier por abrir as portas da Assembleia para todos nós, pois precisamos muito de ajuda”, frisou Ilde.

Na reunião, os deficientes auditivos apresentaram vários problemas que enfrentam no dia a dia, como falta de professores de Libras nas escolas e nos centros de formação de condutores, entre outras situações.

Jalser Renier listou as demandas e propôs uma audiência pública com a participação de representantes do Executivo (secretarias de Saúde e da Educação, Departamento Estadual de Trânsito, Casa Civil), quando serão discutidas essas reivindicações.

“É prudente e importante zelar pela vida do próximo, e isso é dever do Governo. Está previsto na Constituição Federal. E nós, enquanto Assembleia Legislativa, iremos incentivar essas categorias com projetos e medidas institucionais que beneficiem essas pessoas”, garantiu Jalser Renier, afirmando que dará atenção ao segmento para que as dificuldades sejam amenizadas.

Edilson Rodrigues

SupCom/ALE-RR

CHAME da Assembleia Legislativa completa oito anos com mais de 12 mil atendimentos

A deputada Lenir, coordenadora do CHAME, disse que a data é orgulho de comemoração para toda a equipe da instituição que tem como meta “erradicar a doença chamada machismo”

O Centro Humanitário de Apoio à Mulher (CHAME), órgão vinculado à Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima, completou no sábado, 22, oito anos de bons serviços prestados à população roraimense, na defesa dos direitos da mulher vítima de violência doméstica.

Durante esse período foram mais de 12 mil atendimentos realizados. A comemoração contou com uma programação diversificada que incluiu o Coral de Libras Mãos Dedicadas ao Senhor, a apresentação da cantora Débora Quatro e do Grupo Identidade Gracy, e a exibição de um documentário com 20 minutos de duração contando a história da instituição, produzido pela Superintendência de Comunicação da Assembleia Legislativa.

A deputada Lenir Rodrigues (PPS), coordenadora do CHAME, disse que a data é orgulho de comemoração para toda a equipe da instituição que tem como meta “erradicar a doença chamada machismo e contribuir para a paz na sociedade”. “O que nos dá mais tranquilidade na vida? A paz! Então o nosso objetivo maior é a paz social, a paz nas famílias. Que a mulher seja valorizada, que o homem reconheça os seus defeitos e qualidades, mas que a gente consiga ter paz na sociedade. Nosso trabalho visa o fortalecimento dos laços familiares. Não vamos a uma Vila para desfazer casamentos, mas para fortalecer as relações de uma forma correta, sempre contra um veneno, que é o machismo. Nossa luta é contra a essa postura errônea que a nossa sociedade veio adquirindo de desrespeito às mulheres”, afirmou.

Lenir lembrou que o CHAME foi criado depois de um estudo feito por uma ex-parlamentar em outras unidades da Federação. “Queremos registrar a nossa gratidão à ex-deputada estadual Marília Pinto em trazer esse projeto aqui para o Estado de Roraima. Nesses oito anos temos relatos de mulheres que estão muito bem, felizes. Nosso enfrentamento é contra o machismo que está entranhado em toda a nossa cidade”, reforçou.

A cada ano que passa as ações do CHAME são fortalecidas e ampliadas. “Em 2015 o Chame saiu da casinha rosa, na Coronel Pinto, e foi para as vilas, os municípios, áreas indígenas, para os locais onde nem mesmo as ações governamentais chegam, porque quando vai é para a sede do município e não chega àquela mulher que está na vicinal do Entre Rios. Então a ação do CHAME serve com que a prevenção, o processo educativo para a sociedade, chegue às pessoas que mais necessitem. Então estamos felizes hoje por concretizar esse trabalho. Agradecemos ao deputado Jalser Renier (SD), presidente da Assembleia, e toda a Mesa Diretora, que dá apoio para que esse trabalho chegue aos necessitados, aos mais longes lugares do nosso Estado”, disse.

Jalser, que junto com a deputada Lenir é autor do projeto que criou o Zap Chame, esteve na comemoração, citou a inauguração, no começo da semana, do Núcleo da Assembleia Legislativa em Alto Alegre, onde funciona uma sala do CHAME, e disse que o serviço será levado a todos os municípios de Roraima. “Toda mulher e família vítima de agressão terá esse amparo ofertado por meio do CHAME da Assembleia Legislativa”, concluiu.

“Chame me ajudou a resgatar a dignidade”, diz vítima de violência doméstica

O trauma existe e ainda é latente.  Mas a nova compreensão visualizada e vivenciada com o auxílio incondicional do CHAME, mudou a vida de Maria Clara Silva Dias, que hoje é servidora da instituição e acaba ajudando muitas mulheres a encararem o problema de frente, para que se tornem cidadãs livres. “Em 20 anos de agressão, perdi a minha dignidade! Mas em cinco meses o CHAME me ajudou a resgatar essa dignidade”, disse com os olhos marejados de lágrimas.

O calvário da roraimense Maria Clara Silva começou aos 21 anos quando resolveu se casar. No início, o jardim era bem cuidado e as flores eram coloridas e perfumadas, mas aos poucos essa alegria que parecia ser infinita foi desaparecendo e dando lugar às agressões silenciosas marcadas pelo olhar, seguidas das psicológicas, orais e por fim a violência física, que a cada dia era aprimorada. “No início ele não era assim, agressivo, mas depois de cinco anos ele demonstrou toda a agressividade. Quando chegava do trabalho já era me tratando mal, falava palavrões, me batia”, contou, ao salientar que o vídeo documentário em homenagem aos oito anos do CHAME a fez voltar no tempo e sentir na alma as agressões que sofreu.

A agressão sofrida por Maria Clara era quadriplicada porque os quatro filhos assistiram de perto e também eram atingidos. “Quando não temos uma pessoa para nos ajudar diante de uma violência doméstica, é muito difícil. O CHAME só vem a somar na vida dessas mulheres. Eu consegui minha liberdade há cinco meses, graças ao CHAME, pois se não fosse o CHAME estaria ainda passando pela mesma situação. Hoje, trabalho no CHAME e me orgulho disso, porque o Chame dá realmente o suporte que as mulheres precisam”, contou.

Por Marilena Freitas

Supcom/ALE-RR

Joaquim Ruiz cobra ações do Governo Federal para migração venezuelana

Para o deputado Joaquim Ruiz, “o Estado Brasileiro está de costas para o Estado Venezuelano e não tem iniciativa nenhuma de aproveitar a mão-de-obra

“Quem acompanha a mídia nacional e internacional sabe que a Venezuela está entrando numa guerra civil. Esta semana já são 22 pessoas mortas. Quem vai pagar a conta é o Estado de Roraima”. Foi o que disse o deputado Joaquim Ruiz (PTN), em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa de Roraima durante sessão desta terça-feira, 25.

Ele cobrou um posicionamento firme do Governo Federal, ressaltando que até agora, embora a mídia brasileira tenha dado destaque para a situação vivida no país vizinho, nenhuma medida na área social ou de segurança foi tomada pelo governo. “Além disso, a governadora Suely Campos (PP) deve tomar medidas enérgicas, decretar estado de emergência em todos os setores para que o governo brasileiro se acorde para uma realidade de crise sem precedentes na fronteira do Brasil com a Venezuela”, destacou.

O parlamentar informou que, diferente do Brasil, a Colômbia, que também faz fronteira com a Venezuela, já tomou todas as medidas necessárias na divisa com o país vizinho, destacando parte do exército colombiano, montando hospital emergencial, aparelho social para ser precaver do que vai ocorrer. “Já não é mais previsão, vai acontecer”, alertou.

Ruiz disse que assistiu a uma reportagem sobre a crise na Venezuela em que uma criança de aproximadamente oito anos de idade estava na fronteira vendendo goma de mascar em troca de alimento. “Ela não pedia dinheiro pelo doce, mas pão para comer porque estava com fome. Esse é o retrato da Venezuela”, lamentou o deputado.

Conforme relatou, há casos de prostituição de mulheres venezuelanas, enfermeiras, administradoras de empresa, economistas, que vieram em busca de emprego, mas não têm como se alimentar porque para se regularizar demora uns 30 dias. “Quem vai dar emprego se a pessoa está irregular?”, questionou. “Na reportagem que assisti, uma mãe de três crianças disse que o marido participou de um protesto e a Guarda Nacional o matou. Ela disse que veio para Roraima na esperança de sustentar os filhos, mas não conseguiu emprego porque precisa se regularizar e quando a fome apertou teve que vender o próprio corpo. Em seguida, as lágrimas desceram no seu rosto”, contou.

Para o deputado Joaquim Ruiz, “o Estado Brasileiro está de costas para o Estado Venezuelano e não tem iniciativa nenhuma de aproveitar a mão-de-obra para atender demanda em diversas áreas, em especial na saúde pública”. “Se o posicionamento fosse esse, poderia auxiliar os municípios do interior de Roraima e também de outros estados da Amazônia”, disse.

Durante o discurso, Joaquim Ruiz disse que “o pior ainda está por acontecer”. “As informações dos órgãos de inteligência brasileiros são gravíssimas. Já se começa a vislumbrar a chegada de irmãos venezuelanos de estados longe da fronteira, em busca da vida porque a fome se alastra e a morte se aproxima do povo venezuelano. São 300 mil homens sendo armados pelo governo do país vizinho que está formando guerrilheiros contra seus irmãos”, alertou.

Codesaima – outro assunto abordado pelo deputado Joaquim Ruiz foi sobre a decisão judicial que diz respeito aos conjuntos habitacionais que estão sob a responsabilidade da Codesaima (Companhia de Desenvolvimento de Roraima). “A situação da ação refere-se à Receita Federal, é tributo, falta de pagamento daquilo que estava vencido. O Refis (Programa de Recuperação Fiscal) está em andamento. Não se justifica uma ação desse tipo e a pessoa responsável não tomar uma providência”, disse.

Segundo ele, a Codesaima já tinha feito o Refis. “É injustificável até porque o recolhimento das prestações dessas casas populares são descontadas exatamente no dia 10, quando cai a primeira parcela do FPE (Fundo de Participação dos Estados) e alguns conjuntos habitacionais, como o Caçari, já foi quitado”, ressaltou.

O deputado disse, inclusive, que se fosse governador do estado, antes de qualquer coisa demitiria o presidente da Codesaima, diante dessa situação.

Ele explicou que é necessário apenas que a Codesaima regularize junto à Prefeitura e à Caixa Econômica Federal, todos os conjuntos que já foram quitados pelo Governo do Estado. “Isso é fácil de fazer, mas precisa vontade para fazer”, concluiu.

Por Shirleide Vasconcelos

SupCom/ALE-RR

George Melo faz críticas à administração do governo estadual

George Melo afirmou que Estado precisa agir com ações verdadeiramente sociais e benéficas voltadas àqueles que mais necessitam

O líder do Blocão na Assembleia Legislativa de Roraima, deputado George Melo (PSDC), subiu à tribuna na manhã desta terça-feira, 25, para manifestar ‘indignação’ quanto à condução dos trabalhos do Poder Executivo. O parlamentar  questionou principalmente a ida da governadora Suely Campos (PP) ao exterior neste mês de abril. “Se ausenta para outros países, como se o Estado tivesse uma maravilha. Tudo indo bem. E, quando pensamos que vai chegar um governador atento às responsabilidades de Roraima e às necessidades do povo, umas das primeiras medidas dele [governador em exercício Paulo César Quartiero], é receber o Faradilson Mesquita, como se fosse um secretário de Estado. Aliás, alguns deputados gostariam de serem recebidos como está sendo recebido o invasor de terras Faradilson. Para as ações  prioritárias o Governo não tem tempo, mas para ações criminosas, o Estado os trata como autoridades”, criticou.

Ele citou a recente ocupação de uma área próxima ao Matadouro Frigorífico do Estado, que estaria sendo comandada, conforme noticiado na mídia local, por integrantes da Federação das Associações de Moradores de Roraima (Famer), após a desocupação da área particular no município do Cantá.

George Melo afirma ainda que a desapropriação desta área, não é a solução para o problema habitacional, e que o Estado precisa agir com ações verdadeiramente sociais e benéficas voltadas àqueles que mais necessitam. “Quem ganha um salário mínimo e que honra seus compromissos para ter dignidade na sua casa, trabalha o dia todo e até hoje não tem um lote de terras neste estado, por essa classe eu não vejo o Governo brigar. Nunca fez uma ação para este povo, e isso me entristece, porque estamos vendo, as pessoas, que mereciam ser bem tratadas, sem atenção necessária”, considerou, ao completar que existem áreas tão importantes quanto à do Mafir para serem utilizadas em projetos de moradias. “Os assentamentos precisam ser feitos de maneira séria, para  quem precisa de verdade”, opinou o parlamentar.

 

Por Tarsira Rodrigues

SupCom/ALE-RR

CPI das Terras ouve proprietário da área invadida no Cantá

O impasse iniciou no dia 02 de abril deste ano, quando integrantes da Famer invadiram uma área privada destinada à produção de arroz

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga ocupações irregulares de terras em Roraima realizou a terceira reunião na tarde desta terça-feira, 25, quando ouviu o proprietário das terras recentemente invadidas no município de Cantá, interior do Estado, Michael Vogel, representante legal da Waltrópolis Empreendimento Imobiliários Ltda.

Durante a oitiva, o empresário frisou principalmente que a maioria das pessoas que fez parte deste movimento responsável pela invasão das terras que ele representa, não possui perfil de quem realmente precisa de moradia ou se encaixa em algum tipo de projeto social para tal finalidade. Ele foi mais longe e alertou: “Com essa onda de invasões, se não tomarmos cuidado, vai chegar a hora em que as pessoas [invasores] vão perder o respeito pela propriedade privada por completo e dar início ao caos no Estado”, sustentou o empresário.

Na oitiva foram questionados, ainda, pelo presidente da Comissão, deputado Marcelo Cabral (PMDB), os atos supostamente ilegais utilizados para a confecção de uma documentação falsa na tentativa de enganar as pessoas menos favorecidas durante o processo de ocupação da área pertencente a Michael Vogel.

O empresário respondeu que a única coisa que viu sobre algum tipo de documentação referente à venda das terras, teria sido em páginas de rede social dos envolvidos na invasão, e que este suposto contrato seria falso, uma vez que não possuía assinatura do representante legal.

O depoimento, conforme Marcelo Cabral, foi produtivo no sentido de identificar as pessoas envolvidas para que elas sejam investigadas de maneira criteriosa. “A CPI está começando a tomar um rumo. No depoimento do empresário, pudemos ter certeza que foi um movimento muito bem organizado. Com base nesses depoimentos, esperamos chegar a um resultado final em 90 dias e dar a reposta que a sociedade roraimense espera”, explicou o presidente da CPI.

O vice-presidente da CPI, Masamy Eda (PMDB), concordou com Cabral no quesito produtividade da oitiva. “Ele esclareceu pontos jurídicos importantes sobre a propriedade da terra, e com isso, vamos apurar para chegar a um denominador e descobrir a realidade dessa onda de invasão que está se proliferando no estado de Roraima”, completou.

O depoimento do empresário, segundo os deputados que compõem a CPI, ajudou a identificar algumas pessoas que estão por trás dessas invasões, pois foram citados pelo empresário, vários nomes que serão apurados durante o andamento dos trabalhos da Comissão.

A próxima reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga invasão de terras em Roraima está agendada para a próxima terça-feira, 2 de maio, às 15h30, na Assembleia Legislativa de Roraima.

Por Tarsira Rodrigues

SupCom/ALE-RR