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Joaquim Ruiz cobra ações do Governo Federal para migração venezuelana

Para o deputado Joaquim Ruiz, “o Estado Brasileiro está de costas para o Estado Venezuelano e não tem iniciativa nenhuma de aproveitar a mão-de-obra

“Quem acompanha a mídia nacional e internacional sabe que a Venezuela está entrando numa guerra civil. Esta semana já são 22 pessoas mortas. Quem vai pagar a conta é o Estado de Roraima”. Foi o que disse o deputado Joaquim Ruiz (PTN), em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa de Roraima durante sessão desta terça-feira, 25.

Ele cobrou um posicionamento firme do Governo Federal, ressaltando que até agora, embora a mídia brasileira tenha dado destaque para a situação vivida no país vizinho, nenhuma medida na área social ou de segurança foi tomada pelo governo. “Além disso, a governadora Suely Campos (PP) deve tomar medidas enérgicas, decretar estado de emergência em todos os setores para que o governo brasileiro se acorde para uma realidade de crise sem precedentes na fronteira do Brasil com a Venezuela”, destacou.

O parlamentar informou que, diferente do Brasil, a Colômbia, que também faz fronteira com a Venezuela, já tomou todas as medidas necessárias na divisa com o país vizinho, destacando parte do exército colombiano, montando hospital emergencial, aparelho social para ser precaver do que vai ocorrer. “Já não é mais previsão, vai acontecer”, alertou.

Ruiz disse que assistiu a uma reportagem sobre a crise na Venezuela em que uma criança de aproximadamente oito anos de idade estava na fronteira vendendo goma de mascar em troca de alimento. “Ela não pedia dinheiro pelo doce, mas pão para comer porque estava com fome. Esse é o retrato da Venezuela”, lamentou o deputado.

Conforme relatou, há casos de prostituição de mulheres venezuelanas, enfermeiras, administradoras de empresa, economistas, que vieram em busca de emprego, mas não têm como se alimentar porque para se regularizar demora uns 30 dias. “Quem vai dar emprego se a pessoa está irregular?”, questionou. “Na reportagem que assisti, uma mãe de três crianças disse que o marido participou de um protesto e a Guarda Nacional o matou. Ela disse que veio para Roraima na esperança de sustentar os filhos, mas não conseguiu emprego porque precisa se regularizar e quando a fome apertou teve que vender o próprio corpo. Em seguida, as lágrimas desceram no seu rosto”, contou.

Para o deputado Joaquim Ruiz, “o Estado Brasileiro está de costas para o Estado Venezuelano e não tem iniciativa nenhuma de aproveitar a mão-de-obra para atender demanda em diversas áreas, em especial na saúde pública”. “Se o posicionamento fosse esse, poderia auxiliar os municípios do interior de Roraima e também de outros estados da Amazônia”, disse.

Durante o discurso, Joaquim Ruiz disse que “o pior ainda está por acontecer”. “As informações dos órgãos de inteligência brasileiros são gravíssimas. Já se começa a vislumbrar a chegada de irmãos venezuelanos de estados longe da fronteira, em busca da vida porque a fome se alastra e a morte se aproxima do povo venezuelano. São 300 mil homens sendo armados pelo governo do país vizinho que está formando guerrilheiros contra seus irmãos”, alertou.

Codesaima – outro assunto abordado pelo deputado Joaquim Ruiz foi sobre a decisão judicial que diz respeito aos conjuntos habitacionais que estão sob a responsabilidade da Codesaima (Companhia de Desenvolvimento de Roraima). “A situação da ação refere-se à Receita Federal, é tributo, falta de pagamento daquilo que estava vencido. O Refis (Programa de Recuperação Fiscal) está em andamento. Não se justifica uma ação desse tipo e a pessoa responsável não tomar uma providência”, disse.

Segundo ele, a Codesaima já tinha feito o Refis. “É injustificável até porque o recolhimento das prestações dessas casas populares são descontadas exatamente no dia 10, quando cai a primeira parcela do FPE (Fundo de Participação dos Estados) e alguns conjuntos habitacionais, como o Caçari, já foi quitado”, ressaltou.

O deputado disse, inclusive, que se fosse governador do estado, antes de qualquer coisa demitiria o presidente da Codesaima, diante dessa situação.

Ele explicou que é necessário apenas que a Codesaima regularize junto à Prefeitura e à Caixa Econômica Federal, todos os conjuntos que já foram quitados pelo Governo do Estado. “Isso é fácil de fazer, mas precisa vontade para fazer”, concluiu.

Por Shirleide Vasconcelos

SupCom/ALE-RR

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