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NA ASSEMBLEIA – Autoridades discutem educação no campo durante audiência pública

A audiência pública foi proposta pelo deputado Evangelista Siqueira, após conversar com professores, alunos, e visitar comunidades.

A Educação no Campo foi o tema de uma audiência pública na manhã desta sexta-feira, 23, no plenarinho Valério de Magalhães da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima. O evento reuniu diversas entidades governamentais e não-governamentais para discutir os gargalos que impedem o fortalecimento deste segmento.

Apesar de a agricultura familiar ser defendida pela maioria das autoridades como sendo a mola propulsora do desenvolvimento do Estado, a falta de estrutura, qualidade e de políticas públicas voltadas para educação do campo foi a tônica do discurso entre os envolvidos no setor. A audiência pública foi proposta pelo deputado Evangelista Siqueira (PT), após conversar com professores, alunos, e visitar comunidades, identificando que tais localidades precisam de mais atenção por parte das instituições de ensino. “A educação no campo tem suas especificidades e a Assembleia Legislativa abre suas portas para discutir esse tema. Sabemos da importância da educação no campo e dos grandes desafios, por isso reunimos autoridades que podem ter voz e comando de ação acerca desse tema”, disse.

A evasão do homem do campo para a cidade, inclusive dos que têm formação na área do campo, é grande e preocupante. “Um grande problema que temos hoje é que o aluno formado quando chega ao campo não encontra as possibilidades necessárias e volta para a cidade. Queremos o contrário, que permaneça no campo com condições adequadas. Esperamos dessa audiência algumas indicações que farão parte de uma carta de intenção que serão encaminhadas aos órgãos competentes”, afirmou o parlamentar.

A professora Maria da Silva Mendonça, representante do Fórum de Educação no Campo em Roraima, disse que um dos gargalos é a falta de reconhecimento da educação como necessidade urgente de política pública, com o propósito também de alavancar a economia por meio do setor primário. “Defendemos a educação no campo porque acreditamos na agricultura familiar, porque queremos a permanência dos trabalhadores no campo. E isso passa pela qualidade da educação que vai da infantil à superior. Hoje a educação no campo é pontual. Queremos o reconhecimento do Estado, pois as escolas no campo ainda estão sem professores de matemática e química porque o Governo ainda não conseguiu contratar”, denunciou, ao ressaltar que essa deficiência contribui para evasão do campo, pois os pais preocupados com a educação dos filhos os envia para estudar na cidade.

O diretor do departamento de gestão do interior da Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Desportos (Seed), Adejalmo Moreira Abadi, disse que a implantação efetiva da educação no campo é grande desafio para incentivar o homem do campo. “Como é uma modalidade que vai atender as pessoas da região rural, se faz necessário estrutura com professores habilitados, para que as pessoas se fixem no campo e promovam a agricultura familiar”, disse.

A acadêmica de Licenciatura em Educação no Campo, Ediane Rodrigues, que é agricultora familiar no Projeto de Assentamento Nova Amazônia, disse não ter dúvida que a formação superior representa o fortalecimento da agricultura familiar. “Um dos problemas que temos hoje é o êxodo rural que acontece por falta de educação de qualidade nas escolas do campo, então o curso vai fortalecer porque formará alunos para atuar nas escolas rurais”, disse, ao ressaltar as dificuldades diárias da falta de recursos para manter o curso, as quais se refletem na produtividade dos alunos que enfrentam a falta de alojamento, transporte para deslocamento e alimentação para se manter na cidade por ocasião das aulas teóricas.

A professora Alessandra Rufino Santos, coordenadora do curso Licenciatura em Educação com habilitação em Ciências Humanas e Sociais e Ciência da Natureza e Matemática, ressaltou a ausência de falta de mercado trabalho para os 35 alunos com formação superior, e a escassez de recursos para manter o curso, que antes era financiado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) por meio do Programa Pró-Campo. “Embora a primeira turma tenha se formado em 2014 ainda não houve concurso público para atuarem nessa área. Muitos alunos atuam por meio do programa de iniciação à docência que Universidade Federal de Roraima (UFRR) oferece, mas falta mercado de trabalho e o reconhecimento de que o curso é importante para dar oportunidade para as pessoas que moram no campo sem graduação voltada para a licenciatura”, afirmou, ao salientar que mais duas turmas com 135 alunos estão sendo preparadas.

Por Marilena Freitas

SupCom/ALE-RR

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