O projeto Educar é Prevenir, desenvolvido pela Assembleia Legislativa do Estado de Roraima (ALERR), por meio do Núcleo de Promoção, Prevenção e Atendimento às Vítimas de Tráfico de Pessoas da Procuradoria Especial da Mulher, encerrou nesta sexta-feira, 09, as atividades em mais uma escola da Capital. Os alunos e o corpo docente da Escola Estadual Gonçalves Dias, localizada no bairro Canarinho, participaram de uma roda de conversa com a rede de enfrentamento ao tráfico de pessoas.
“Por ser uma escola muito grande as atividades foram desenvolvidas com todos os representantes de sala. Foram cinco dias de muita capacitação e reflexão junto aos professores para empoderá-los a trabalhar o ano todo, abordando sobre a exploração e o abuso sexual. Alguns professores desconheciam a questão do tráfico de pessoas e até que aqui em Roraima é rota para outros países. Agora temos 14 escolas capacitadas, distinguindo o que é o abuso da exploração sexual”, avaliou Socorro Santos, coordenadora do Núcleo.
A aluna do primeiro ano do ensino médio, Dienyfer da Silva, 15 anos, foi uma das que recebeu a capacitação. “A capacitação trouxe mais conhecimento e fiquei bem surpresa sobre o tráfico de mulheres na região. Por ser uma cidade pequena não fazia ideia que isso acontecia. Como representante da sala, vou repassar aos meus colegas o conhecimento adquirido na palestra para que fiquem mais alerta”, disse.
O aluno do 3º ano do ensino médio, Matheus Vinícius Soares de Moraes, 18 anos, avaliou a capacitação como positiva por se tratar de um assunto que passa batido no cotidiano. “É como se fosse um tabu falar sobre isso. Quem sofreu não vai falar. E por Roraima ser uma das maiores rotas do tráfico de pessoas, a gente tem que conversar mais sobre isso, porque tem muitas pessoas, com renda baixa e sonhos grandes, que caem na conversa dos aliciadores. São as pessoas mais pobres e sem conhecimento que estão vulneráveis a esse tipo de aliciamento. Isso me assusta um pouco porque a pessoa simplesmente desaparece, não se tem mais contato. Quando a pessoa morre, acabou; mas quando desaparece, a gente fica com aquele medo, não sabe se vai reencontrar, é uma angústia eterna”, analisou.
A gestora da escola Maria Leila de Sales disse não ter dúvida sobre a importância do projeto para os professores e alunos do Gonçalves Dias. “Foi muito boa a passagem do projeto porque a curiosidade deles começou no momento recebemos o material, e trabalhar em cima dessa curiosidade facilita o nosso trabalho. A equipe escolar está empolgada com o repasse do tema para os demais alunos. O projeto Educar é Prevenir será um apoio às nossas atividades, porque muitas vezes os pais já não sabem mais trabalhar, e por não terem conhecimento sobre esse tema, a rede de enfrentamento facilita para a escola, uma vez que esses problemas acabam desaguando na escola”, afirmou a gestora.
Por Marilena Freitas
SupCom/ALE-RR