O Dia do Taquígrafo, 2 de maio, foi relembrado por vários parlamentares durante a sessão ordinária desta quinta-feira, 3, que enalteceram a profissão que na Casa é exercida por nove profissionais. A história de algumas dessas servidoras do Legislativo se confunde com a própria história do Parlamento roraimense, que foi instituído em 1991.
“Quero parabenizar as taquígrafas e dizer que é uma profissão muito importante para essa Casa. Desejamos a vocês pleno sucesso e que continuem nessa função tão nobre, porque não é todo mundo que sabe a técnica”, disse a deputada Lenir Rodrigues (PPS).
O deputado Evangelista Siqueira (PT) lembrou que as pessoas têm muita curiosidade sobre a profissão, inclusive neste período por conta do concurso público da Assembleia. “Vocês são personagens de grande relevância do trabalho legislativo, porque vocês registram a história de Roraima que passa por essa Casa. Não poderia deixar passar em branco o trabalho de vocês, que estão aqui desde a fundação”, disse.
A servidora Marilin Fernandes da Silva, está há 27 anos na Assembleia. “Graças a Deus!”, exclama, ao se orgulhar da profissão. “É com muita satisfação que estou na Assembleia desde 1991 e que exerço minha profissão, que é rara e muito bonita. É interessante aprender a escrever mais rápido porque temos a técnica para abreviar e agilizar, uma função que é muito importante para os Poderes constituídos”, disse.
Marilin junto com a servidora Lucineide Coutinho de Queiroz, que também tem 27 anos de Parlamento, não têm dúvida que souberam abraçar a oportunidade que foi dada pela instituição na época, oferecendo um curso intenso de taquígrafo, com duração de 15 dias.
Com um sorriso de satisfação, Lucineide se orgulha em mostrar o amigo velho e inseparável que acompanha nesta jornada profissional. “Esse caderno é do primeiro curso de taquigrafia. Aqui está o início de tudo. Começa com o alfabeto e termina com os símbolos, palavras enormes transformadas em símbolos. Guardar esse caderno é uma forma de mostrar como amo minha profissão. Ainda lembro como se fosse hoje, que uma das lembranças mais gratificante do curso foi quando a professora fez um ditado e eu conseguiu acompanhar, escrever em símbolo e, posteriormente, fazer a tradução. Isso é maravilhoso e nos faz sentir orgulhosa de ter conseguido”.
O caderno, com páginas amareladas pelo tempo, está lá sempre ponto a auxiliar a amiga. “Toda vez que sinto alguma dificuldade, recorro ao meu caderno e vou treinar de novo. Percebo que há perda de agilidade ao usar os áudios. Mas a tecnologia nunca vai superar a taquigrafia, porque nesta existe o prazer de ter feito. Não foi a máquina”, complementou.
A gerente do Setor de Acompanhamento Taquigráfico da Assembleia Legislativa de Roraima, Cintia Xavier, lembrou que a taquigrafia é uma arte milenar, e que fazer parte do Parlamento é uma grande alegria. “Hoje temos muito o que comemorar porque registramos a história do parlamento e fazemos isso com muito amor e dedicação, apesar da história da política brasileira não está sendo comemorada como gostaríamos de registrar”, disse.
O maior desafio da profissão, segundo ela, é encontrar taquígrafos no mercado. Com o avanço da tecnologia, os cursos nessa área minguaram e são poucos os profissionais disponíveis para exercer a função, porque as pessoas têm buscado mais facilidade.
“Apesar da beleza, é uma profissão quase em extinção. Realmente a taquigrafia é algo difícil de aprender”, afirmou. Entretanto, Cintia acredita que como fênix, a taquigrafia sempre ressurgirá das cinzas por conta de vários fatores, inclusive tecnológicos.
“Quando há interrupção no fornecimento de energia, a tecnologia falha e não há como registrar. É diferente da taquigrafa que está lá para qualquer momento. A taquígrafa é algo que acresce na nossa profissão. Ser taquígrafa é sempre estar pronta para qualquer situação e em todos os momentos desempenhar com perfeição e gratidão, sem mudar nada nas palavras do orador”, ressaltou.
Concurso – Nesta legislatura a Escola do Legislativo ofertou um curso de taquigrafia aberta à comunidade. Além disso, o concurso público da Assembleia Legislativa de Roraima está ofertando três vagas nesta área.
Por Marilena Freitas
SupCom/ALE-RR