Fotos: SupCom ALERR
Em meio aos livros e demais materiais escolares que as crianças e adolescentes carregam nas mochilas, pode estar escondido um grande problema que vai afetar os pequenos na vida adulta. O excesso de peso que os estudantes carregam diariamente pode ocasionar lesões ortopédicas graves e para que o problema seja controlado ou evitado no Estado de Roraima, o deputado Evangelista Siqueira, (PT) apresentou na Assembleia Legislativa um projeto que poderá estipular o peso ‘tolerável’ a ser carregado por alunos de escolas públicas e privadas.
O parlamentar explica que a demanda surgiu a partir da necessidade de pais e mães que estão enfrentando dificuldades em escolas da Capital pela falta de estrutura ou adequação. “Fui procurado por pais de alunos que tiveram problemas com suas crianças que sentiam dores nas costas pelo excesso de peso nas mochilas. Algumas dessas situações já estão comprovadas por fisioterapeutas e ortopedistas e isso nos preocupou”, comentou Evangelista.
Para que o projeto fosse embasado por meio de pareceres profissionais especializados, Evangelista reforça que procurou a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). “Fizemos uma consulta junto a instituição, de grande respeito no Brasil, e após análise chegamos a esse projeto que visa regulamentar o peso da mochila escolar nas unidades públicas e privadas do Estado”, justificou o parlamentar.
Segundo a proposta, a criança que estiver cursando o Ensino Fundamental poderá carregar apenas 5% do que corresponde ao seu peso corporal e para os adolescentes que estão no Ensino Médio, o percentual não deverá ultrapassar os 10%. “A Secretaria de Estado da Educação (SEED) deverá regulamentar e acompanhar a aplicação quando o projeto se tornar lei”, completou Evangelista.
E para quem já teve problemas e ainda tenta contornar a situação junto às instituições escolares, quando aprovado, o projeto representará segurança para os pais e mães. O professor Osvair Mussato disse que a filha de 9 anos vinha sentindo dores nas costas por conta do peso da mochila que estava acima do que é permitido para a idade dela. “A mochila estava pesando mais de 6 quilos e ela pesa 30, então mais de 10% do peso dela. Procurei a escola e a resposta que obtive é não teria condições de resolver o problema mesmo eu apresentando o laudo”, disse pai.
Em face da parcial recusa da escola para resolver a demanda da criança, o pai decidiu procurar o Ministério Público de Roraima (MPE). “A promotora pediu que eu retornasse a escola e comunicasse que eu estive lá [no MP] e desse a sugestão para eu que mesmo levasse o material escolar dela ou que a instituição instalasse armários, porém como não há nenhuma lei no Estado que obrigue a cumprir alguma coisa nesse sentido, hoje levamos a mochila e deixamos na sala de aula, ela não carrega mais peso. Ela retornou ao médico e passou por mais sessões de fisioterapias, ainda reclama de dores, usa coletes e só tira para dormir. Foi diagnosticado que problema está ligado ao excesso de peso das mochilas”, relatou o pai.
O projeto já está em fase de tramitação nas Comissões Permanentes do Poder Legislativo. Ao final das análises deverá ser colocado em votação em plenário.
Tarsira Rodrigues
SupCom ALERR