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ENSINO SUPERIOR – Idosos se preparam para prestar o vestibular

Lei permitiu a criação do programa Universidade Aberta à Terceira Idade, para que pessoas acima de 50 anos tenham acesso facilitado ao Ensino Superior

Foto: SupCom ALE-RR

Não é comum encontrar idosos nas cadeiras das salas de aula em universidades. Mas, em Roraima, a tendência é ter cada vez mais pessoas acima de 50 anos como alunos. Uma turma de 30 estudantes foi a primeira beneficiada pela lei 705/2009, de autoria do deputado Jalser Renier (SD), que permitiu a criação do programa Universidade Aberta à Terceira Idade na Uerr (Universidade Estadual de Roraima). Estes alunos já fazem cursos de extensão e no dia 21 de outubro, concorrerão a 20 vagas em cursos de graduação.

O projeto permite que estas pessoas possam fazer cursos de extensão gratuitos na Uerr sem a necessidade de um processo seletivo. Concluída esta etapa, a turma estará qualificada para participar do vestibular, no qual foi destinada uma vaga em cada curso.

“A lógica disso é que essas pessoas que estavam sem oportunidade de estudo retornem ao ambiente acadêmico e posteriormente, se assim desejarem, prestem um vestibular para ingresso no Ensino Superior”, explicou o reitor da Uerr, Regys Freitas.

O Programa Universidade Aberta Terceira Idade oferta cursos de extensão com duração de dois a três meses, em áreas como noções de medicina no trabalho, prevenção de acidentes domésticos, informática e economia. Para concorrer às cotas ofertadas no vestibular, o aluno tem que ter, pelo menos, 75% de presença nas aulas, ministradas todos os sábados.

NOVA TURMA – O reitor anunciou que, em breve, a Uerr lançará edital para uma nova turma, composta por 35 alunos. “Se houver uma demanda maior, verificaremos a possibilidade de abrir mais uma turma. As pessoas que vão participar a partir de fevereiro de 2019 poderão concorrer ao vestibular de 2020”.

O reitor ressaltou que essa lei não tem ligação com o Estatuto do Idoso, que considera idoso a pessoas a partir de 60 anos. “Não há obrigatoriedade, pelo Estatuto do Idoso, de se fazer reserva de vagas nem para concurso público e nem para vestibular. Com essa lei, a universidade amplia o processo de inclusão e Roraima sai na frente, possibilitando acesso ampliado ao ensino superior”, ressaltou.

Casal de idosos estuda junto para ingressar no Ensino Superior

Na sala de 30 alunos, três casais resolveram trilhar juntos uma nova trajetória rumo ao Ensino Superior. É o caso da aposentada Marlene Lopes e o marido dela, José Oliveira, que após vários anos longe dos estudos, resolveram encarar o novo desafio.

Marlene Lopes tem 64 anos, é mãe de dois filhos e avó de três netos. Natural de São Paulo, há 11 anos chegou a Boa Vista e tem a esperança de continuar os estudos. “Me faltaram oportunidades que hoje estou tendo em Boa Vista. Meu sonho é fazer o curso de Educação Física porque tem a ver comigo, pois sou muito ativa e gosto muito de esporte”, disse.

Já o marido dela parou de estudar muito jovem, logo após concluir o antigo primário, por necessidade de trabalhar. Hoje, com os cabelos prateados, voltou para a sala de aula para tentar ingressar em um dos cursos mais concorridos.

“Ao ler os jornais me percebi parado no tempo. Quando soube desse programa decidi continuar. Agora quero fazer vestibular para Direito. Quem chegou aos 50 anos, tem que entender que o caminho está mais perto e por isso não se pode parar”, afirmou.

MARILENA FREITAS

SupCom ALE-RR

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