Representantes de comunidades em Normandia procuraram a Comissão de Educação para relatar as dificuldades enfrentadas por estudantes e professores
Na manhã desta quarta-feira (12), a Comissão de Educação, Desportos e Lazer, da Assembleia Legislativa de Roraima, se reuniu professores, gestores e tuxauas de comunidades indígenas da região do Baixo Cotingo, na terra indígena Raposa Serra do Sol, município de Normandia. Os representantes relataram que crianças e adolescentes da localidade estão estudando em locais improvisados por falta de estrutura nas escolas.
O relatório de visita apontou ainda uma situação preocupante: na Escola Estadual José Bacaba, por exemplo, localizada na comunidade Perdiz, as aulas estão sendo ministradas no posto de saúde e no malocão da localidade, porque as paredes da instituição desabaram.
Em outras comunidades, o relato é que os alunos estudam embaixo de árvores e em barracões construídos pelos próprios moradores. A ausência de professores e a falta de planejamento das aulas também comprometem o aprendizado dos estudantes.
Diante dos problemas apontados, o presidente da Comissão de Educação, deputado Evangelista Siqueira (PT), pediu que a deputada Angela Águida Portella (PP) intermedeie uma reunião dos indígenas com o chefe do Executivo. “Nós ouvimos essas pessoas e cobraremos explicações do Governo. Não é certo o que essas pessoas estão passando”.
Para o presidente, as demandas dessas pessoas são as mesmas enfrentadas em outras escolas do Estado. “Infelizmente o Governo do Estado anda dizendo que as aulas iniciaram plenamente, o que é uma mentira. As aulas iniciaram sim, mas de maneira muito precária”, disse.
Insatisfeito com a qualidade do ensino na região, o tuxaua da comunidade São Pedro, Clodoaldo Paulino, pediu que o Governo do Estado solucione imediatamente os problemas. “Hoje, a situação é difícil porque não temos os materiais básicos para o aprendizado, além da ausência de merenda, professores e transporte escolar”.
Segundo o tuxaua, a merenda enviada pelo Governo para atender a demanda dos alunos é insuficiente. “Para atender os 123 alunos, nos enviaram só quatro frangos para suprir a necessidade de 20 dias, essa é a nossa realidade e não tem condições”, disse.
Texto: Jéssica Sampaio
Foto: Alex Paiva
SupCom ALE-RR