Para falar das lutas contra as desigualdades raciais e violência doméstica, nesta quinta-feira (21), o Chame (Centro Humanitário de Apoio à Mulher) participou de uma roda de capoeira, evento que marcou o início da campanha internacional “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher”, que segue até 10 de dezembro. O encontro foi realizado em parceria com a Casa da Capoeira de Roraima, também em referência ao dia da Consciência Negra, celebrado na última quarta-feira (20).
O aulão de capoeira reuniu servidoras do Chame e os membros da Casa da Capoeira, no Parque Anauá. No encontro, os participantes cantaram, bateram palmas, dançaram e mostraram um pouco das lutas e as histórias carregadas nessa expressão cultural brasileira.
Para o mestre de capoeira Renato Lopes, a modalidade simboliza a luta contra o preconceito e violência. “A capoeira é uma resistência desde a criação, tem tudo a ver com qualquer resistência que tenha na sociedade, por ela ser uma luta diária”, disse, ao pontuar semelhanças simbólicas entre o que a capoeira representa e a luta das mulheres contra a violência doméstica.
Atualmente a Casa da Capoeira possui 15 membros, destes, apenas três são mulheres. Uma delas é a professora Aline Senzala, de 42 anos. Ela explica que pretende começar uma campanha para aumentar a representatividade feminina nesta modalidade. “Ano que vem vamos resgatar isso, trazer uma classe só para as mulheres, para tirar as donas de casas, essas mães, para treinar sim. O esporte te dar uma autoestima melhor para viver no dia a dia”, disse.
Programação
O Chame aderiu à campanha internacional “21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher” e vai levar a informação em escolas, empresas, na Cadeia Pública Feminina. As programações ocorrem em Boa Vista, Rorainópolis e Caracaraí. A programação incluirá ainda um sarau cultural.
“É importante ressaltar que, por mais que o Chame trabalhe na violência contra a mulher, a campanha em si não é apenas isso. Envolve outros tipos de violência como obstétrica, do feminicídio, assédio sexual e qualquer outra agressão. Vamos trabalhar em diversos locais para prevenir”, explicou a advogada do Chame, Bruna Silveira.
Texto: Vanessa Brito
Foto: H. Emiliano
SupCom ALE-RR