O direito de ir às urnas para escolher os representantes na política já foi negado às mulheres brasileiras. Mas, após muita luta, hoje elas representam a maioria do eleitorado. Nesta terça-feira (3) a instituição do voto feminino no país completa 90 anos.
Neste ano, Roraima tem 175.473 eleitoras, o que corresponde a 51,2% do total. Por outro lado, apenas 674 mulheres se candidataram, representando 35,9% do total de candidaturas, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Para mudar essa realidade, a Assembleia Legislativa de Roraima possui um Núcleo de Mulheres na Política, que incentiva esse público a participar do processo democrático, tanto para votar como para ser votado.
Outro trabalho do núcleo é o Espaço Vital. A equipe vai até as mulheres nos bairros, e promove um encontro com serviço de beleza, informação e outras atividades. Na hora das conversas, elas mostram interesse pelo assunto. “A mulher hoje está muito atenta às mudanças e às políticas sociais, e a própria mulher tem interesse em participar dos espaços de discussão, como também fazer parte da criação das políticas públicas para o público feminino,”, explicou a coordenadora do Núcleo, Antônia Calheiros.
Na hora do atendimento, o que mais precisa ser trabalhado é a autoestima da mulher, para mostrar que ela tem capacidade para assumir um cargo de liderança assim como os homens. “O nosso trabalho é nesse sentido de formar a mulher, dar uma formação política, e incentivar a concorrerem a um mandato através da informação, porque na maioria das vezes elas não concorrem por falta de informação e nós as motivamos”, concluiu Antônia.
A cientista política, Geyza Pimentel avaliou que desde a instituição do voto podemos ver avanços, como mulheres assumindo cargos de governo, prefeitura e até a presidência no país. Por outro lado, ela destacou que esse público é o menos eleito. “Não temos 30% das mulheres nas casas legislativas do Brasil, só temos a representatividade delas no processo eleitoral, agora temos que trabalhar para que elas possam ser eleitas realmente.”
Um dos pontos positivos dessa representatividade é a criação de mais políticas públicas para a mulher. “As mulheres têm muito mais sensibilidade com crianças, adolescentes, da própria violência doméstica, e representando 50% da população, nós teríamos realmente a representatividade das mulheres e teríamos um equilíbrio dentro da política”, concluiu a cientista política.
Texto: Vanessa Brito
Foto: Jader Souza
SupCom ALE-RR