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REDE INTEGRADA Deputada Betânia Almeida quer políticas públicas voltadas para o combate à violência doméstica e feminicídio

Em sessão plenária nesta quarta-feira (17), na Assembleia Legislativa de Roraima, a deputada Betânia Almeida (PV) usou a tribuna para pedir um basta à violência contra as mulheres; conclamando o parlamento, os órgãos públicos e a população a se envolveram nessa luta.
A deputada lembrou que os índices de violência doméstica e do feminicídio foram agravados pela pandemia e que somente a criação de uma rede integrada de políticas públicas pode reverter esse quadro.
“As mulheres de Roraima estão morrendo por descaso e omissão na falta de ações integradas. É só agindo em conjunto e com a população que vamos resolver essa situação, pois não adianta só cobrar”.
Num discurso inflamado, Betânia afirmou que além das agressões físicas e psicológicas, que podem deixar marcas profundas; o feminicídio, que é a tipificação do assassinato em que o gênero da vítima é determinante para o crime, cresce por causa da impunidade.
Em aparte, o deputado Jorge Everton (MDB), solidarizou-se com a causa e relatou um caso à época em que era delegado da polícia. “Uma mãe desesperada nos procurou, porque a filha tinha sido sequestrada pelo ex-marido. Nós passamos 48h para resgatar aquela mulher. Um mês depois, ficamos sabendo que aquela mãe tinha sido morta pelo ex-marido”, relembrou.
De acordo com Betânia, as estatísticas do feminicídio também não dão conta de outra triste realidade, que são as das crianças órfãs. “Infelizmente, casos como este relatado pelo deputado Jorge Everton não são exceção e famílias inteiras ficam desestruturadas. As crianças crescem sem mães e pais, quando estes são presos”.
Atualmente, segundo a parlamentar, não há, em Roraima, programas e políticas públicas que façam frente à demanda vigente. Por isso, faz-se necessária uma força tarefa entre a população, o parlamento e as esferas públicas; criar e ampliar programas como o CHAME (Centro Humanitário de Apoio à Mulher) e denunciar aos órgãos competentes qualquer forma de violência contra à mulher, seja física, psicológica, moral, patrimonial ou sexual, já que geralmente antecedem ao feminicídio.
“Cabe a todos nós combater essa violência: a população, os 24 deputados que estão aqui, o governo, todos. Criar programas, ampliar os programas que já vêm dando resultado. E denunciar, pois o mínimo que podemos fazer é uma ligação, porque a polícia só chega se for acionada. Quando uma mulher sofre violência é responsabilidade de todos nós, não existe isso de ‘briga de marido e mulher ninguém mete a colher’”, conclama.
Os deputados Renan Filho (Republicanos) e Angela Águida Portella (PP) também parabenizaram a deputada Betânia quanto à pauta levantada na tribuna; e a deputada Angela Portella chamou novamente atenção do parlamento para relação entre a violência doméstica e a pandemia.
“O discurso de Betânia tem todo meu apoio, é preciso chamar atenção para esse aumento na violência doméstica, pois hoje existe uma tensão social maior por conta da pandemia, insegurança com relação a esse vírus, mas também ao emprego, a economia. Todas as relações estão sofrendo com o aumento da convivência”, destacou Angela Águida.
Violência contra a mulher cresce na pandemia
Roraima amarga o topo no ranking do estado brasileiro mais violento para as mulheres, e a situação ficou ainda mais dramática com o isolamento social. Afinal, mais tempo em casa para muitas mulheres é também sinônimo de mais tempo com os agressores.
De acordo com levantamento da Polícia Civil de Roraima, os casos de violência doméstica cresceram durante a pandemia. Em 2019, foram registrados 775 de violência física, 964 de agressão psicológica e 57 de violência patrimonial. Enquanto em 2020, houve 827 casos de agressão física, 1045 psicológica, 93 patrimonial e sexual com 36 vítimas. Já a violência moral – calúnia, injúria e difamação – apresentaram o mesmo número de 452 casos nos últimos dois anos.
Os casos de feminicídio também aumentaram no mesmo período. Em 2019, foram registrados seis casos de feminicídio, enquanto no ano passado, houve nove mortes.
Canais de apoio à mulher 
A população pode buscar apoio no CHAME (Centro Humanitário de Apoio à Mulher), programa permanente da Assembleia Legislativa de Roraima, por meio dos telefones: (95) 98801-0522 ou no ZAP CHAME (95) 98402-0502; e registrar queixa de violência doméstica nos canais de atendimento da Polícia Civil pelo número 180 ou 190 da Polícia Militar.
Texto: Suellen Gurgel
Foto: Eduardo Andrade/ Marley Lima
Supcom ALERR
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