A Agência Nacional de Saúde (ANS) autorizou o aumento de 15,5% em planos de saúde individuais. Aliado à alta dos preços dos combustíveis, que acaba desencadeando outros reajustes e impactando no bolso do trabalhador brasileiro, já tem consumidor avaliando se vale a pena continuar investindo em um plano de saúde.
O servidor público federal Hudson do Vale de Oliveira tem plano de saúde há dez anos e durante esse período já recuou em algumas situações. Em 2019, ao rever os valores pagos, decidiu economizar e retirar os familiares que usavam o plano na condição de agregados.
“Aderi em 2012 quando entrei no serviço público e na época coloquei a minha mãe e minhas irmãs, não como dependentes, mas agregadas, que utilizam muito mais do que eu. Com os aumentos que ocorreram, chegamos à conclusão de que era melhor juntar esse dinheiro numa poupança, e, quando precisassem de algum serviço, teríamos condições de arcar com as despesas”, explicou.
Fora o plano dele e das irmãs, desembolsava mensalmente R$ 1,5 mil para o plano da mãe, um valor relativamente alto por conta da idade. “Então, em 2019, excluímos essa despesa para usar quando, efetivamente, tivéssemos necessidade”, detalhou.
Com o novo reajuste, Oliveira já repensa se essa despesa a mais no contracheque é coerente com a realidade econômica dele. Até porque, conforme explicou, quando necessita de outros procedimentos médicos, tem que pagar à parte.
Em maio, por exemplo, ele pagou R$ 440,40 da mensalidade do plano de saúde e mais R$ 360 para os procedimentos que o plano não cobre. Com o aumento, passará a pagar R$ 500 por mês.
“Não é só o aumento do plano, mas tem uma leva de aumentos como o da gasolina, gás de cozinha. Confesso que vou rever se eu estar amparado por um plano de saúde faz sentido, considerando a questão da necessidade. Vou analisar se é pertinente continuar”, analisou.
A diretora do Procon Assembleia, Mileide Sobral, explicou que o reajuste do plano é com base na variação dos valores das despesas médicas com os beneficiados, índices de inflação e a utilização dos serviços pelo associado. Quanto mais usa o plano, mais gera aumento.
“Mas é importante o consumidor saber que vai depender da data em que ele aderiu ao plano, o que eles chamam de data de aniversário. Quem aderiu em outubro, por exemplo, só poderá ter a atualização de valores a partir de outubro, que é a data em que o consumidor assinou o contrato.”
Mileide destacou que se acontecer de aplicarem o reajuste antes da data de aniversário, “o consumidor deve procurar o Procon Assembleia, de posse do contrato, para que seja analisado o caso”.
Para o consumidor que está na iminência de cancelar o plano devido ao reajuste, Mileide recomenda que observe a data de aniversário do plano e que faça antes. Se o contrato foi assinado em outubro, deverá ser cancelado um mês antes desta data.
O Procon Assembleia funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, na avenida Ataíde Teive, número 3510, bairro Buritis. Também é possível buscar atendimento pelo WhatsApp (95) 98401-9465 e site ale.rr.leg/procon.
Texto: Marilena Freitas
Foto: Eduardo Andrade
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