O Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante uma conferência sobre ecossistema em 1972, em Estocolmo, Suécia.
Para homenagear os 50 anos da data, a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) promove uma exposição fotográfica com imagens feitas pelos dos profissionais da Casa que retratam as belezas naturais e paisagens do Estado. A mostra se inicia nesta segunda-feira (6), no Espaço Cultural Maria Luíza Vieira Campos, e ficará disponível para visitação até 10 de junho, das 8h às 18h.
“Precisamos valorizar e reconhecer as belezas naturais do nosso Estado que serão retratadas na exposição. Esta também é uma oportunidade de sensibilizar a população sobre a importância de adotarmos boas práticas a fim de preservarmos o meio ambiente, que é essencial para nossa sobrevivência e a dos animais”, destacou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Soldado Sampaio (Republicanos).
Para Adriana Cruz, diretora de Assuntos Institucionais da ALE-RR, o intuito da exibição dos registros é divulgar “as boas práticas de preservação do meio ambiente”.
“Nós vamos abrir o espaço para nossos fotógrafos, que trabalham na estrutura da Superintendência de Comunicação, com seus olhares voltados para o meio ambiente. Convidamos Taylor Nunes, Alfredo Maia, Eduardo Andrade, Tiago Orihuela, Jader Souza, Nonato Sousa, Marley Lima e Abraão Borges, que vão apresentar trabalhos que retratam o mais bonito de todos os cantos do Estado”, informou Adriana.
Após o período da exibição das imagens, quem não pôde ir pessoalmente ao espaço cultural, poderá ter acesso às obras no site al.rr.leg.br.
In memoriam
A exposição vai contar também com imagens feitas por France Telles, primeira mulher fotógrafa da Assembleia Legislativa de Roraima. Morta em 2017, aos 49 anos, em consequência de um AVC (acidente vascular cerebral), France gostava de fotografar pessoas, acompanhava autoridades e, entre uma pauta e outra, registrava a natureza.
Mãe de duas filhas, a amazonense Francimeire Telles trabalhou como vendedora ambulante em Roraima, até conseguir uma colocação no mercado fotográfico. A história com as lentes se iniciou quando começou a trabalhar como laboratorista fotográfica (profissional responsável por revelar fotos coloridas e em preto e branco). A partir daí, decidiu fazer da área sua profissão, tornando-se assim a fotógrafa France Telles.
No Estado, trabalhou para alguns parlamentares até se tornar a fotógrafa oficial do ex-governador José de Anchieta Junior, já falecido. Seu último trabalho foi na Assembleia Legislativa de Roraima. Foram 20 anos eternizando momentos por meio da fotografia.
Quem são os autores
– Abraão Borges tem 52 anos e há mais de 20 atua na área. Para ele, a fotografia “congela um momento”. O interesse pela foto começou após perceber que poderia usar a câmera como uma “máquina do tempo” e guardar os momentos registrados. Borges acredita que o Estado deveria investir mais em cultura, preservação e conservação de prédios públicos antigos;
– Alfredo Maia tem 60 anos, dos quais 47 foram dedicados à fotografia. A paixão pelas fotos surgiu por meio de um cunhado que era fotógrafo do Exército e o apresentou a esse mundo. Antes de atuar na Assembleia, Maia trabalhou em diversos veículos de comunicação em outros em Roraima e outros estados, além de fotografar oficialmente para os ex-governadores Ottomar de Souza Pinto e José de Anchieta Júnior. Segundo ele, natureza, paisagens e pores do sol estão entre seus registros prediletos. Maia contou que escolheu as imagens pelo que elas representaram quando foram tiradas e pela impressão que causam em quem as vê. Maia ganhou diversos prêmios, entre eles, o de Jornalismo Gigi Martins, na categoria fotografia, na década de 1990;
– Eduardo Andrade, de 42 anos, trabalha como jornalista fotográfico há mais de 16 anos. De acordo com ele, seu forte é voltado às ações que desencadeiam o fotojornalismo. Entretanto, registra “de tudo um pouco”. Andrade escolheu expor uma imagem que reproduz lixo espalhado em área imprópria, como forma de conscientizar a população a não jogar resíduos nesses locais. Ele também foi um dos vencedores da premiação “Mostra Fotográfica 9 de Julho”, em 2019, na categoria preto e branco;
– Jader Souza tem 49 anos de idade e 26 de profissão. Suas preferências fotográficas são fotojornalismo, social e publicitária. Segundo ele, “a fotografia o adotou” após ser impulsionado por um tio que também era fotógrafo. Ficou em segundo e terceiro lugares no prêmio “Sesi Jornalismo”, em 2003, na categoria profissional;
– Marley Lima é o mais jovem entre os fotógrafos da Casa. Tem 31 anos de idade e 6 de estrada. Segundo ele, fotografias publicitárias, da natureza e fotojornalismo são as que mais o agradam;
– Nonato Souza, aos 54 anos de idade, conta que nunca parou para pensar sobre preferências fotográficas, mas, por trabalhar com fotojornalismo há mais de três décadas, se diz “amante da fotografia flagrante, de momento”. Ele também arrisca dizer que “registrar o meio ambiente, natureza e a fauna é algo prazeroso para qualquer pessoa que enverede pela fotografia”. Souza escolheu mostrar uma imagem que retrata um problema para o meio ambiente, provocado pela ação do homem, como o descarte inadequado de latinhas, garrafas pet e outros objetos em rios e igarapés, “fato que provoca inúmeros problemas para a natureza e mesmo para o homem”. Foi um dos vencedores do prêmio “Sesi Jornalismo”, na década de 1990;
– Tiago Orihuela, de 43 anos, já dedica quase a metade da vida à fotografia. Entre seus registros, o preferido é a natureza. “Sou, como dizem na área, um paisagista”, afirmou. Antes de fotografar para a Assembleia Legislativa de Roraima, trabalhou em órgãos políticos e na Força Aérea Brasileira (FAB). É também analista de marketing, cinegrafista, editor de imagens e vídeo, produtor de audiovisual e piloto de helicóptero. Ganhador de diversos prêmios, entre eles, o da exposição do 30º aniversário da queda do muro de Berlim, Alemanha, 2019; Exposição Amazônia Festival – Portugal e Inglaterra, em 2012, e Prêmio Senado Verde, 2010;
– Taylor Nunes, de 71 anos, é o mais experiente, sendo o primeiro fotógrafo concursado da Assembleia de Roraima, onde começou a trabalhar em 1997. Atualmente, está aposentado, mas, se considera “amador na fotografia há mais de 40 anos” e “naturógrafo”, ou seja, aquele que gosta de registrar a natureza. Para ele, essas paisagens são uma síntese reconhecida de seu trabalho.
Texto: Suzanne Oliveira
Fotos: Eduardo Andrade/ Nonato Sousa
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