O deputado Marcinho Belota (PRTB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) nesta terça-feira (26) para pedir que o Executivo Estadual volte a pagar os 20% do adicional de insalubridade a 55 servidores do Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPS III), direito que foi retirado pela ex-governadora Suely Campos (2015-2018). Nos demais CAPS, I e II, onde os servidores têm as mesmas atribuições, o benefício não foi alterado. Os centros são vinculados à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
“Estive durante uma semana visitando o CAPS III, e o que presenciei foi assustador, ver usuários de drogas e pessoas com retardo mental, juntos, no mesmo local. Infelizmente, não podemos passar nenhum vídeo, mas só ficando o dia todo para presenciar o que eu vi, como uma servidora da casa oferecendo alimento para um usuário e este a agredindo. O mais estranho é que não tem nenhuma segurança no local, e o porteiro é um usuário de drogas”, denunciou.
Para o parlamentar, é justo que todos os servidores, que trabalham expondo suas vidas, sejam reconhecidos pelo governo como merecedores do adicional.
“Estou aqui para reivindicar esse direito. Todos os 55 não possuem mais os 20% de insalubridade, apenas 10%, mesmo fazendo o mesmo trabalho, com as mesmas pessoas do CAPS I e II. Esses servidores deveriam ter um adicional e não a redução do salário. Acredito que o governador Antônio Denarium vai atender ao nosso pedido”, disse, ao ressaltar que iria se reunir com o chefe do Executivo para reforçar a reivindicação.
Os servidores do CAPS III acompanharam a sessão nas galerias do Plenário Deputada Noêmia Bastos Amazonas da Casa Legislativa. O diretor da unidade de saúde, Eraldo Marques, disse que é necessário o governo voltar o olhar ao centro, uma vez que a população atendida vive em vulnerabilidade, necessitando da mão do Estado.
“Nossa principal reivindicação é a questão da insalubridade, para aumentar de 10% para 20%. Nós trabalhamos com pessoas em situação de rua, pessoas envolvidas com álcool e drogas, doentes mentais, e muitas delas chegam com tuberculose e outras doenças, trazendo contágio, deixando a equipe exposta”, contou.
A estrutura do local, segundo Marques, também necessita de reforma. “Precisamos de uma atenção especial na questão estrutural, pois faltam mobília e material de consumo, até para darmos uma melhor qualidade de atendimento aos pacientes, que são muitos”, afirmou.
Texto: Marilena Freitas
Fotos: Alfredo Maia/ Marley Lima
SupCom ALE-RR