DESAFIOS E ECONOMIA
Em visita às fronteiras, presidente da ALE-RR mostra a Ciro Gomes situação imigratória em Roraima e potencialidades econômicas

Equipe percorreu a divisa com o país venezuelano e conheceu os detalhes da Operação Acolhida

O presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), deputado Soldado Sampaio (Republicanos), realizou uma visita técnica à Operação Acolhida, localizada no município de Pacaraima, bem como à cidade venezuelana de Santa Elena de Uairén, acompanhado do advogado e ex-ministro da Fazenda, Ciro Gomes, neste sábado (22).

A iniciativa teve o intuito de conhecer o atual status da crise migratória venezuelana e como isso se reflete na cidade fronteiriça brasileira. Além disso, a visita objetiva mostrar profundamente a realidade migratória para o ex-governador do Ceará, considerado uma das grandes lideranças da política nacional.

O presidente Soldado Sampaio busca apoio nacional para as questões de migração em Roraima Foto: Nonato Sousa

“Imagine uma cidade pequena como é Pacaraima, com 20 mil habitantes, e receber, por dia, 300 pessoas precisando de serviços básicos. Então, essa visita é uma forma de dar conhecimento da realidade roraimense ao Ciro, um expoente da política nacional e grande debatedor das questões nacionais, buscando levar à sociedade brasileira essa realidade que nós vivemos”, analisou Sampaio

 

 

 

A comitiva do Legislativo visitou o marco divisório entre os dois países acompanhada por militares do Exército Brasileiro, instituição responsável pela Operação Acolhida. A atividade continuou com o percurso a pé, da divisa fronteiriça até o ponto de acolhimento de refugiados, passando pelos pontos de controle até chegar nos alojamentos.

Ciro Gomes afirma que Governo Federal deve ter olhar diferenciado para situação Foto: Nonato Sousa

Para Ciro Gomes, o conhecimento pela política nacional sobre as questões migratórias é urgente, o que necessita de olhar diferenciado para essa temática ocorrida em Roraima. “Há uma gravíssima omissão do poder central brasileiro que não pode mais ser adiada. A crise econômica, social e política da Venezuela produziu uma onda de migração e, se nós temos o dever humanitário de acolhê-los, não é o Estado de Roraima que tem o dever de financiar esse impacto extraordinário”, analisou Gomes

 

As autoridades também visitaram o país vizinho com o objetivo de facilitar a comunicação em busca do debate pacífica, conforme destacou Sampaio. “Tivemos uma pequena reunião com o prefeito de Santa Helena do Uairén, objetivando manter o diálogo aberto, pois não é fechando a fronteira que vamos encontrar uma solução”, disse o presidente da ALE-RR.

Fronteira com a Guiana

Comitiva da ALE-RR seguiu para Guiana para apresentar a realidade desenvolvimentista da Guiana para Ciro Gomes Foto: Nonato Sousa

No período da tarde, a comitiva viajou com destino a Guiana, visando apresentar ao ex-ministro a outra realidade de fronteira do Estado. Conforme ressaltou Sampaio, o país de língua inglesa é um dos que mais crescem economicamente no mundo.

 

 

 

 

“A Guiana possui grande desenvolvimento devido a exploração do petróleo, ao tempo que também temos interesse nesse assunto, tendo em vista que discutimos na Assembleia e na Câmara dos Deputados a exploração da bacia do Tacutu. Então, queremos mostrar essa diferença entre as fronteiras para Ciro Gomes: uma relacionada à migração venezuelana e a outra sobre o desenvolvimento petrolífero”, pontuou.

Texto: Anderson Caldas

Fotos: Nonato Sousa

SupCom ALE-RR

EXECUTIVO
Audiência pública na ALE-RR vai discutir revisão salarial de servidores, nesta segunda

Plenário Deputada Noêmia Bastos Amazonas será palco do debate sobre revisão geral anual dos servidores públicos estaduais

A reposição salarial dos servidores do Poder Executivo em 4,62% será debatida em audiência pública nesta segunda-feira (24), às 9h, no Plenário Deputada Noêmia Bastos Amazonas, da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR). O evento atende a um requerimento do presidente do Poder Legislativo, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), em atenção à solicitação do Ofício Conjunto nº 002/2024, de diversas entidades sindicais do Estado.

Sampaio ressaltou que a mediação se faz necessária, uma vez que ainda não houve diálogo e nem sinalização por parte do Estado em efetivar “esse direito líquido e certo”.

O presidente da ALE-RR, Soldado Sampaio ressaltou que ainda não houve sinalização por parte do Estado em efetivar esse direito Foto: Nonato Sousa

Após toda uma discussão, queremos saber o que ocorre de fato: o governo tem, realmente, condições de atender essa reposição salarial? Porque, até então, ele não cumpriu o dispositivo na lei de comunicar à Assembleia Legislativa as razões pelas quais não atende o que é determinado, tanto pela LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] quanto na LOA [Lei Orçamentária Anual] e na própria Constituição, que diz que é um direito do servidor público ter a sua reposição integral”, questionou.

Conforme o presidente do sindicato dos servidores públicos estaduais (Sintraima), Francisco Figueira, os servidores do Poder Executivo foram os únicos a ficarem de fora dessa equiparação. Ainda segundo ele, também será solicitado ao Legislativo, o apoio para contratação de uma empresa que verifique se há a possibilidade do não pagamento por parte do estado, como alega o governador de Roraima, Antonio Denarium (Progressistas).

O presidente do Sintraima, Francisco Figueira, cobra justificativa do governo para o não aumento salarial dos servidores Foto: Eduardo Andrade

Nós estamos buscando o entendimento: se o governador está dizendo que não tem como pagar, pois, que haja uma justificativa para tal. Sabemos que está sendo lançado no Fiplan [Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças] excessos de arrecadação. No primeiro trimestre, tivemos de mais de R$ 400 milhões. Quando há isso, há uma redução na porcentagem de gastos de pessoal, ou seja, o estado tem capacidade de honrar com essa obrigação, segundo a data-base que foi em maio, não foi cumprida e nem teve justificativa”, explicou.

Figueira relembrou ainda que não houve reajuste geral anual (RGA) de 2016 a 2021, o que resultou na falta de 26% da recuperação do poder aquisitivo dos servidores, por meio de seus vencimentos.

Nós queremos, agora, que não haja mais essa perda constante do poder de compra e solicitamos o apoio da Casa Legislativa para saber do Executivo se, realmente, não tem condições de pagar, sendo que, além do primeiro trimestre do ano, nos cinco primeiros meses, supera R$ 600 milhões em excesso de arrecadação”, pontuou.

Até o momento, além do Sintraima, confirmaram presença os representantes das seguintes categorias sindicais: Sindicato dos Técnicos Agrícolas de Roraima (Sintagrr); Sindicato dos Policiais Penais de Roraima (Sindppen); Sindicato dos Trabalhadores de Saúde de Roraima (Sintras) e Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima (Sinter). Foram confirmados também o procurador do Estado, Tyrone Mourão Pereira, e o secretário estadual de Planejamento e Orçamento, Rafael Inácio de Fraia e Souza.

Texto: Suzanne Oliveira

Fotos: Eduardo Andrade; Nonato Sousa

SupCom ALE-RR