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RORAIMA NA ROTA
ALERR articula enfrentamento ao tráfico humano nas fronteiras

A repressão, a responsabilização e os desafios enfrentados pelas forças de segurança pública foram temas da mesa de debates do III Seminário de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, realizado na tarde desta quarta-feira (30), no Plenário Valério Caldas de Magalhães. A ação é promovida pela Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), por meio do Programa de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (PDDHC), com transmissão ao vivo pelo canal 57.3 e no YouTube (@assembleiarr).

A mesa foi mediada por Gladson Roberto, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Roraima. Ele destacou a importância de fortalecer o diálogo e a articulação entre os órgãos de proteção e combate a esse tipo de crime, especialmente em Roraima, que possui posição geográfica estratégica.

‘É essencial o debate, comunicação e interação das instituições de segurança e a OAB entra como um garantidor, também, de direitos’, destacou o advogado Gladson Roberto, da comissão de direitos humanos da OAB-RR. – Eduardo Andrade/SupCom ALE-RR

“Além do Amazonas, fazemos fronteira com dois países. É essencial debater, comunicar e integrar as instituições de segurança. A OAB atua como garantidora de direitos, lidando com o que infringe a humanidade e fere a dignidade humana. Por isso, a união de todos, articulada pela Assembleia Legislativa, é fundamental para combater esse crime tão latente em nosso estado”, ressaltou.

O delegado da Polícia Federal Danilo Gonçalves apresentou as diretrizes e metodologias adotadas pelo órgão em Roraima no combate aos crimes migratórios, com ênfase em situações que envolvem trabalho análogo à escravidão. Durante a exposição, ele abordou legislações nacionais e tratados internacionais, além do crime de promoção de migração ilegal.

Danilo Gonçalves, delegado da Policial Federal de Roraima. – Eduardo Andrade/SupCom ALE-RR

“Isso, infelizmente, acontece todo dia no município de Bonfim. A migração ilegal, em termos simples, ocorre quando alguém, mediante pagamento, facilita a entrada de estrangeiros no país. O Brasil é rota de passagem, e investigações já identificaram diversas redes criminosas atuando nesse sentido”, relatou.

Parceria e proteção à infância

O Conselho Tutelar também é parceiro nas ações de enfrentamento. Conforme o conselheiro tutelar Kalleb Souza Ribeiro, muitas das vítimas são crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

Conforme Kalleb Souza Ribeiro, conselheiro tutelar, boa parte das vítimas são crianças e adolescentes. – Eduardo Andrade/SupCom ALE-RR

“Nosso trabalho, junto à Assembleia Legislativa, é levar informação a esse público. Muitas meninas são alvos, principalmente as migrantes. Quando temos conhecimento dos casos, acionamos a rede de proteção para garantir seus direitos”, explicou.

A diretora do PDDHC, Socorro Santos, enfatizou que o seminário marca o Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, celebrado em 30 de julho. Ela destacou a necessidade urgente de integração e sistematização de dados entre as instituições.

A diretora do PDDHC, Socorro Santos, ressaltou que é importante trazer o tema à tona, mesmo com a falta de dados. – Eduardo Andrade/SupCom ALE-RR

“Apesar da gravidade do crime, ainda há escassez de dados. As instituições têm conhecimento dos casos, mas cada uma registra de forma pontual. Essa articulação, que o seminário proporciona, é essencial para avançarmos no enfrentamento”, pontuou.

Também participaram da mesa a inspetora Amanda Leal, da Polícia Rodoviária Federal, que abordou a atuação nas rodovias; e Elson Gomes, coordenador estadual do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), que ressaltou a importância da aproximação entre a comunidade e as forças de segurança.

O encontro está disponível na íntegra no canal da Assembleia Legislativa: assista aqui.

Veja a programação desta quinta-feira (31)

8h30 às 12h – Mesa IV: Resolutividade dos crimes de tráfico de pessoas.

Mediadora: juíza Graciete Sotto Mayor (TJRR e TRERR)

Participações: juiz Gleydson Ney Silva da Rocha (TJRR/Comitê Estadual Judicial de Enfrentamento à Exploração do Trabalho em Condição Análoga a de Escravo e ao Tráfico de Pessoas); auditora Thais Silva de Castilho do Ministério Público do Trabalho; e representantes da Justiça Federal; Ministério Público Federal e Defensoria Pública da União.

Texto: Suzanne Oliveira

Fotos: Eduardo Andrade

SupCom ALE-RR

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