Sabadão Concurseiro trabalha resolução de questões de provas para concurso público

Fotos: SupCom ALERR

Dificuldade é uma palavra que Maria Gomes de Melo, 57 anos, não conhece. Ela é uma das mais de 200 pessoas que participou do 4º Sabadão Concurseiro, promovido pela Escola do Legislativo – Unidade Silvio Botelho, realizado neste sábado, 12. Ela conta que veio de carona do bairro Centenário, zona Oeste de Boa Vista para assistir as aulas.

“Trabalhava na área de serviços gerais e quando era jovem não tive oportunidade de estudar. De imediato quando soube dessas aulas gratuitas oferecidas por esta Escola da Assembleia Legislativa, corri para me inscrever. Quando estamos estudando nossos conhecimentos melhoram e espero ter a oportunidade de passar em um concurso público”, contou concurseira.

Nesta 4º edição as aulas estavam focadas na resolução de questões no que tange as disciplinas de Raciocínio Lógico, Direito Tributário e Direito Constitucional. As aulas foram ministradas na sede da Unidade Silvio Botelho, localizada na rua Sólon Rodrigues pessoa, 1.313, no bairro de mesmo nome, e tiveram inicio as 15h e terminara às 18h.

Jô Oliveira, 36 anos, é uma aluna assídua do Sabadão e se inscreveu para o concurso da Assembleia Legislativa. Ela afirma que aulas são dinâmicas e produtivas, pois os professores transmitem os conhecimentos de forma prática e simples. “Tenho dificuldade em Raciocínio Lógico, mas com a forma que o assunto é repassado vou tirando dúvidas, aprendendo, com muito esforço e dedicação, para obter um resultado positivo na hora da prova”, contou.

O professor Abel Mangabeira tranquiliza Jô quanto a dificuldade que ela possui em Raciocínio Lógico, ele explica que não se trata de um ‘bicho de sete cabeças’. “Ele é encarado com muito medo e trauma por algumas pessoas pela dificuldade em matemática desde a infância, porém quando aplicado em provas, não tem mistério, é apenas a execução de técnicas. O que eu faço é ensinar essas estratégias para que eles identifiquem como usar cada uma, e na hora da prova o concurseiro ‘brinca’”, tranquilizou.

Outra disciplina que deixa os estudantes apreensivos é o Direito Tributário, mas o professor Lausson Magalhães explica que não tem o que temer quanto ao conteúdo. “É uma disciplina que eles se empenham bastante e hoje trabalhamos questões especificas para os editais que estão em aberto. O Direito Tributário é simples porque usamos exemplos do dia a dia, os tributos estão na nossa rotina e é com isso que eu busco trabalhar para que os alunos aprendam com clareza”, defendeu.

A coordenadora da Unidade Silvio Botelho, Cristina Mello, reforça que as aulas aos sábados são de grande valia para aquelas pessoas que não possuem tempo durante a semana. “A proposta deste sábado foi trabalhar os exercícios relacionadas a essas disciplinas. Os alunos estão participando cada vez mais e a cada edição do Sabadão temos recebidos concurseiros de vários bairros da cidade”, destacou.

 

Tarsira Rodrigues

SupCom ALERR

Gerações de mães participam de programação especial no Abrindo Caminhos

Fotos: SupCom ALERR

“Sou um tipo de mãe protetora, amiga e conselheira. Deixo de fazer pra mim para fazer para minhas filhas e netos”, assim se definiu a comerciante Maria de Nazaré, avó da aluna do balé do programa Abrindo Caminhos, Izabela Costa, de 10 anos. As duas participaram de diversas atividades na sede da instituição na manhã deste sábado (12), no bairro Cambará, zona Oeste, em alusão ao Dia das Mães.

Maria de Nazaré é mãe e avó. Contou que o ‘coração de mãe’ se enche de orgulho a cada conquista da família e fica contente por acompanhar a vida da neta no Abrindo Caminhos. “Só tenho a agradecer tudo isso porque toda vez que a gente vem aqui somos muito bem recebidas, recebemos muito carinho”, comentou. Aproveitou para eternizar o momento em fotografia no cenário montado pelo programa.

Ela foi uma das 500 mães a participar da programação nesta véspera do Dia das Mães. Em todo o prédio, localizado na avenida São Sebastião, as convidadas puderam realçar a beleza com maquiagem, corte de cabelo e designe de sobrancelhas. Palestras sobre ‘Saúde da Mulher’, proferida pela enfermeira Rayssa Ferreira; ‘Responsabilidade Socioambiental Começa em Casa’, ministrada pela analista Ambiental Átyles Paiva, envolveram dezenas de mulheres com informações sobre cuidados, prevenção e organização no ambiente doméstico.

A dona de casa Célis Costa Castelo participou da palestra voltada a saúde feminina, realizada na sala do balé. As informações sobre cuidados com o corpo despertaram nela a importância de saber mais sobre questão do colo do útero e de mama. “Apesar de eu ser mãe, muitas coisas ainda não sabemos. Tenho uma filha pré-adolescente e essa palestra acaba ajudando”, complementou Célis, ao dizer que sempre procura participar das atividades do programa.

Mas para quem pretende aumentar a renda da família, aconteceu uma Oficina de Artesanato em EVA, com a participação de 20 mulheres que aprenderam as técnicas para confecção de um pote com material em garrafas pet e o papel emborrachado. A venezuelana Maulinis Torres mora em Boa Vista há dois anos e, até o momento, não encontrou emprego. Com a participação na aula, pretende desenvolver a técnica e, assim, ajudar a aumentar a renda da família. “Decidi fazer porque a gente sempre precisa aprender um pouco mais. E adquirir conhecimento nunca é demais”, frisou a dona de casa.

Aos 72 anos, a pensionista Maria Pereira da Silva tem nove filhos e avó de quatro crianças, duas delas integrantes do programa Abrindo Caminhos, alunas do teatro. O amor pela família resumiu a idosa, ‘faz o coração acelerar de felicidade’. “Sou muito feliz em ver as minhas netas aqui porque na minha infância eu não tive isso, nem estudar eu estudei”, comentou, e falou que graças as aulas, uma das netas melhorou na escola e deixou a timidez de lado. “Aqui ela já lê, canta e dança”.

Segundo a coordenadora do programa Abrindo Caminhos, Viviane Lima, essa homenagem é uma forma de reconhecimento àquelas que sempre colaboraram ao desenvolvimento dos filhos. “Essa é a grande vontade do presidente Jalser [Renier], que estejamos sempre envolvidos com as famílias que fazem o Abrindo Caminhos”.

Diariamente, nos corredores da instituição, várias mães aguardam os filhos durante as aulas. “Elas têm essa preocupação. Quando podem elas participam muito e isso é importante, pois elas sabem onde os filhos estão e como são recebidos e tratados aqui”, pontuou Viviane.

A programação encerrou com a realização de um aulão de ritmos, com o professor de dança Well Souza, que misturou o funk, sertanejo e música latina para movimentar e alegrar as mães.

Yasmin Guedes

SupCom ALERR

Educar é Prevenir encerra capacitação na Escola Estadual Ayrton Senna

Fotos: SupCom ALERR

A equipe do Educar é Prevenir encerrou na tarde desta sexta-feira, 11, na Escola Estadual Ayrton Senna, mais uma capacitação que tem como finalidade empoderar o corpo docente e discente da unidade ensino, para identificar e denunciar o tráfico de pessoas e o abuso sexual. Durante o encerramento os alunos da instituição participaram de uma roda de conversa com representantes de várias instituições que fazem parte da rede de proteção.

A coordenadora do Educar é Prevenir, projeto que faz parte do Núcleo de Promoção, Prevenção e Atendimento às Vítimas de Tráfico de Pessoas da Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima, Elizabete Brito, ressaltou que essa é a 18ª escola e que a receptividade do corpo docente foi muito positiva.

“A capacitação foi muito boa e todos os funcionários prestaram bastante atenção e agradeceram por ter sido tratado este tema, que pouco se fala e que é muito complexo e presente no Estado. Encerramos o evento com uma roda de conversa com as autoridades que fazem parte da rede, quando os alunos tiveram a possibilidade de tirar as dúvidas relacionadas ao tema, além de exibição de vídeos de casos reais de tráfico de pessoas”, disse.

O professor de História, Vandeilton Francisco da Silva, que há 25 anos atua na rede pública de ensino, gostou da capacitação, mas confessou que ficou a assustado. “Inicialmente gostei muito, mas fiquei extremamente chocado com o que foi exposto pela equipe do Educar é Prevenir. É preocupante saber que Roraima faz parte das estatísticas do tráfico de pessoas e da exploração sexual. Fiquei chocado, sobretudo, pela ausência, falta de providências por parte das autoridades competentes, e de maneira geral, da sociedade que desconhece essa realidade”, ressaltou.

O que preocupa também é o tratamento que é dado para esse tipo de crime. “Talvez fosse preciso pensar em políticas públicas mais agressivas, ou até levar os alunos até essas vítimas para conversar diretamente com elas, porque os nossos adolescentes nas faixas etárias de 15 a 17 anos são os que mais estão suscetíveis a essa situação”, sugeriu Silva.

O gestor da escola, Izerbledison Franco Souza, ressaltou que eventos dessa natureza contribuem para a conscientização dos alunos e dos professores. “É muito importante um evento como esse por ser a temática do momento e que não podemos fugir dessa realidade. A roda de conversa de conversa com as autoridades, que conhecem bem o assunto, contribui ainda mais para a nossa capacitação, para podermos saber lidar no dia a dia do ambiente escolar”, disse o diretor.

A aluna do terceiro ano, Ednelma Queiroz, 17 anos, que representou os demais colegas, disse que esse assunto tem que ser tratado mais abertamente, para que, quem passa pelo problema, possa pedir ajuda. “É um assunto essencial que tem que ser abordado em todas as escolas, porque muitos passam por isso em casa, mas se privam, ficam com depressão e não pedem ajuda. É um assunto que deveria ser debatido todos os dias em casa, com os pais, com os amigos e na escola. Quem já passou ou está passando por isso, não se prive, fale, peça ajuda!”, recomendou.

O aluno Jefferson Cristian Morais Silva, 17 anos, disse que a localização geográfica do Estado exige que o assunto seja discutido mais vezes nas escolas. “A gente sabe que Roraima faz fronteira com outros dois países e que isso tipo de crime acontece com frequência. Hoje em dia o mundo está muito difícil, então temos que desconfiar de todos, e eu tenho medo que isso venha acontecer com alguém da minha família. Então é preciso a sociedade tomar conhecimento e denunciar”, disse.

Marilena Freitas

SupCom ALERR