Assunto foi tema de palestra ministrada pela equipe do Chame em evento no Dia da Visibilidade Lésbica
Foto: SupCom ALE-RR
Muitas pessoas não sabem, mas a Lei Maria da Penha pode ser aplicada para casais homoafetivos, incluindo uniões lésbicas, uma vez que a lei existe com a finalidade social de extirpar a violência doméstica, independentemente da configuração familiar. No entanto, poucos casos são denunciados. Muitas vezes, essas pessoas e não procuram ajuda, silenciadas por medo do preconceito e de represálias.
O assunto foi um dos temas abordados pela equipe do Chame (Centro Humanitário de Apoio à Mulher) em palestra na manhã desta quarta-feira (29) durante evento em alusão ao Dia da Visibilidade Lésbica, realizado no auditório do Instituto Federal de Educação de Roraima (IFRR), Campus Boa Vista. O evento foi organizado pela Associação de Luta pela Igualdade Sexual no Estado de Roraima – Grupo Athena em parceria com o grupo DiveRRsidade.
“A Lei Maria da Penha inicialmente não abrangia relações entre pessoas do mesmo sexo. Mas hoje já temos um grande avanço nos nossos tribunais, e no Chame já atendemos esse público”, disse a advogada do Chame, Élcia Fernandes.
Segundo a profissional, apesar das notícias envolvendo violência entre casais homoafetivos, poucos procuram ajuda. “Infelizmente a procura ainda é pouca por falta de conhecimento. Mas estamos de portas abertas também para atender esse público”, ressaltou.
A psicóloga do Chame, Adriana dos Prazeres, ressaltou que a violência abrange todas as pessoas, independentemente da orientação sexual. “O Chame veio ministrar essa palestra com o intuito de orientar principalmente jovens e adolescentes para que identifiquem a relação abusiva e denunciem”, explicou.
Segundo a profissional, o ciúme é parte intrínseca da vida do ser humano, e se manifesta independente da relação ser hétero ou homoafetiva. “A palestra veio para orientar e prevenir, porque o nosso ouvinte pode até não estar vivendo um ciclo de violência, mas pode conhecer um amigo, um vizinho que se encontre nesta situação”, comentou.
Para a presidente do Grupo Atena, Thallys Icasatti, o Chame foi convidado para que o público alvo do evento conheça os direitos assegurados em lei. “A gente trouxe esse tema porque acontece muita violência entre casais homoafetivos, inclusive agressões postadas nas redes sociais. Como presidente da Associação, quando me perguntam o que deve ser feito, sempre direciono para o Chame. Muitos ainda não sabem que a Lei Maria da Penha abrange os casais homoafetivos. A palestra vai conscientizar os jovens a saberem que atos como um puxão de cabelo e o ciúme extremo são atos de violência, sendo uma física e a outra psicológica”, salientou.
MARILENA FREITAS
SupCom ALE-RR