Um produto que faz parte do cotidiano da população passou a ser dúvida na mesa durante as refeições. O constante aumento no preço da carne tem assustado a população roraimense que passou a replanejar o cardápio diário para que as compras no mercado possam se encaixar no orçamento apertado de todo o mês. O Procon Assembleia vai investigar se o motivo dos reajustes mais recentes é plausível.
O reajuste mais recente no valor da carne ocorreu entre o final do mês de setembro e início de outubro, subindo 4,5% segundo dados da Cooperativa Agropecuária do Estado de Roraima (Coopercarne). O advogado do Procon Assembleia, Samuel Weber, afirma que muitos consumidores têm entrado em contato com o órgão para reclamar do aumento dos valores nas últimas semanas.
“Devidos as reclamações, nós vamos notificar a Coopercarne, estabelecendo um prazo para receber uma resposta sobre os motivos do aumento do preço da carne”, explicou Weber, relembrando que o Código de Defesa do Consumidor deixa claro que qualquer aumento não justificado é abusivo. “A meta do Procon Assembleia agora é trabalhar junto a cooperativa para notificar os supermercados e açougues das cobranças abusivas em cima do preço da carne”, completou.
A auxiliar de serviços gerais, Joana D’arc, recebe apenas um salário mínimo e após o aumento no preço da carne, passou a correr atrás de promoções diárias para equilibrar o gasto no mercado com as demais contas.
“Estou sempre fazendo um balanço no início do mês para que o dinheiro dure até o fim e que seja possível comprar pelo menos o básico, mas com o aumento no valor dos produtos, especialmente da carne, a gente fica correndo atrás do mais barato, de promoções. Se não fizermos isso, como vamos passar o mês?”
Aumento
O presidente da Coopercarne, Nadsson Pinheiro, alega que o reajuste no valor da carne se dá não só pelas dificuldades dos produtores em alimentar os rebanhos, onde devido ao período chuvoso e de seca se tem uma instabilidade no crescimento do pasto, mas também no aumento da demanda e no consumo desse tipo de produto no estado.
“Devido a pandemia tivemos um aumento no consumo de carne, onde as pessoas acabam comprando um pouco a mais, e com a baixa oferta de produção desses animais para o mercado interno, acaba ocorrendo essas grandes altas nos valores da carne”, afirmou.
A projeção do presidente da coopercarne é de que em dezembro, devido as festividades de final de ano, aumentando a compra de carne, se tenha mais um reajuste no preço desses produtos.
Texto: Mairon Compagnon
Foto: Jader Souza
SupCom ALE-RR